E. F. Matari
(Municípios de Goiana e de Nazaré da Mata, PE)

 

As ferrovias particulares brasileiras - aqui classificando-as como sendo ferrovias que não eram de uso público, sendo utilizadas apenas dentro de empresas, indústrias, usinas e outras - foram pouquíssimo estudadas e pesquisadas no Brasil. Uma ou outra têm mais informação: seu patrimônio se esvaiu há décadas, vendido como sucata em grande maioria, sem que sua memória tenha sido resgatada. Por isso, o que se vê é um estudo com dados mínimos e colhidos em fontes diversas, nem sempre confiáveis (Ralph M. Giesbrecht).

Nome: Estrada de Ferro Matari.

Bitola: menor que 1,00 m

Extensão: 10 (1)


Data de início das atividades: n/d

Desativação: n/d

Proprietários identificados: Pessoa Maranhão & Cia. (1914)

ACIMA: Mapa ferroviário do Estado de Pernambuco, c. 1940. O ponto vermelho a leste indica a localização aproximada desta ferrovia (Acervo Ralph M. Giesbrecht).

ACIMA: a linha da E. F. Matari no município de Nazaré da Mata (canto direito superior), e que continua... ABAIXO: ...pelo município de Goiana, no canto esquerdo superior do mapa deste município
(Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, volume IV, IBGE, 1958).


(1) Quilometragem em 1914, segundo o livro História das Usinas de Açúcar de Pernambuco, Manuel Correia de Andrade, 1989

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É sempre interessante ressaltar que as ferrovias de usinas e engenhos centrais tiveram, pelo menos para Pernambuco, uma importância enorme desde o final do século XX até pelo menos meados do século XX. Para que se tenha uma idéia, segundo a Revista do Instituto Archeologico, Historico e Geographico Pernambucano, vol. XXIV, jan-dez 1922, no ano de 1922 as linhas da Great Western, que levavam para o interior do estado, para Maceió e para João Pessoa e Natal, totalizavam 890 km em território pernambucano, enquanto as ferrovias particulares das usinas atingiam 1.163 km, ou seja, 30% a mais. Era uma época em que Pernambuco era o maior produtor e exportado de açúcar do Brasil, possuindo mais de 2500 engenhos, sendo que 490 forneciam cana às usinas dos Engenhos Centrais.

A ferrovia, de acordo com mapa do IBGE dos anos 1950, passava em sua maior parte no município de Nazaré da Mata, terminando dentro do município vizinho de Goiana. Tinha diversos ramais e bitola classificada como "estreita", o que pela convenção significa qualquer bitola inferior a 1 metro. A mais utilizada era a bitola de 60 cm, mas de forma alguma se pode afirmar categoricamente que esta ferrovia a utilizava. Como outras ferrovias particulares da região, esta não se ligava a nenhuma ferrovia de uso público. A ferrovia mais próxima era a linha Recife-João Pessoa da Great Western, depois RFN (Rede Ferroviária do Nordeste). No site www.abreuelima.pe.gov.br, há uma citação que permite localizar a sede do Engenho Matari em Goiana, em 1828, portanto bem antes da instalação da ferrovia.

Não se encontraram outras referências a esta ferrovia. Não se conhece sua data de instalação nem sua data de desativação.

Ao lado, em maior detalhe, o curto trecho da E. F. Matari: o mapa de cima mostra o municípío de Goiana, com a localidade de Matari, onde se supóe ser a usina. Às margens do riacho Matari-Mirim, passa por Matari e sobe até o local Taipu. Provavelmente toda esta área estaria dentro do Engenho Matari, que ocuparia áreas pertencentes aos dois municípios (Goiana e Nazaré da Mata). A linha que passa à direita de Itaquitinga já é parte da ferrovia de outra usina, a Santa Teresinha (Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, volume IV, IBGE, 1958).









Ao lado, também em maor detalhe, mas em menor escala do que o mapa de cima, outra parte da ferrovia de Matari, a está no município de Nazaré da Mata: ela parte do local de nome Gonubinha, ao sul, e depois de atingir as margens do rio Tracunhaém, acompanha-o, subindo para o norte, entrando pelo município de Goiana (Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, volume IV, IBGE, 1958).