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VXY Mogiana em MG
Indice de estações
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Bragança
Benjamin Constant
Travessa 29
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ESTIVE NO LOCAL: NÃO
ESTIVE NA ESTAÇÃO: NÃO
ÚLTIMA VEZ: S/D
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E. F. Bragança (1908?-1964)
BENJAMIN CONSTANT (antiga TIJOCA)
Município de Bragança, PA
E. F. Bragança - ramal de Benjamin Constant - km 247,300 (1960)   RS-4154
Altitude: -   Inauguração: 1908?
Uso atual: em ruínas (2011)   sem trilhos
Data de construção do prédio atual: n/d
 
 
HISTORICO DA LINHA: O ramal de Benjamin Constant parece ter sido aberto em 1908 com 26 quilômetros de extensão, partindo da estação de Bragança. Não era uma extensão da linha, pois sua bitola era de 60 cm, contra um metro da bitola da linha-tronco, que terminava em Bragança. Porém, há indicações de que em 1904 já operava. Em 1964, em péssimas condições de operação, fechou de vez: o fechamento do ramal foi determinado pela RI-50 emitida pela RFFSA em 27/5/1964.
 
A ESTAÇÃO: A colônia de Benjamin Constant localizada junto a Bragança é de fundação mais antiga, datando de 1894, bem longa da ponta dos trilhos nessa época.

Bem mais tarde, através de um ramal de 26 km de extensão, foi ligada a Bragança pela estrada de ferro. Esse ramal, de bitola de 60 centímetros, somente foi aberto após a chegada do tronco da E. F. Bragança à cidade de Bragança, em 1907, este com bitola métrica.

Entretanto, o Almanaque Garnier para 1907, lançado no final de 1906, escreve em sua página 195 que "acha-se funcionando a pequena estrada de ferro sistema Decauville (ou seja, 60 cm de bitola) que liga o porto de Sapucaia à sede do distrito colonial Benjamin Constant, com o desenvolvimento de 17,658 m". Ou seja, a ferrovia parecia já estar funcionando com parte de seu percurso total (de 29 km) antes da chegada dos trilhos da E. F. Bragança a Bragança, o que veio a ocorrer durante o ano de 1907.

Mas onde era o porto de Sapucaia, se todas as indicações levam-nos a crer que a estação de Bragança funcionaria como o ponto final de uma ferrovia e inicial de outra?

A colônia teve um desenvolvimento relativamente importante, tendo diversos engenhos de produção de aguardente em funcionamento, inclusive dois movidos a vapor. Foram introduzidos 956 colonos espanhóis, mas o grosso do povoamento constituiu-se de retirantes nordestinos.

A estação se chamou Tijoca por algum tempo, nos anos 1950.

"Seis quilômetros depois passei na Vila Tijoca, o primitivo núcleo urbano da Colônia Agrícola Benjamim Constant (a Estrada de Ferro começou a ser construída no início da Velha República e fez-lhe essa homenagem bem ao gosto dos militares positivistas). Nasci em Bragança - no Hospital Santo Antônio Maria Zaccaria, dos barnabitas até hoje - e me criei na Benjamim Constant. A velha estação do trem de Benjamim, depois de ser escola, foi abandonada e está sendo destruída. Manoela, do Museu Goeldi - que encontrei vindo de Belém para visitar Manoel Horácio, seu pai, na Benjamim - pediu que a Câmara Municipal tombe a Estação (no bom sentido). Está demorando. Pode ser que tombe materialmente antes. Incentivei-a a levantar recursos - conte comigo, Manoela - para pelo menos dar uma manutenção que impeça o processo de arruinamento. Ela ficou animada. Eu também. A vila vinha encolhendo. Agora, com a luz elétrica, está crescendo outra vez. A casa de meus pais ainda está de pé, pela metade. A Capela de São Raimundo Nonato está bem cuidada. O Cemitério mais ou menos. Visitei o túmulo de minha avó, que era imigrante espanhola (da família Alonso, ainda hoje numerosa em Bragança). Identifiquei outros nomes de famílias tipicamente espanhóis: Turiel (galegos), Quadros e Monteiros (aportuguesados)" (de antigo passageiro).

O ramal e a estação foram fechados oficialmente em 1964, pela RI-50, de 27/5/1964, emitida pela RFFSA.

ACIMA: Estação de Bragança e núcleo de Benjamim Constant em 1908 (Autor desconhecido). .

ACIMA: A indicação da foto acima é que ela seria a estação de Sapucaia, ou seja, do porto de Sapucaia, que seria o ponto de partida da E. F. Benjamin Constant, pelo menos, antes da chegada dos trilhos da bitola métrica a Bragança. Fica o mistério no ar (Autor e data desconhecidoa)

(Fontes: Revista Brasileira de Geografia, julho-setembro 1961; Guia Geral de Estradas de Ferro do Brasil, 1960)
     

     
     
Atualização: 08.05.2019
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.