A ESTAÇÃO: A implantação
e construção do trecho ferroviário Crateús a Piquet Carneiro
remonta aos anos de 1951/1952. A portaria 336 de 28/5/1952 aprovou
o projeto para os 48 km de Crateús a Independência.
Os estudos deste trecho foram feitos pelo Dr. Francisco Aires Coelho
Cintra, entre outubro e novembro de 1951 e locado por Durval
Borges. A execução dos serviços foi feita pelas construtoras Castro
& Ferreira e Langer.
O trecho total teria 181 km e o trecho até
Independência foi concluído em 1964 (abaixo consta
1960).
No pátio da estação, além de uma
estação de 3ª classe (Independência), existiam os seguintes
imóveis: armazém, depósito, alojamento e uma casa de força
e luz, além de uma casa para o agente, uma casa para mestre
de linha, quatro casas para trabalhadores e uma caixa d'água para
35.000 litros. A 26/11/1975 (??? - esta data parece bastante errada,
visto que a inauguração do trecho ocorreu em 1961 -
ver abaixo) o 1º Grupamento de Engenharia de Construção entrega à
RFFSA o pátio e o trecho. Na época da conclusão, na estação
existia o seguinte letreiro: IV EXÉRCITO - 1º GRUPAMENTO DE ENGENHARIA
- 4º BATALHÃO DE ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO - 2ª COMPANHIA DE CONSTRUÇÃO
INDEPENDÊNCIA (ué, não eram as duas construtoras acima
que o construiriam?). Efetivamente, este batalhão ficou sediado na cidade durante a construção.
Em
1960, a estrada de ferro foi concluída até Independência. Deu-se
a inauguração do trecho em 1961, com a vinda de um trem lotado de Crateús.
Na época, teria sido Jânio Quadros que, como presidente da República, botou abaixo o plano de expansão da ferrovia. O ramal, em
bem pouco tempo, perdeu todos os trilhos e dormentes.
Os prédios da estação do Adão foram destruídos. "Durante anos a estação ferroviária
de Independência ficou esquecida pelo o poder público, abandonada
por todos e sem o devido reconhecimento histórico, sofreu o desgaste
do tempo. Somente em 2007 que os jovens membros da ONG História Viva
assumiram o prédio com a missão de o transformar em uma Casa da Memória
e Biblioteca" (Vangleso
Pedrosa, 2008).
Abaixo, outro texto sobre o ramal foi cedido pelo Espaço Cultural História Viva - Antiga RFFSA. em 2021.
(http://onghistoriaviva.blogspot.com/p/estacao.html)
natanoliveirasilva@gmail.com
Cuida-se o presente estudo de histórico da estrada de ferro construída pela REDE FERROVIÁRIA FEDERAL SOCIEDADE ANÔNIMA – RFFSA entre os Municípios de Crateús e Independência.
Inicialmente o projeto de implantação/construção do trecho ferro viário, era de Piquet Carneiro/Crateús.
Inicialmente coube ao então Ministério de Viação e Obras Públicas, posteriormente Ministério dos Transportes.
Por força da Portaria nº 336, de 28 de Maio de 1952, foi aprovado o projeto para implantação/construção dos 48kms de Crateús a Independência.
Os estudos do trecho de Independência para Crateús foram feitos pelo Dr. Francisco Aires Coelho Cintra, no período de outubro e novembro de 1951, enquanto que os estudos de Piquet Carneiro para Independência foram executados pelos Drs. José Corrêa Costa e Francisco Aires Coelho Cintra, tendo início em outubro de 1951 e seu término em junho de 1952.
O trecho projetado de Crateús para Independência e aprovado pela Portaria à epígrafe, foi locada pelo senhor Durval Borges. ira e Langer a execução dos serviços, esta com sede em Fortaleza e aquela em Recife, Pernambuco.
O trecho ferroviário (Crateús) – Piquet Carneiro foi delegado ao 1º Grupamento de Engenharia de Construção por convênio entre o antigo Ministério de Viação e Obras Públicas e o antigo Ministério da Guerra, datado de 07 de Junho de 1955.
