A B C D E
F G H I JK
L M N O P
Q R S T U
VXY Mogiana em MG
Indice de estações
...
Meio da Serra
Alto da Serra
Petrópolis
...

...
ESTIVE NO LOCAL: NÃO
ESTIVE NA ESTAÇÃO: NÃO
ÚLTIMA VEZ: S/D
...
 
E. F. Príncipe do Grão Pará (1883-1890)
E. F. Leopoldina (1890-1964)
ALTO DA SERRA
Município de Petrópolis, RJ
Linha do Norte - km 55,456 (1960)   RJ-1943
Altitude: 841 m   Inauguração: 20.02.1883
Uso atual: demolida   sem trilhos
Data de construção do prédio atual: n/d (já demolido)
 
 
HISTORICO DA LINHA: A linha que unia o centro do Rio de Janeiro a Petrópolis e Três Rios foi construída por empresas diferentes em tempos diferentes. Uma pequena parte dela é a mais antiga do Brasil, construída pelo Barão de Mauá em 1854 e que unia o porto de Mauá (Guia de Pacobaíba) à estação de Raiz da Serra (Vila Inhomerim). O trecho entre esta última e a estação de Piabetá foi incorporada pela E. F. Príncipe do Grão Pará, que construiu o prolongamento até Petrópolis e Areal entre os anos de 1883 e 1886. Finalmente a estação de Areal foi unida à de Três Rios em 1900, já pela Leopoldina. Finalmente, o trecho entre o a estação de São Francisco Xavier, na Central do Brasil, e Piabetá foi entregue entre 1886 e 1888 pela chamada E. F. Norte, que neste último ano foi comprada pela R. J. Northern Railway. Finalmente, em 1890, a linha toda passou para o controle da Leopoldina. Em 1926 a linha foi estendida finalmente até a estação de Barão de Mauá, aberta nesse ano, eliminando-se a baldeação em São Francisco Xavier. O trecho entre Vila Inhomerim e Três Rios foi suprimido em 5 de novembro de 1964. Segue operando para trens metropolitanos todo o trecho entre o centro do Rio de Janeiro e Vila Inhomerim.
 

A ESTAÇÃO: A estação de Alto da Serra foi inaugurada em 1883.

Sua função é descrita a seguir: "A linha de cremalheira partindo da Raiz da Serra na cota 31,100 m vence a altura de 842,300 m no alto da serra, seu ponto culminante, com o desenvolvimento de 6,023 km, tendo-se empregado a máxima declividade de 15% e o raio mínimo de 149,91 m, correspondente á curva de 7,39º. A linha segue em grande parte para o vale de Caiuaba, transpondo-o duas vezes em grande viaduto de colunas de ferro entre os quilômetros 4 e 5 e em ponte de alvenaria pouco antes do quilômetro 4. Além dessas obras de arte contam-se mais o viaduto do Bonini sobre colunas de ferro entre os quilômetros 5 e 6, a ponte sobre o Caiuaba-mirim com três vãos entre os quilômetros 4 e 5, a ponte do Batista antes do quilômetro 1. Do alto da serra a Petrópolis é a linha construída pelo sistema ordinário com o desenvolvimento de 2,844 km de extensão, acompanha o vale do Palatinado e o transpõe duas vezes em pontes de superestrutura metálica.

A declividade máxima nesse trecho é de 2% e o raio mínimo de 89,94 m, correspondente á curva de 12º46'. Esta linha férrea com cremalheira forma uma secção da linha que liga o Rio a Petrópolis. A linha de cremalheira começa na Raiz da Serra e se eleva de 31 a 810 m até o Alto da Serra, estação que fica a 841 m do nível do mar, em uma distância de 6.104 m sendo a rampa mais forte de 19% e o raio mínimo das curvas de 150 m. O sistema usado nessa serra é o de cremalheira 'Riggenback'. Para a tração nesse trecho ha locomotivas de cremalheira, algumas capazes de levar serra acima uma carga de 28 ton trens de passageiros e 35 em trens de mercadorias e outras de levar 24 e 26 respectivamente em trens de passageiros e mercadorias. O peso das mais possantes dessas maquinas é de 24 toneladas e os seus cilindros são de 13.3/4" x 19.11/16".

