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Q R S T U
VXY Mogiana em MG
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(1910-1937)
Aimorés
Bauru Paulista
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(1937-1976)
Triagem
Bauru Paulista
Piratininga
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(1976-2001)
Triagem
Bauru Paulista
Posto km 358
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Tronco oeste CP-1970

IBGE-1970
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: SIM
ÚLTIMA VEZ: 2008
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Cia. Paulista de Estradas de Ferro (1910-1971)
FEPASA (1971-1998)
BAURU PAULISTA
Município de Bauru, SP (veja a cidade)
Ramal de Bauru - km 37,976
Linha-tronco oeste - km 339,797
  SP-0985
Altitude: -   Inauguração: 08.08.1910
Uso atual: usada pela Prefeitura (2014)   com trilhos
Data de construção do prédio atual: 1910
 
 
HISTORICO DA LINHA: O chamado tronco oeste da Paulista, um enorme ramal que parte de Itirapina até o rio Paraná, foi constituído em 1941 a partir da retificação das linhas de três ramais já existentes: os ramais de Jaú (originalmente construído pela Cia. Rio-clarense e depois por pouco tempo de propriedade da Rio Claro Railway, comprada pela Paulista em 1892), de Agudos e de Bauru. A partir desse ano, a linha, que chegava somente até Tupã, foi prolongada progressivamente até Panorama, na beira do rio Paraná, onde chegou em 1962. A substituição da bitola métrica pela larga também foi feita progressivamente, bem como a eletrificação da linha, que alcançou seu ponto máximo em 1952, em Cabrália Paulista. Em 1976, já com a linha sob administração da FEPASA, o trecho entre Bauru e Garça que passava pelo sul da serra das Esmeraldas, foi retificado, suprimindo-se uma série de estações e deixando-se a eletrificação até Bauru somente. Trens de passageiros, a partir de novembro de 1998 operados pela Ferroban, seguiram trafegando pela linha precariamente até 15 de março de 2001, quando foram suprimidos.
 
A ESTAÇÃO: A estação foi aberta em 1910, como ponta do ramal de Bauru. Como já existiam as estações Bauru-Sorocabana e Bauru-Noroeste, o nome da estação passou a ser Bauru-Paulista.

O álbum dos 50 anos da Cia. Paulista cita a estação como sendo "provisória", mas, aparentemente, é o mesmo prédio que sobrevive até ho
je; talvez a idéia de se centralizar tudo na estação da Noroeste, o que se deu no final dos anos 1930, tenha feito a Paulista não construir a "definitiva". Uma suposição que pode ser válida ou não, mas, lendo o caixa abaixo, pode-se, apesar das promessas feitas em 1929, ver que a construção de um novo prédio nunca ocorreu e que foi provavelmente afetado pela decisão posterior de se construir uma estação única.

Em 1937, a linha foi esticada até Piratininga, encontrando o ramal de Agudos, e, em 1941, passou a fazer parte do tronco oeste, ainda com bitola estreita.

O trecho entre Pederneiras e Bauru com a bitola alargada foi entregue somente em 15/06/1947.

A estação de Bauru-Paulista deixou de ser estação de embarque e desembarque, a
parentemente, já antes da inauguração da estação da Noroeste atual, em 1/9/1939, e que passou a centralizar essas funções, situada um pouco mais à frente da estação da Paulista, esta não tinha mais a função de embarque e desembarque, pois há fotos da estação original da Noroeste com venda de bilhetes para a Paulista e a Sorocabana num guichê exclusivo.

Em 1976, houve a desativação da linha de Piratininga; como o trem usava a estação da Noroeste para pegar e deixar os passageiros, ele passaria a voltar de ré no pátio, para seguir para Garça, pois a linha
nova de 1976 (variante Bauru-Garça) passou a sair logo depois da estação da Paulista, e antes da da Noroeste.

A eletrificação, que ia até Cabrália, a partir de agora, passou a terminar em Bauru, com a supressão da linha sul, construída nos anos 1920.

Nos últimos anos, Bauru-Paulista foi sede de uma das regionais da Fepasa.

Em janeiro de 1999, os trens de passageiros deixaram de circular. A estação passou a ser usada pela Ferroban, sucessora da Fepasa, mas somente algumas de suas salas, como escritório. É um prédio muito comprido e a parte em que os passageiros antigamente embarcavam era a que fica mais para o fundo, nas fotografias, que foram tomadas todas do lado da plataforma. Ao seu lado, ainda funcionava o CTC de Bauru, no dia em que lá estive pela primeira vez (em 1999) e tirei as fotos, com a anuência do auxiliar que trabalhava na estação.

No final de 2000, dezoito meses depois, testemunhas davam conta de que tudo estava já abandonado.

Curioso é o fato que, em 1971, portanto, pouco antes da formação da FEPASA, a Paulista anunciou pela imprensa (O Estado de S. Paulo, 8/9/1971) a construção de uma nova estação para ser usada por seus trens, separada da estação da Noroeste. A obra foi datada para ser entregue em julho de 1972. Ficou na história apenas.

