E. F. Usina Catende (Município de Serinhaém, PE) |
As ferrovias particulares brasileiras
- aqui classificando-as como sendo ferrovias que não eram
de uso público, sendo utilizadas apenas dentro de empresas,
indústrias, usinas e outras - foram pouquíssimo estudadas
e pesquisadas no Brasil. Uma ou outra têm mais informação:
seu patrimônio se esvaiu há décadas, vendido
como sucata em grande maioria, sem que sua memória tenha
sido resgatada. Por isso, o que se vê é um estudo com
dados mínimos e colhidos em fontes diversas, nem sempre confiáveis
(Ralph M. Giesbrecht) Proprietários identificados:
Antonio Ferreira da Costa Azevedo (1931) |
Página Inicial Indice | |
É
sempre interessante ressaltar que as ferrovias de usinas e engenhos
centrais tiveram, pelo menos para Pernambuco, uma importância
enorme desde o final do século XX até pelo menos meados
do século XX. Para que se tenha uma idéia, segundo
a Revista do Instituto Archeologico, Historico e Geographico Pernambucano,
vol. XXIV, jan-dez 1922, no
ano de 1922 as linhas da Great Western, que levavam para o interior
do estado, para Maceió e para João Pessoa e Natal, totalizavam
890 km em território pernambucano, enquanto as ferrovias particulares
das usinas atingiam 1.163 km, ou seja, 30% a mais. Era uma época
em que Pernambuco era o maior produtor e exportado de açúcar
do Brasil, possuindo mais de 2500 engenhos, sendo que 490 forneciam
cana às usinas dos Engenhos Centrais. A usina de Catende foi fundada em 1890. Trocou de donos diversas vezes, até que, no final dos anos 1920, era a maior usina de açúcar do Brasil. Nessa época, possuía 43 propriedades agrícolas, uma via férrea própria com 140 quilômetros, 11 locomotivas e 266 vagões (ANDRADE, Manuel Correia de, História das usinas de açúcar de Pernambuco. Ed. Massangana, 1989). Em 1931, era considerada a maior usina do Brasil, "quiçá da América do Sul". Dispunha de 150 km de via férrea e de 13 locomotivas, que faziam o transporte de suas canas (Anuário dos Diários Associados, 1931). Charles Small, americano que estava a serviço do seu país no Nordeste brasileiro durante a Segunda Guerra Mundial, visitou a usina e desceu na estação, vindo do Recife, em 1942. Atualmente (2007), a usina é controlada pelos próprios funcionários, que assumiram a massa falida da usina após um acordo, depois das dificuldades financeiras pelas quais passou a usina nos anos 1990. A ferrovia não existe mais, mas desde quando? A ferrovia e a usina de Catende estão situadas no município de Catende, a 141 km de Recife. |
||
|