O tráfego de passageiros entre Rio e Petrópolis é considerável; na secção da linha de cremalheira é necessário dividir o trem em secções, que não excedam um peso bruto de 28 ton; foi portanto preciso empregar um tipo de carros para passageiros, em que a totalidade de força de impulso da locomotiva fosse aproveitada, carregando ao mesmo tempo um número máximo de passageiros num peso mínimo de tara para cada carro. Os carros têm 42'10.1/2" na linha dos para-choques, 26'7.1/2" entre os centros dos trucks, com uma largura de - 8'8. 1/2" e 8 11.1/2 por fora das guarnições.

A sua tara é de 13 toneladas ou 750 libras por passageiro; tem assentos para 40 passageiros, podendo os encostos ser voltados num e noutro sentido, são estofados em palhinha, frescos e confortáveis. A estrutura inferior e o assoalho são construídos de pinho de Riga e madeira nacional, de modo a combinar a maior resistência com o menor peso possível. O interior dos carros tem um acabamento simples e bonito em madeira de carvalho
" (Resumo Histórico da Leopoldina Railway, de Edmundo Siqueira, 1938).

Em Alto da Serra, os carros eram desengatados das locomotivas da cremalheira que subiam a linha desde Vila Inhomerim, geralmente com dois deles por locomotiva, e juntados, geralmente em número de quatro, para seguir com uma vapor, ou diesel, dependendo de que época estávamos falando, até Petrópolis e Três Rios.

Com o fechamento da linha entre Vila Inhomerim e Três Rios em 5 de novembro de 1964, tudo em Alto da Serra foi desativado. No lugar da estação foi construído um conjunto habitacional. Não sobrou nada.

(Veja video da estação em 1920)


ACIMA: De acordo com a legenda da fotografia do livro de onde foi extraída esta foto: "O encontro das estradas de ferro e de rodagem antiga, por volta de 1885, onde principiava a estrada da Vila Teresa, depois rua Teresa. Perto, ficava o bois, que de bosque só tinha o nome, e onde os veranistas vinham aguardar os diaristas que chegavam do Rio". (Foto Marc Ferrez).

ACIMA: Grupo de congressistas regressando de Petropolis posa na estação de Alto da Serra em 1905 (Revista da Semana, 3/9/1905).

ACIMA: Parada em Alto da Serra em 1911, enquanto se troca a locomotiva (Revista da Seama, 19/1/1911


ACIMA: Pátio da estação de Alto da Serra. Sem data (Autor desconhecido).

ACIMA: Duas fotografias comparam o mesmo local, que abrigava o pátio ferroviário da estação de Alto da Serra em Petrópolis, no final do século XIX... e em 2014 (Fotos Otto Hees e Cleiton Pierruccini).

(Fontes: Cleiton Pierruccini; Eduardo Moreira; Otto Hees; Antonio Pastori; Marc Ferrez; Revista da Semana, 1905 e 1926; Edmundo Siqueira: Resumo Histórico da Leopoldina Railway, 1938; Cyro Pessoa Jr.: Estudo Descritivo das Estradas de Ferro do Brasil, 1886; Guia Geral das Estradas de Ferro do Brasil, 1960; Guias Levi, 1932-80; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht)

     

A estação de Alto da Serra na virada do século XX. Autor desconhecido

Próximo à estação de Alto da Serra, em 1926: o cruzamento da ferrovia com a rodovia Rio-Petrópolis. Foto Revista da Semana, 1926

A estação de Alto da Serra aparece, nesta foto sem data, à esquerda, em cima. Foto Antonio Pastori
 
     
Atualização: 03.04.2020
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.