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Recanto
Americana
São Jerônimo
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Tronco CP-1935
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: SIM
ÚLTIMA VEZ: 2004
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Cia. Paulista de
Estradas de Ferro (1875-1971)
FEPASA (1971-1998) |
AMERICANA
(antiga SANTA BÁRBARA e VILLA AMERICANA)
Municípios de Campinas (1875-1924)
Villa Americana (1924-1939)
Americana (1939-), SP |
Linha-tronco - km 81,959 (1958) |
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SPP-0925 |
Altitude: 527,731 m |
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Inauguração: 27.08.1875 |
Uso atual: parte da Secretaria da Cultura do
município (2008) |
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com trilhos |
Data de construção do
prédio atual: 1912 |
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HISTORICO DA LINHA: A
linha-tronco da Cia. Paulista foi aberta com seu primeiro trecho,
Jundiaí-Campinas, em 1872. A partir daí, foi prolongada até Rio Claro,
em 1876, e depois continuou com a aquisição da E. F. Rio-Clarense,
em 1892. Prosseguiu por sua linha, depois de expandi-la para bitola
larga, até São Carlos (1922) e Rincão (1928). Com a compra da seção
leste da São Paulo-Goiaz (1927), expandiu a bitola larga por suas
linhas, atravessando o rio Mogi-Guaçu até Passagem, e cruzando-o de
volta até Bebedouro (1929), chegando finalmente a Colômbia, no rio
Grande (1930), onde estacionou. Em 1971, a FEPASA passou a controlar
a linha. Trens de passageiros trafegaram pela linha até março
de 2001, nos últimos anos apenas no trecho Campinas-Araraquara. |
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A ESTAÇÃO: A estação
de Americana é uma das mais antigas da Paulista e foi inaugurada
em 1875 (ver caixas abaixo de 1875), com o nome de Santa Bárbara, pois estava mais próxima
da sede deste município do que do centro de Campinas, à
qual pertencia.
Era no início uma estação intermediária, no meio do nada. Nesta época, entretanto,
começaram a chegar os primeiros imigrantes norte-americanos, sulistas,
em sua maioria provenientes do Alabama, derrotados que foram
e arruinados pela Guerra Civil Americana.
Aos poucos, o lugar passou a se chamar Villa Americana, por
causa de sua população. Este nome foi dado pela Cia. Paulista à
estação em 2 de janeiro de 1900 (ver caixa abaixo).
Tornou-se nos anos 1990 um grande exportador de melancias (veja caixas de 1894 e 1899
Já em 1904, a vila se tornou o distrito de paz de Santa
Bárbara.
Na antiga estação aconteceu um fato marcante: em 1906, o secretário
de Governo americano, Elihu Root, que havia vindo presidir
a Conferência Pan-Americana no Rio de Janeiro, foi convidado
para visitar uma fazenda de café em Araras, SP. Veio de navio
para Santos e na estação dessa cidade, tomou um trem especial
da Paulista, descendo na estação de Guabiroba, um pouco além
da estação principal de Araras, para visitar a Fazenda Santa
Cruz. Na volta - e vale notar que Guabiroba trocou de
nome para Elihu Root por causa dessa visita - ele parou em
Americana, para visitar a colônia de patrícios. Foi recebido
com uma imensa emoção; na estação escura no meio de uma vila muito
pequena e também sem iluminação, Root foi recebido à noite
por centenas de americanos e descendentes carregando tochas. Root
conta que foi uma imagem impressionante. Isto e a conversa que se
seguiu geraram para ele uma lembrança da qual ele nunca se esqueceu,
até sua morte, em 1937.
Cinco anos depois, um artigo publicado no jornal dizia que "a
estação da Paulista continua a ser iluminada a kerosene.
