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Ramal Férreo
do Cantagalo (1881-1888)
E. F. Macaé a Campos (1888-1890)
E. F. Leopoldina (1890-1967) |
LARANJAIS
(antiga LARANJEIRAS)
Município de Itaocara, RJ |
Linha do Cantagalo - km 251,020 (1960) |
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RJ-1876 |
Altitude: - |
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Inauguração: 1881 |
Uso atual: demolida |
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sem trilhos |
Data de construção do
prédio atual: n/d (já demolido) |
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HISTORICO DA LINHA: O
que se convencionou chamar de Linha do Cantagalo pela E. F. Leopoldina
correspondia a apenas parte da E. F. Cantagalo, ferrovia original
da região. Entre 1860 e 1873, a linha foi construída e aberta entre
Porto das Caixas e Macuco, além da cidade de Friburgo. Essa linha
originalmente tinha a bitola de 1,676m, depois reduzida para 1,109m
e finalmente para métrica. O prolongamento desde a estação de Cordeiro,
nesse trecho, até Portela, Às margens do rio Paraíba do Sul, somente
foi aberto por pequenos trechos, entre 1876 e 1890, e esse trecho
no início era chamado de Ramal Férreo do Cantagalo. Em 1890 a Leopoldina
já era dona de todo o trecho, e passou a utilizar o termo Linha do
Cantagalo. Esta linha foi fechada por partes: entre Cachoeira de Macacu
e Portela a supressão ocorreu em 1967, enquanto que o trecho inicial
foi suprimido em 1973. Os
trens de passageiros acabaram antes: entre 1962 e 1963 no trecho Cantagalo-Portela
e em
15 de julho de 1964
no trecho Cachoeira de Macacu-Cantagalo. Em
1969, o trecho inicial do ramal também teve os trens cancelados. |
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A ESTAÇÃO: A estação
de Laranjais foi aberta em 1881 na Fazenda Laranjeiras.
A primeira concessão da E. F. Cantagalo era para que
a linha seguisse até a fazenda das Areias, a partir
de Cantagalo. Logo depois, foi modificada para que o trajeto
novo fosse até a fazenda. A linha de Areias acabou nunca
sendo construída.
Alaor Eduardo Scisínio afirma no seu
livro Itaocara, Uma Democracia Rural, de 1991, que "O Engenho
Central Laranjeiras criou e extinguiu uma linha férrea de passageiros
e carga ligando a sede da Usina ao Valão do Barro, no município de
São Sebastião do Alto, passando por Estrada Nova.
O
progresso de Laranjeiras (posteriomente Laranjais) foi vertiginoso,
principalmente em função do desenvolvimento do Engenho Central, localidade
que dista, apenas um quilômetro da sede do distrito e que fora comprada
por Luiz Corrêa da Rocha. Para se ter uma pálida idéia da importância
do Engenho Central, uma verdadeira cidade particular, é de se dizer que além da fabricação de açúcar,
álcool, tecidos e balas (busi), que empregava grande número de mão-de-obra,
ainda possuía linha férrea particular, serviço de abastecimento de
água e energia elétrica própria, hospital, farmácia, cinema, hotel,
armazém, clube social (o dos brancos na rua do Cinema e o dos "moreninhos"
no bairro Olaria), e até dinheiro próprio, aceito, por sua credibilidade,
mesmo fora do Engenho Central (...)
Apesar de ser o anseio geral da
juventude local, nem todos tiveram as mesmas oportunidades, nem todos
tiveram a mesma sorte de, um dia, pegar o trem, passar por Laranjais
e por Batatal, e desembarcar orgulhoso na estação às margens do Paraíba
como primeiranista daquela conceituada instituição de ensino (o Ginásio
Itaocara, na sede) (...)
Hoje, o cenário do Engenho Central é bem
diferente do que se via no passado, em face dos anos que decorreram
desde o encerramento das atividades da usina de açúcar. Não é difícil
imaginar a tristeza que certamente dominou a quantos estavam presentes
no último instante de vida da usina, a derradeira volta das engrenagens,
a última porção de açúcar produzida. O relógio está lá marcando este
momento: 07h54m. O cenário mudou, mas os traços de beleza permanecem
em qualquer direção que se olha. O prédio da velha usina, oco e deserto
no seu interior, não perdeu a imponência e ergue-se ainda hoje num
silêncio expressivo, à espera, quem sabe, de que possa vir a abrigar
novamente atividades dignas de sua história. A grande chaminé continua
firme, apontando para o céu" (www.itaocararj.com.br)
Nos anos 1940, o nome da estação foi alterado para Laranjais.
Nos anos 1950, o distrito de Laranjais tinha 5.488 habitantes.
Em algum
dia entre setembro de 1962 e julho de 1963, os trens de passageiros
entre Cantagalo e Portela deixaram de circular (Guias
Levi, 1962-1965).
Ainda segundo Alaor Eduardo Scisinio, no livro Itaocara, Uma Democracia Rural, de 1991: "O trecho foi fechado
ainda no governo de João Goulart, portanto, antes de
março de 1964. Confere. Em 30/05/1967, o trecho de Conselheiro
Paulino até Portela foi oficialmente suprimido.
Segundo Alexandre Roque, de Laranjais, em abril de 2004, o
prédio da estação já havia sido demolido havia
mais de vinte anos e em seu lugar já existia ali uma praça.
(Veja também E.
F. USINA LARANJEIRAS)
ACIMA: A locomotiva da Leopoldina (ver o L. R. na lateral)
no que seria o Engenho Central. Ou seria na estação?
As locomotivas da Leopoldina entrariam nas linhas do Engenho? (Foto sem data. Autor
desconhecido).
ACIMA: A usina Laranjeiras, em foto de 1939. A linha
em primeiro plano pode ser a linha do Cantagalo, mas também
poderia ser a ferrovia de propriedade da fazenda. Notar os três
desvios com vagões de cana. A usina, que mantinha cinema, posto
médico e até um parque de diversões, foi fechada
nos anos 1970 (Foto Revista da Semana, 9/9/1939).
(Fontes: Alexandre Roque, 2004; laranjais-ontemehoje.blogspot.com;
www.itaocararj.com.br; Alaor Eduardo Scisinio: Itaocara, Uma Democracia
Rural, 1991; Guia Geral das Estradas de Ferro do Brasil, 1960; Guias
Levi, 1932-79; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht) |
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A estação de Laranjais, à esquerda. Anos
1950 (laranjais-ontemehoje.blogspot.com) |
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Atualização:
29.11.2022
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