Rua da Consolação Bairro da Consolação, SP Início: rua Xavier de Toledo e rua 7 de Abril Final: rua Estados Unidos |
2010 - |
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A
rua da Consolação é uma das ruas mais antigas da cidade
de São Paulo, sendo provavelmente anterior à sua fundação.
Historiadores citam-na como sendo parte da Trilha Tupiniquim, que ligava São
Vicente a Assunção, no Paraguai - parte dos caminhos do Peabiru,
construído por indígenas pre-colombianos. Se é que se poderia
chamar de rua uma trilha estreitíssima no meio da selva fechada utilizada
apenas por índios caminhando a pé que provavelmente tinham de
avançar constantemente
quebrando galhos
de árvores e arrancando grandes touceiras.
Por volta de 1810, a rua foi aberta oficialmente, tomando esse nome por ligar
o Piques, no largo da Memória, à igreja da Consolação
e dali para a frente para Pinheiros e Sorocaba. Por boa parte do século
XIX, a rua da Consolação tinha este nome até a igreja.
Com a construção do Cemitério da Consolação,
em 1858, o nome acabou sendo estendido até ele. Dali para a frente, sabe-se
que já tinha o nome de rua da Consolação no final do século
XIX o trecho onde terminava a avenida Paulista a partir de 1891. Já o
trecho entre este ponto e a rua Estados Unidos já existia em 1905 e possivelmente
surgiu com o loteamento da Villa America, em terrenos da antiga Fazenda Caaguassu.
O nome deste trecho, de largura sempre menor do que a rua original, principalmente
depois que esta foi duplicada, mantém sua largura igual às paralelas
(Bela Cintra, Haddock Lobo) até hoje e resistiu a investidas nos anos
1960 e 1970 de tentativas de mudanças de nome, sempre rejeitadas pelos
moradores. Até os anos 1990, ainda podia ser vista pelo menos uma placa
- não me lembro em qual esquina, possivelmente da alameda Franca ou Tietê
- com o nome proposto, Rua Padre Donizetti Tavares de Lima. Aliás,
a rua inteira é muitas vezes chamada na imprensa de Avenida da Consolação,
devido ao alargamento que houve no final dos anos 1960, mas permanece o nome
de rua da Consolação.
Com a implantação dos bondes elétricos pela Light na cidade
de São Paulo em 1900, a rua da Consolação logo ganhou suas
linhas também, embora já as possuísse com bondes a tração
animal antes disso - eram bondes que subiam pela Brigadeiro Luiz Antonio, entravam
pela Paulista e desciam a Consolação e vice-versa. Com os bondes
elétricos, mais linhas surgiram, desaparecendo todas até 1966.
Em 1947, as linhas foram encampadas pela CMTC - Companhia Municipal de Transportes
Coletivos. Trafegavam pela rua, em suas linhas duplas, os seguintes bondes (ano
de 1936): 3-Avenida; 29-Pinheiros; 36-Angelica; 38-Angelica (Guia Levi, maio
de 1936). As linhas e seus números eram alterados de acordo com a
época, entre 1900 e 1966.
Para entender a numeração antiga da rua da Consolação,
que vigorou até a segunda metade dos anos 1930, quando foi substituída
pela numeração métrica de hoje, saiba que: o nš. 2 estava
junto à rua Braulio Gomes; o nš.
18, junto à São Luiz; o
nš.
35, à rua Major Quedinho;
o nš.
64, à rua Araújo; o nš.
84, à rua Martinho Prado; o
nš.
111, à rua Olinda (atual Guimarães Rosa); o nš.
127,
junto à Caio Prado; o nš.
152, junto à rua Maria Antonia; o nš.
192, junto à rua Marquês de Paranaguá; o nš.
216, junto à rua Visconde de Ouro Preto; o nš.
215, junto à rua Sergipe; o nš.
226, à rua Piauí; o nš.
237, junto à rua Pedro Taques; o nš.
346, à rua Maceió; o
nš.
369, à rua Fernando de Albuquerque; o nš.
391, junto à rua Santa Cruz (hoje Matias Ayres); o
nš.
417,
à rua Antonio Carlos. Elas não seguiam nenhuma lógica de
métrica, o número do outro lado da rua poderia estar muito mais
acima ou abaixo do que o seu fronteiriço, mas a numeração
era sempre crescente e, como hoje, os números pares ficavam ao lado direito
a partir do início da rua. Estes dados foram obtidos a partir do Almanach
para 1916 de O
Estado de S. Paulo.
Atualização: 15.01.2011 |