Temos um bom serviço de iluminação electrica,
que bem poderia estender à estação, cuja luz
dos lampeões à noite dá ao local um aspecto tristonho"
(O Estado de S. Paulo, 25/7/1911). Logo em seguida, o mesmo
jornal citicava a estação novamente: "Continuam
em mau estado os assoalhos da estação da Companhia Paulista
nesta villa" (11/9/1911).
Um prédio muito maior - o atual - foi construído em 1912, com a conseqüente
demolição do anterior; e aí a iluminação chegou. No final das obras de construção, a cobertura metálica da nova gare caiu e feriu operários (ver caixa abaixo, de 1912).
O município se emancipou em 1924, e o nome Americana
somente passou a designar oficialmente a cidade a partir de 1/3/1939
(ato 1.061, de 15/2/1939 - ver caixa abaixo), embora alguns
guias de trens de 1932 já listassem a estação
como Americana.
Esta se desenvolveu muito, sendo hoje uma das maiores da região. A
estação, no entanto, foi perdendo sua importância
com a decadência da ferrovia. Um último alento veio em
1995 para uma estação que já recebia poucos trens
de passageiros: uma reforma patrocinada pela Fepasa.
Em 1998, o abandono já era patente. A estação
foi fechada no final desse ano; em janeiro de 1999, a Ferroban, nova
concessionária da linha, acabou com os trens de passageiros.
Reativados em agosto do mesmo ano, foram-no em medida emergencial,
com dois ou três trens semanais apenas, que, por falta de interesse
da empresa, corriam quase vazios em precárias condições.
A partir daí, a estação, abandonada, passou a
servir de refúgio para mendigos e drogados que, até
15/3/2001, assistiam aos bi-semanais trens de passageiros da Ferroban
que ainda teimavam em passar por ali; Nesse dia, eles acabaram.
Em 22/12/2004, em um bastante frio, ventoso e chuvoso final de tarde
do primeiro dia do verão, a Prefeitura da cidade entregou a
estação restaurada e reformada, com festas, onde nem
o trem faltou: uma composição com três locomotivas
e cerca de trinta vagões de soja passou pela gare da estação,
na hora da festividade, às 6 e pouco da tarde, apitando e saudando
o prédio de volta à vida, no sentido do porto de Santos.
Afinal, não foi para isso que a estação sempre
existiu?
Em março de 2009, a ALL, atual concessionária, estava
ampliando o pátio da estação.
CLIQUE AQUI PARA VISUALIZAR A ESTAÇÃO VISTA DO SATELITE
(gentileza Antonio Carlos Mussio)
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1875
AO LADO: Previsão para a abertura da estação: na estação: dia 27 de agosto
(O Estado de S. Paulo, 6/3/1892). |
ACIMA: Inauguração da estação de Santa Barbara em 1875 (A Provincia de S. Paulo,
24/8/1875).
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1875
AO LADO: Logo após a inuauguração da estação de Santa Barbara, já havia gente reclamando do horário
(A Provincia de S. Paulo, 2/9/1892). |
ACIMA: Em 1875, depois da abertura da estação surgiram os trolleys ligando a estação de Santa Barbara às cidades próximas (A Provincia de S. Paulo,
7/9/1875).
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1875
AO LADO: Chega uma agencia de correio para Santa Barbara (Americana)
(A Provincia de S. Paulo, 9/11/1875). |
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1877
AO LADO: Uma quase tragédia por nada em Santa Barbara (Americana)
(A Provincia de S. Paulo, 07/09/1877). |
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1882
AO LADO: Caixa postal instalada na estação de Santa Barbara (Americana)
(A Provincia de S. Paulo, 08/02/1882). |
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1889
AO LADO: Demoras no embarque e manutenção de madeira em Rebouças (Sumaré) e Santa Barbara (Americana)
(O Estado de S. Paulo, 3/5/1889). |
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1892
AO LADO: Atropelamento na estação
(O Estado de S. Paulo, 6/3/1892). |
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1894
AO LADO: Muita melancia e muita sujeira na estação
(O Estado de S. Paulo, 12/7/1894). |
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1899
AO LADO: Continua a grande exportação de melancias da região - e outros produtos melancia e muita sujeira na estação
(O Estado de S. Paulo, 06/12/1899). |
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1900
AO LADO: A mudança do nome para Villa Americana
(O Estado de S. Paulo, 2/1/1900). |
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1900
AO LADO: O povo pede o aumento da plataforma na estação; enquanto isto,
o embarque da aguardente da região cresce (O Estado de S. Paulo, 7/2/1900). |
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1908
AO LADO: Barracão
em 1908 para carregamento de melancias na estação
(O Estado de S. Paulo, 31/8/1908).
