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Crateús
Adão
Independência
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Ramal de Independência - 1960
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ESTIVE NO LOCAL: NÃO
ESTIVE NA ESTAÇÃO: NÃO
ÚLTIMA VEZ: N/D
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Rede de Viação Cearense (1961)
ADÃO
Município de Crateús, CE
Ramal de Independência - km 23   CE-4402
Altitude: -   Inauguração: 1961
Uso atual: em ruínas (2020)   sem trilhos
Data de construção do prédio atual: n/d
 
HISTORICO DA LINHA: A origem da linha Norte foi o trecho da E. F. de Sobral que ligava Sobral a Ipu (havia o trecho inicial, de Camocim a Sobral, que virou ramal). Em 1909, toda a E. F. de Sobral (Camocim-Ipu) foi juntado com a E. F. de Baturité para se criar a Rede de Viação Cearense, imediatamente arrendada à South American Railway. Em 1915, a RVC passa à administração federal. A linha da antiga E. F. de Sobral chega a seu ponto máximo em Oiticica, na divisa com o Piauí, em 1932, dezoito anos antes de Sobral ser unida a Fortaleza pela E. F. de Itapipoca (1950). Esses dois trechos passam então a constituir a linha Norte. Em 1957 passa a ser uma das subsidiárias formadoras da RFFSA e em 1975 é absorvida operacionalmente por esta. Em 1996 é arrendada juntamente com a malha ferroviária do Nordeste à Cia. Ferroviária do Nordeste (RFN). Trens de passageiros percorreram a linha Norte até o dia 12 de dezembro de 1988, sobrando depois disso apenas cargueiros e trens metropolitanos no trecho Fortaleza-Boqueirão.
 
A ESTAÇÃO: A implantação e construção do trecho ferroviário Crateús a Piquet Carneiro remonta aos anos de 1951/1952. A portaria 336 de 28/5/1952 aprovou o projeto para os 48 km de Crateús a Independência. Os estudos desse trecho foram feitos pelo Dr. Francisco Aires Coelho Cintra, entre outubro e novembro de 1951 e locado por Durval Borges. A execução dos serviços foi feita pelas construtoras Castro & Ferreira e Langer. O trecho total teria 181 km e o trecho até Independência foi concluído em 1964 (abaixo consta 1960).

Em 1960, a estrada de ferro foi concluída até Independência. Deu-se a inauguração em 1961, com a vinda de um trem lotado, de Crateús. Na época, teria sido Jânio Quadros que, como presidente da República, abandonou o plano de expansão da ferrovia. O ramal em bem menos tempo perdeu todos os trilhos e dormentes. Os prédios do Adão foram destruídos.

A quilometragem escrita acima (km 23) para a estação foi baseada na existência de uma ponte na linha, com o nome de Ponte do
Adão
, no km 23.

Abaixo, outro texto sobre o ramal foi cedido pelo Espaço Cultural História Viva - Antiga RFFSA. em 2021.

HISTÓRICO DA REDE FERROVIÁRIA FEDERAL ENTRE OS MUNICÍPIOS DE CRATEÚS E INDEPENDÊNCIA.


 

 

 

 

 

Espaço Cultural História Viva - Antiga RFFSA.

(http://onghistoriaviva.blogspot.com/p/estacao.html)

natanoliveirasilva@gmail.com

Cuida-se o presente estudo de histórico da estrada de ferro construída pela REDE FERROVIÁRIA FEDERAL SOCIEDADE ANÔNIMA – RFFSA entre os Municípios de Crateús e Independência.

Inicialmente o projeto de implantação/construção do trecho ferro viário, era de Piquet Carneiro/Crateús.

Inicialmente coube ao então Ministério de Viação e Obras Públicas, posteriormente Ministério dos Transportes. 

Por força da Portaria nº 336, de 28 de Maio de 1952, foi aprovado o projeto para implantação/construção dos 48kms de Crateús a Independência.

Os estudos do trecho de Independência para Crateús, foram feitos pelo Dr. Francisco Aires Coelho Cintra, no período de outubro e novembro de 1951, enquanto que os estudos de Piquet Carneiro para Independência foram executados pelos Drs. José Corrêa Costa e Francisco Aires Coelho Cintra, tendo início em outubro de 1951 e seu término em junho de 1952.

O trecho projetado de Crateús para Independência e aprovado pela Portaria à epígrafe, foi locada pelo senhor Durval Borges. ira e Langer a execução dos serviços, esta com sede em Fortaleza e aquela em Recife, Pernambuco.