Contudo, cabe aqui registrar, que a ferrovia Crateús – Piquet Carneiro , tinha uma extensão de 181,00 km.
Por outro lado, a conclusão do trecho Crateús/Independência foi executada no final de 1964.
A infra-estrutura teve início no Km 0,00 (Crateús) ao km 50,00 (Independência), com obras de artes especiais.
- Ponte Tourão no Km 2,00 com 52 metros de comprimento (Crateús)
- Pontilhão Dezoito no Km 18 com 10 metros de comprimento (idem)
- Ponte Adão no KM 23,00 com 80,00 metros de comprimento. (idem).
- Ponte Riacho Madeira no Km 27,00 com 10 metros de comprimento. (independência)
- Ponte Cunha no Km 30,00 com 10,00 metros de comprimento. (idem)
A ponte Adão, no KM 23 com 80 metros de comprimento é de encher os olhos, pela sua grandiosidade. Parece-nos que foi construída ontem.
No Km 23,00 (Adão), tinha um posto telegráfico; 2 casas de mestre de linha; 3 casas para trabalhador; casa de força e caixa d’água com capacidade de 35.000 m³.
No Km 50 (esplanada ferroviária de Independência) foram construídos:
Uma Estação de 3º classe
Uma casa para Agente
Uma casa para Mestre de Linha
Quatro casas para trabalhador
Uma casa de Força (energia)
Uma caixa d`água com capacidade para 35.000 litros.
Na esplanada de Independência, foram edificados os seguintes prédios:
Armazém
Depósito (centro pastoral)
Alojamento
Casa de força e luz.
Com efeito, em 26 de Novembro de 1975 o 1º Grupamento de Engenharia de Construção entrega a RFFSA, sistema regional de Recife, faz entrega da obra sem compromisso de qualquer natureza com terceiros, inclusive sem ônus de qualquer espécie.
É importante ressaltar, que os prejuízos dos proprietários do Km 0 (Crateús) ao KM 50 (Independência) foram enormes, visto que os mesmos tiveram suas propriedades rurais utilizadas sem o devido processo legal de desapropriação.
Com efeito, o 4º BEC, fez uma cessão de material metálico (trilhos) da superestrutura de aproximadamente 46 Km do sub-trecho Crateús-Independência para a 2ª Divisão-Cearense, no trecho Crateús-Oititica.
Desse modo, os cortes e aterros executados não foram mais conservados estando a merecer praticamente todo o serviço de recuperação.
Após o termo de entrega sem qualquer ônus de qualquer espécie, começaram a destruição em massa do trecho Crateús/Independência dos dormentes, além da retirada dos trilhos do remanescente de 4 km.
Os cortes e os aterros apresentam muita erosão.
Nas proximidades de Independência há um corte com uma extensão de mais ou menos um KM, com profundidade de cerca de 8 metros na pedra.
Registre-se, por fim, que existem nesta cidade muitos funcionários e pensionistas dos ex-funcionários da REFFSA.
Na época da conclusão do trecho, na estação de Independência, existia o seguinte letreiro:
IV EXÉRCITO
1º GRUPAMENTO DE ENGENHARIA
4º QUARTO BATALHÃO DE ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO
2ª COMPANHIA DE CONSTRUÇÃO
INDEPENDÊNCIA
ACIMA: Mapa de 1924, que já mostra o projeto
do ramal Crateus-Girau, mas chegando não a esta última,
mas a Girau - hoje Piquet Carneiro. Notar que não havia menção
a uma estação entre Crateus e Independência (Adão,
no caso), mas existiria uma em Benjamin Constant, próxima a
Girau (Cessão Daniel Gentili).
(Fontes: Thiago O. Assis; Daniel Gentili; Roosevelt
Reis; Vangleso Pedrosa; Padre Machado; Coaraci Camargo; /www.independenciano.com.br;
http://onghistoriaviva.blogspot.com; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht) |