E. F. Nossa Senhora das
Maravilhas (Município de Goiana, PE) |
As
ferrovias particulares brasileiras - aqui classificando-as como
sendo ferrovias que não eram de uso público, sendo
utilizadas apenas dentro de empresas, indústrias, usinas
e outras - foram pouquíssimo estudadas e pesquisadas no Brasil.
Uma ou outra têm mais informação: seu patrimônio
se esvaiu há décadas, vendido como sucata em grande
maioria, sem que sua memória tenha sido resgatada. Por isso,
o que se vê é um estudo com dados mínimos e
colhidos em fontes diversas, nem sempre confiáveis (Ralph
M. Giesbrecht). |
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É
sempre interessante ressaltar que as ferrovias de usinas e engenhos
centrais tiveram, pelo menos para Pernambuco, uma importância
enorme desde o final do século XX até pelo menos meados
do século XX. Para que se tenha uma idéia, segundo
a Revista do Instituto Archeologico, Historico e Geographico Pernambucano,
vol. XXIV, jan-dez 1922, no
ano de 1922 as linhas da Great Western, que levavam para o interior
do estado, para Maceió e para João Pessoa e Natal, totalizavam
890 km em território pernambucano, enquanto as ferrovias particulares
das usinas atingiam 1.163 km, ou seja, 30% a mais. Era uma época
em que Pernambuco era o maior produtor e exportado de açúcar
do Brasil, possuindo mais de 2500 engenhos, sendo que 490 forneciam
cana às usinas dos Engenhos Centrais. A ferrovia da Usina Nossa Senhora das Maravilhas ficava ao norte do município de Goaiana, não muito longe de sua sede. O mapa abaixo, de 1958, mostra uma ferrovia curta e que acompanha o rio Capibaribe-Mirim até a sua foz no rio Goiana. Ainda pelo mapa, a abiotla seria inferior a 1 metro. Ainda existe, em bom estado de conservação em 2006, uma locomotiva a vapor que serviu nessa ferrovia exposta, estática, na Usina Santa Teresa, no mesmo município de Goiana. Trata-se de uma W. G. Bagnall 0-4-2T, inglesa, de 1913, bitola de 75 cm, que deve ter sido a bitola da ferrovia. Também existe outra máquina a vapor, uma Orenstein & Koppel 0-4-0T, mas de bitola 60 cm (uma das duas locomotivas deve ter sofrido mudança de bitola), que também pertenceu à Usina Rio Tinto. A máquina está em péssimo estado de conservação, enferrujada e bastante incompleta, exposta ao tempo, na Usina Cruangi, em Timbaúba, PE. |
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