O trecho ferroviário (Crateús) – Piquet Carneiro foi delegado ao 1º Grupamento de Engenharia de Construção por convênio entre o antigo Ministério de Viação e Obras Públicas e o antigo Ministério da Guerra, datado de 07 de Junho de 1955.

Contudo, cabe aqui registrar, que a ferrovia Crateús – Piquet Carneiro , tinha uma extensão de 181,00 km.

Por outro lado, a conclusão do trecho Crateús/Independência, foi executada no final de 1964.

A infra-estrutura teve início no Km 0,00 (Crateús) ao km 50,00  (Independência), com obras de artes especiais.

- Ponte Tourão no Km 2,00 com 52 metros de comprimento (Crateús)

- Pontilhão Dezoito no Km 18 com 10 metros de comprimento (idem)

- Ponte Adão no KM 23,00 com 80,00 metros de comprimento. (idem).

- Ponte Riacho Madeira no Km 27,00 com 10 metros de comprimento. (independência)

- Ponte Cunha no Km 30,00 com 10,00 metros de comprimento. (idem)

A ponte Adão, no KM 23 com 80 metros de comprimento é de encher os olhos, pela sua grandiosidade. Parece-nos que foi construída ontem.

No Km 23,00 (Adão), tinha um posto telegráfico; 2 casas de mestre de linha; 3 casas para trabalhador; casa de força e caixa d’água com capacidade de 35.000 m³.

No Km 50 (esplanada ferroviária de Independência) foram construídos:

Uma Estação de 3º classe
Uma casa para Agente
Uma casa para Mestre de Linha
Quatro casas para trabalhador
Uma casa de Força (energia)
Uma caixa d`água com capacidade para 35.000 litros.

Na esplanada de Independência, foram edificados os seguintes prédios:

Armazém
Depósito (centro pastoral)
Alojamento
Casa de força e luz.

Com efeito, em 26 de Novembro de 1975 o 1º Grupamento de Engenharia de Construção entrega a RFFSA, sistema regional de Recife, faz entrega da obra sem compromisso de qualquer natureza com terceiros, inclusive sem ônus de qualquer espécie.

É importante ressaltar, que os prejuízos dos proprietários do Km 0 (Crateús) ao KM 50 (Independência) foram enormes, visto que os mesmos tiveram suas propriedades rurais utilizadas sem o devido processo legal de desapropriação.

Com efeito, o 4º BEC, fez uma cessão de material metálico (trilhos) da superestrutura de aproximadamente 46 Km do sub-trecho Crateús-Independência para a 2ª Divisão-Cearense, no trecho Crateús-Oititica.

Desse modo, os cortes e aterros executados não foram mais conservados estando a merecer praticamente todo o serviço de recuperação.

Após o termo de entrega sem qualquer ônus de qualquer espécie, começaram a destruição em massa do trecho Crateús/Independência dos dormentes, além da retirada dos trilhos do remanescente de 4 km.

Os cortes e os aterros apresentam muita erosão.

Nas proximidades de Independência há um corte com uma extensão de mais ou menos um KM, com profundidade de cerca de 8 metros na pedra.

Registre-se, por fim, que existem nesta cidade muitos funcionários e pensionistas dos ex-funcionários da REFFSA.

Na época da conclusão do trecho, na estação de Independência, existia o seguinte letreiro:

IV EXÉRCITO
1º GRUPAMENTO DE ENGENHARIA
4º QUARTO BATALHÃO DE ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO
2ª COMPANHIA DE CONSTRUÇÃO

INDEPENDÊNCIA

ACIMA: Mapa de 1924, que já mostra o projeto do ramal Crateus-Girau, mas chegando não a esta última, mas a Girau - hoje Piquet Carneiro. Notar que não havia menção a uma estação entre Crateus e Independência (Adão, no caso), mas existia uma a ser construída em Benjamin Constant, próxima a Girau (Cessão Daniel Gentili).

ACIMA: Pátio ferroviário de Adão, com a caixa d'água em primeiro plano e com a ex-estação ao fundo (Foto Geraldo Langovsky em 2020).
(Fontes: Vangleso Pedrosa; Padre Machado; Coaraci Camargo; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht) /www.independenciano.com.br; http://onghistoriaviva.blogspot.com;
     

A estação de Adão em ruínas, em 2021
     
Atualização: 21.03.2022
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.