E. F. Empresa Industrial de Lenha Chibarro
(Município de Araraquara, SP)

 

As ferrovias industrais, ou particulares, do Brasil - aqui classificando-as como sendo ferrovias que não eram de uso público, sendo utilizadas apenas dentro de empresas, indústrias, usinas e outras - foram pouquíssimo estudadas e pesquisadas no Brasil. Uma ou outra têm mais informação: seu patrimônio se esvaiu há décadas, vendido como sucata em grande maioria, sem que sua memória tenha sido resgatada. Por isso, o que se vê é um estudo com dados mínimos e colhidos em fontes diversas, nem sempre confiáveis (Ralph M. Giesbrecht).

Nome: E. F. Empresa Industrial de Lenha Chibarro

Bitola: 60 cm
(1)

Extensão:
25 km (1)

Data de início das atividades: n/d

Desativação: n/d


Mapa do município de Araraquara em 1958, mostrando a ferrovia de Chibarro, a sudoeste (Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, volume XI, IBGE, 1960).

(1) segundo o Relatório no. 3 da Secretaria de Estado dos Negócios da Viação e Obras Públicas do Estado de S. Paulo, 1929

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Em fevereiro de 1912, a BF cita (p. 55) a ferrovia E. F. Chibarro - Jacaré. Em 31/03/1913, a revista Brasil Ferrovias publica que os diretores desta estrada receberam uma representação dos habitantes de Araraquara, pedindo a "criação de uma estação à margem da estrada para Boa Esperança", para ajudar aos agricultores locais. A diretoria então criou uma estação que "deve denominar-se Santa Rosa" (p. 42). Pela forma de se apresentar a reportagem, a ferrovia já existiria. Não se teve mais notícias desta ferrovia nem da estação Santa Rosa.

Não se sabe, realmente, se a ferrovia da Empresa Industrial de Lenha Chibarro seria uma sucessora desta ferrovia. Porém, encontra-se uma citação sobre esta em 1929.

A estação de Chibarro foi aberta em 1922 na nova linha da Cia. Paulista de Estrada de Ferro, que, até então, ainda tinha naquele ponto a velha linha da E. F. Rio-Clarense de bitola métrica. A estação substituiu a antiga estação de Fortaleza, muito próxima (e cujo prédio ainda está de pé a cerca de 400 m dali, semi-abandonado). Da estação, desde data não determinada, partia uma ferrovia de 25 km e bitola de 60 cm, pertencente à Empresa Industrial de Lenha Chibarro, que carregava lenha (Relatório no. 3 da Secretaria de Estado dos Negócios da Viação e Obras Públicas do Estado de S. Paulo, 1929).

É sabido também que em Chibarro havia uma pedreira, que teria sido a maior entre todas as que a Cia. Paulista de E. F. possuía. Poderia ser o mapa da linha dos anos 1950, mostrado abaixo, a linha desta pedreira? Este empreendimento tinha uma linha própria de 25 km com bitola de 60 cm, segundo Leandro Guidini. Ainda segundo Guidini, em Chibarro, "as locomotivas de tração “remuneradas” grandes eram alocadas de períodos em períodos. Principais locos de tração nesse trecho da primeira série das 900 2-6-2 (900/1)".

A ferrovia ainda existiria no final dos anos 1950, de acordo com o mapa abaixo (
da Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, volume XI, IBGE, 1960), embora esteja nele representada com bitola métrica e não de 60 cm - teria a bitola sido ampliada ou haveria um erro no mapa? Ou esta não seria a ferrovia citada (afinal, pelo que se sabe, o rio Jacaré fica à esquerda da linha da Paulista).

Não se encontraram informações sobre material rodante da ferrovia. Não existem mais trilhos ou indicações desta ferrovia já há muitos anos.


ACIMA: Mapa mostrando a ferrovia de Chibarro por volta de 1958. Notar que ela tem um pequeno ramal e que também, pela representação do mapa, mostra uma linha métrica e não de 60 cm. A ferrovia de 1,60 m que segue para Araraquara (a sede do município está no canto superior esquerdo) é a linha-tronco da Cia. Paulista de Estradas de Ferro. Como as bitolas eram diferentes, a ferrovia não podia ser considerada um ramal. A estrada em vermelho (BR-33) é a atual Rodovia Washington Luiz, hoje estadual. À esquerda dela, praticamente tudo eram - e ainda são - terras da Fazenda e Usina Tamoio
(Mapa da Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, volume XI, IBGE, 1960).