"A estação está em poder da prefeitura de Bauru. A antiga casa do chefe da estação é onde funciona o Departamento de Preservação do Patrimônio Histórico de Bauru. O antigo armazém ainda não começou a ser reformado, e construções que haviam sido adicionadas ao conjunto original, da época da Companhia Paulista, foram removidas. O prédio onde funcionava o antigo Controle de Tráfego Centralizado, o CTC Bauru, vai ser mantido, mas ainda está vazio. A estação está sendo reformada aos poucos, e é ponto de partida do passeio do trem turístico, que está temporariamente suspenso, e vai abrigar algumas repartições da Prefeitura de Bauru, segundo consta, de áreas ligadas à cultura e preservação do patrimônio" (Mario Favaretto, 6/4/2014).

"(...) por vermos, nos mais insignificantes logarejos que têm a fortuna de ser servido (pela Paulista), bellissimas estações que, muitas vezes, é apontado como o mais bello edificio da resoectiva localidade. Em Bauru se deu o contrario. A estação local da Paulista está muito longe de merecer a denominação de edificio, sendo-lhe devido, com a maior justiça, a de pardieiro da peor espécie. Affirmavam os antigos moradores desta cidade e os antigos graduados das tres estradas que nos servem, que se tinhamos tres pessimas estações, a da Paulista, a da Sorocabana e da Noroeste, em compensção mais tarde teriamos um maravilhoso edificio para as tres estradas, dependendo isso de um accordo entre as referidas empresas, para a sua construcção. (...) Tal estado de cousas perdurou até agora. (...) Agora, a Companhia Paulista acaba de determinar que seja construida a sua estação de Bauru, em substituição ao pardieiro que até aqui a serviu, sob os protestos da população da cidade. (...) Ainda neste mes serão iniciados os serviços. A estação (...) será mais ou menos igual á de Pederneiras".
1929
AO LADO: O fato apresentado no artigo jamais aconteceu. O prédio é o mesmo até hoje e em 1939 deixou de funcionar como estação, ano em que foram concentrados todos os embarques e desembarques da CP, EFS e NOB na estação nova da Noroeste.(O Estado de S. Paulo, 4/4/1929)
1941
AO LADO:
Campanha pela linha de bitola larga até Bauru (O Estado de S. Paulo, 10/6/1941).
No pátio de Bauru Paulista muitas vezes era feita a troca de tração dos trens da Fepasa, depois de 1976, quando a eletrificação das linhas da antiga Companhia Paulista passou a terminar em Bauru e não mais em Cabrália, devido à eliminação da linha velha Bauru-Cabrália-Garça, eletrificada até Cabrália. Nesse mesmo ano entrou em operação a variante Bauru-Garça, sem eletrificação. Portanto, a partir de Bauru, somente poderiam seguir os trens para Panorama se antes trocassem a tração elétrica pela diesel. A partir do início de 1999, a eletrificação foi abandonada e a operação tornou-se desnessária.
1997
AO LADO:
Sobre este relato, veja tambem: Detalhes dessa troca de tração no ano de 1997.

ACIMA: O entroncamento das três ferrovias em Bauru. Ainda existe, mas a fotografia não tem data. Os trilhos que cruzam e saem para a esquerda correspondem aos da Sorocabana, sentido Agudos. Os que seguem em frente numa reta, bitola larga, são os da Companhia Paulista, sentido Garça. Os que seguem em bitola métrica para a direita são os da Noroeste, sentido Araçatuba (Foto Nilton Gallo, sem data).

ACIMA: Na estação de Bauru-Paulista, o trem a vapor turistico que parte alguns fins de semana de Bauru-Noroeste e faz esse percurso ida e volta. Em primeiro plano, a antiga placa de quilometragem não deixa ninguém duvidar da marcação (Foto Douglas Ruzon, 15/7/2012).

(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local; Ricardo Koracsony; Ricardo Frontera; Mario Favaretto; Douglas Ruzon; José H. Bellorio; Kenzo Sasaoka; O Estado de S. Paulo, 1929 e 1971; Jornal de Bauru; IBGE; Filemon Peres: Álbum dos 50 anos da Cia. Paulista, 1918; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht)
     

A estação, sem data, provavelmente anos 1910. Foto do Jornal da Cidade, de Bauru, piblicada em 29/07/2006

A estação"provisória" em 1918, ao fundo. Foto Filemon Peres. Aparentemente acabou sendo a definitiva.

A estação nos anos 1920. Acervo Museu de Bauru. Cessão Ricardo Frontera

A estação, em 1982. Foto José H. Bellorio

A estação, sem data. Foto José H. Bellorio

A estação, sem data. Autor desconhecido

A estação em 20/05/1999. Foto Ralph M. Giesbrecht

A estação de Bauru Paulista, em 06/04/2002, no total abandono. Foto Kenzo Sasaoka

Ainda de pé em 2014. Foto Ricardo Koracsony
     
Atualização: 04.11.2018
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.