| E. F. da Usina Cansanção
de Sinimbu (Município de Jequiá da Praia, AL) |
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As ferrovias particulares brasileiras
- aqui classificando-as como sendo ferrovias que não eram
de uso público, sendo utilizadas apenas dentro de empresas,
indústrias, usinas e outras - foram pouquíssimo estudadas
e pesquisadas no Brasil. Uma ou outra têm mais informação:
seu patrimônio se esvaiu há décadas, vendido
como sucata em grande maioria, sem que sua memória tenha
sido resgatada. Por isso, o que se vê é um estudo com
dados mínimos e colhidos em fontes diversas, nem sempre confiáveis
(Ralph M. Giesbrecht). Proprietários identificados: (1) Segundo a bitola da locomotiva exposta na Usina
Tiúma - livro
Inventário
das Locomotivas a Vapor do Brasil, Memória Ferroviária,
de Regina Perez (Notícia & Cia., 2006)
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A
história da Companhia Usina Cansanção de Sinimbu começou há 134 anos.
A idéia de construir uma usina de beneficiamento de cana para a produção
de açúcar e álcool havia surgido no ano de 1892 em reunião onde estavam
presentes José Torquato de Araújo Barros, proprietário do Engenho Jequiá;
Manoel Duarte V. Ferreira Ferro, co-proprietário e representante dos
herdeiros do Engenho Ilha; José Luiz Soares, comerciante e o inglês
Arthur L. G. Williams, representante da firma exportadora de açúcar
Williams & Co. A empresa foi oficialmente fundada no dia 13 de abril
de 1893 e tinha como um dos incorporadores João Lins Vieira Cansanção
de Sinimbu, o Visconde de Sinimbu, vindo daí o nome da indústria. Estabelecendo
para as gerações posteriores sua visão futurista de produtividade, já
em 1908 era prática corrente na Companhia fazer a análise química do
solo onde plantava a cana e aplicava a adubação orgânica nas suas lavouras
e na década de 1930 recebia do Ministério da Agricultura certificado
de qualidade e licença para comercializar o combustível “Simbulina”.
Em julho de 1951 Benedito Silveira Coutinho e Antônio Silveira Coutinho
assumiram o controle acionário da empresa mantido até os dias atuais
pela família (texto anterior do jornal Folha do Sudoeste, 6/12/2006).
Fica hoje situada no município alagoano de Jequiá da Praia. No mapa do IBGE da Enciclopédia dos Municípios Brasileiros de 1958 o município de Jequiá da Praia ainda fazia parte (a emancipação foi em 1998) do município de São Miguel dos Campos, mas ali não é mostrada nem a localização da usina em si nem a sua ferrovia. Não consegui a data de implantação da ferrovia, porém, uma inscrição na parte anterior da locomotiva hoje exposta no pátio da usina (uma Orenstein Kappel alemã?) afirma que "adquirido em 1934, desativada em 1968, 34 anos a serviço do desenvolvimento da Sinimbu" é uma indicação do tempo de atividade da locomotiva, não da ferrovia, pois em fotos de 1922 (abaixo), as linhas já existiam. Poderíamos assumir a desativação da ferrovia como tendo sido 1968? Há uma outra locomotiva que está hoje exposta (e bem conservada) na Usina Tiúma, em São Lourenço da Mata, Pernambuco, uma Baldwin 2-6-0, americana, de bitola 60 cm, que rodou na ferrovia da usina Cansanção de Sinimbu. Teria sido esta a bitola da ferrovia da Usina Cansanção de Sinimbu ou a locomotiva, que supostamente não rodou na Usina Tiúma, teria tido sua bitola reduzida? |
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