E. F. Usina Estreliana
(Municípios de Gameleira e Ribeirão, PE) |
As ferrovias particulares brasileiras
- aqui classificando-as como sendo ferrovias que não eram de
uso público, sendo utilizadas apenas dentro de empresas, indústrias,
usinas e outras - foram pouquíssimo estudadas e pesquisadas
no Brasil. Uma ou outra têm mais informação: seu
patrimônio se esvaiu há décadas, vendido como
sucata em grande maioria, sem que sua memória tenha sido resgatada.
Por isso, o que se vê é um estudo com dados mínimos
e colhidos em fontes diversas, nem sempre confiáveis (Ralph
M. Giesbrecht).
Nome: Estrada de Ferro da Usina Estreliana Bitola: 0,75 m (1) Extensão: 26 km (2) 15 km (3) Data de início das atividades: n/d Desativação: n/d Proprietários identificados:
João Wanderley de Siqueira e Irmãos, João Lopes
de Siqueira Santos e Pompeu C.S. Brandão (1891-1943) |
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É
sempre interessante ressaltar que as ferrovias de usinas e engenhos
centrais tiveram, pelo menos para Pernambuco, uma importância
enorme desde o final do século XX até pelo menos meados
do século XX. Para que se tenha uma idéia, segundo
a Revista do Instituto Archeologico, Historico e Geographico Pernambucano,
vol. XXIV, jan-dez 1922, no
ano de 1922 as linhas da Great Western, que levavam para o interior
do estado, para Maceió e para João Pessoa e Natal, totalizavam
890 km em território pernambucano, enquanto as ferrovias particulares
das usinas atingiam 1.163 km, ou seja, 30% a mais. Era uma época
em que Pernambuco era o maior produtor e exportado de açúcar
do Brasil, possuindo mais de 2500 engenhos, sendo que 490 forneciam
cana às usinas dos Engenhos Centrais. A Usina Estreliana fica no município de Gameleira, em Pernambuco. Foi fundada no engenho Amaragi, de propriedade de João Siqueira, em 1891. O nome Estreliana foi uma homenagem à sua mãe, Estrela. Entre 1891 e 1943, a usina teve os seguintes proprietários: João Wanderley de Siqueira & Irmãos, João Lopes de Siqueira Santos e Pompeu de Carvalho Soares Brandão. Em 1929, tinha capacidade para processar 400 toneladas de cana e fabricar 1.500 litros de álcool em 22 horas. Possuía uma ferrovia de 26 quilômetros, 4 locomotivas e 62 vagões. Na época da moagem trabalhavam na fábrica cerca de 150 operários. Em 1943, a usina foi adquirida por José Lopes de Siqueira Santos, que ficou à frente da usina até 1981, quando a usina foi vendida para o Grupo Fernando Maranhão. Ainda está em atividade. A ferrovia, por sua vez, já fechou, em data indefinida. A foto abaixo foi extraída do livro do IBGE publicado em 1958, mostrando que então ainda existiam linhas e vagões na usina. |
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