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ACIMA: O bairro de Villa Americana em 1909,
pertencente então ao município de Campinas. O prédio
da estação, de dois andares e ainda o original, parece
estar na extrema esquerda da fotografia (Studio Geografico, 1909).
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1912
AO LADO: Cai a cobertura da gare de Americana durante a construção da nova estação (O Estado de S. Paulo, 15/01/1912). |
ACIMA: Plataforma da estação em 1916 (Foto Filemon
Peres).
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1937
AO LADO: A fiação cai nas proximidades da estação de Villa Americana (Correio de S. Paulo,
24/2/1937). |
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1939
AO LADO: A estação
passa a ser chamada somente de Americana (O Estado de S. Paulo,
17/2/1939).
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ACIMA: Locomotiva "Russa" da FEPASA,
ex-Cia. Paulista, posando na plataforma de Americana, provavelmente
anos 1990 (Autor desconhecido).
(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local; Daniel Gentili; André
Benetti; Hermes Hinuy; Guilherme Grassman; Elihu Root III; Filemon
Peres; Carlos Latuff; Wanderley Duck; Antonio Carlos Mussio; Prefeitura
Municipal de Americana; O Estado de S, Paulo, 1911; IBGE; Carlos Cornejo
e Eduardo Gerodetti: Lembranças de São Paulo, vol. 3,
2004; Joaquim Vieira Ferreira Sobrinho: Studio Geografico,
1909; ___: The New Brasil-Its Resources and Attractives, c.
1906; Cia. Paulista: relatórios anuais, 1872-1969; Mapa - acervo
R. M. Giesbrecht) |
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A estação original de Santa Barbara em 1890, bem
antes da sua demolição. Aqui Elihu Root foi recebido
com tochas em 1906. Acervo Wanderley Duck |
Pátio da estação em 1906, época
da passagem de Elihu Root. O edifício ao fundo parece
ser o armazém. Foto do livro "The New Brasil-Its
Resources and Attractives", de c. 1906 |
Estação de Americana, provavelmente 1916. Foto
(prov.) Filemon Peres |
Em 1918, a estação de Villa Americana. Foto Filemon
Peres |
A fachada da estação no início dos anos
1950. Cartão postal do livro de Carlos Cornejo e Eduardo
Gerodetti, Lembranças de São Paulo, vol. 3.
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A estação nos anos 1970. Foto IBGE |
Plataforma da estação em 1995. Foto Guilherme
Grassman |
A fachada da estação recém-reformada em
1995. Foto Guilherme Grassman |
Em 15/04/1998, a estação em seus últimos
suspiros. Foto Ralph M. Giesbrecht |
Plataforma da estação em 10/04/2001. Foto Hermes
Hinuy |
A plataforma depredada em 01/2003. Foto Guilherme Grassman |
Plataforma da estação no dia da entrega da restauração,
22/12/2004. Foto Ralph M. Giesbrecht |
Hall central da estação no dia da entrega da restauração,
22/12/2004. Foto Ralph M. Giesbrecht |
Plataforma da estação no dia da entrega da restauração,
22/12/2004. Foto Ralph M. Giesbrecht |
A estação de Americana em 14/9/2008. Foto André
Benetti |
A estação em 30/11/2013. Foto Daniel Gentili |
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Atualização:
30.12.2021
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