E. F. Matari (Municípios de Goiana e de Nazaré da Mata, PE) |
As
ferrovias particulares brasileiras - aqui classificando-as como
sendo ferrovias que não eram de uso público, sendo
utilizadas apenas dentro de empresas, indústrias, usinas
e outras - foram pouquíssimo estudadas e pesquisadas no Brasil.
Uma ou outra têm mais informação: seu patrimônio
se esvaiu há décadas, vendido como sucata em grande
maioria, sem que sua memória tenha sido resgatada. Por isso,
o que se vê é um estudo com dados mínimos e
colhidos em fontes diversas, nem sempre confiáveis (Ralph
M. Giesbrecht). Proprietários identificados:
Pessoa Maranhão & Cia. (1914) |
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É
sempre interessante ressaltar que as ferrovias de usinas e engenhos
centrais tiveram, pelo menos para Pernambuco, uma importância
enorme desde o final do século XX até pelo menos meados
do século XX. Para que se tenha uma idéia, segundo
a Revista do Instituto Archeologico, Historico e Geographico Pernambucano,
vol. XXIV, jan-dez 1922, no
ano de 1922 as linhas da Great Western, que levavam para o interior
do estado, para Maceió e para João Pessoa e Natal, totalizavam
890 km em território pernambucano, enquanto as ferrovias particulares
das usinas atingiam 1.163 km, ou seja, 30% a mais. Era uma época
em que Pernambuco era o maior produtor e exportado de açúcar
do Brasil, possuindo mais de 2500 engenhos, sendo que 490 forneciam
cana às usinas dos Engenhos Centrais. A ferrovia, de acordo com mapa do IBGE dos anos 1950, passava em sua maior parte no município de Nazaré da Mata, terminando dentro do município vizinho de Goiana. Tinha diversos ramais e bitola classificada como "estreita", o que pela convenção significa qualquer bitola inferior a 1 metro. A mais utilizada era a bitola de 60 cm, mas de forma alguma se pode afirmar categoricamente que esta ferrovia a utilizava. Como outras ferrovias particulares da região, esta não se ligava a nenhuma ferrovia de uso público. A ferrovia mais próxima era a linha Recife-João Pessoa da Great Western, depois RFN (Rede Ferroviária do Nordeste). No site www.abreuelima.pe.gov.br, há uma citação que permite localizar a sede do Engenho Matari em Goiana, em 1828, portanto bem antes da instalação da ferrovia. Não se encontraram outras referências a esta ferrovia. Não se conhece sua data de instalação nem sua data de desativação. |
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Ao
lado, em maior detalhe, o curto trecho da E. F. Matari: o mapa de cima
mostra o municípío de Goiana, com a localidade de Matari,
onde se supóe ser a usina. Às
margens do riacho Matari-Mirim, passa por Matari e sobe até o
local Taipu. Provavelmente toda esta área estaria dentro do Engenho
Matari, que ocuparia áreas pertencentes aos dois municípios
(Goiana e Nazaré da Mata). A
linha que passa à direita de Itaquitinga já é parte
da ferrovia de outra usina, a Santa Teresinha
(Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, volume IV, IBGE,
1958). |
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Ao lado, também em maor detalhe, mas em menor escala do que o mapa de cima, outra parte da ferrovia de Matari, a está no município de Nazaré da Mata: ela parte do local de nome Gonubinha, ao sul, e depois de atingir as margens do rio Tracunhaém, acompanha-o, subindo para o norte, entrando pelo município de Goiana (Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, volume IV, IBGE, 1958). |