E. F. Itaquerê
(Município de Tabatinga, SP)

 

As ferrovias industrais, ou particulares, do Brasil - aqui classificando-as como sendo ferrovias que não eram de uso público, sendo utilizadas apenas dentro de empresas, indústrias, usinas e outras - foram pouquíssimo estudadas e pesquisadas no Brasil. Uma ou outra têm mais informação: seu patrimônio se esvaiu há décadas, vendido como sucata em grande maioria, sem que sua memória tenha sido resgatada. Por isso, o que se vê é um estudo com dados mínimos e colhidos em fontes diversas, nem sempre confiáveis (Ralph M. Giesbrecht).

Nome: Estrada de Ferro Itaquerê

Bitola: métrica

Extensão:
desconhecida

Data de início das atividades: 1932 (concessão de 1931)

Desativação: 1962

"Por escritura de 12 de janeiro, a Companhia concedeu permissão para a travessia do desvio da pedreira Itaquerê até a Fazenda do mesmo nome. Mediante o compromisso de só ser ele utilizado por esta Fazenda, a qual ficou ligada à Estrada de Ferro Araraquara" (Relatório da Companhia do Dourado referente a 1931). A ferrovia foi autorizada a funcionar em zona privilegiada da Cia. E. F. do Dourado, como se vê acima, e foi construída como um desvio para uma pedreira que já existia anteriormente. Pelo relatório citado, ela deve ter começado a funcionar logo depois, talvez em 1932. Não transportava passageiros, pelo menos em regime público. "Na E. F. Itaquerê, os trens dos canaviais eram de 8 pranchas ou fueiros com 10 tons cada. A moenda recebia apenas 5 tons por vez. Eram tracionadas pelas locomotivas M1, M2 e a M3, que era a menor, ficava na manobra de pátio. Os trens da EFA partiam da usina para a estação de Curupá com três vagões de 30 tons cada, com acúcar, álcool e melaço. A EFA tambem utilizava o ramal para se servir de uma pedreira no local, conforme relato do sr. Ozório, antigo funcionario da usina. Tudo na bitola de 1 metro. Segundo o sr. João Batista (in memoriam) a EFA utilizava as locomotivas Borsig 4-8-0 no trecho todo" (Informações de Alberto del Bianco). No caminho de Curupá para a estação, havia o curioso cruzamento de três níveis: a E. F. Itaquerê, a E. F. Dourado (entre Nova Europa e Tabatinga) e a rodovia que ligava estas últimas duas cidades. Em 30/04/1962, a estação e provavelmente a ferrovia forami fechadas pela E. F. Araraquara.

Segundo Alberto del Bianco, pesquisador da região atendida pela E. F. do Dourado, o ramal de Tabatinga da EFA e da E. F. Itaquerê, a grande procura dos pesquisadores da ferrovia da usina Itaquerê é por uma fotografia da locomotiva número 3, que segundo um antigo gerente da usina, teria sido menor do que a M1 e a M2, que eram ex-Moguls da E. F. Araraquara.


Acima, o mapa de cerca de 1960 que mostra todo o leito da ferrovia (de norte a sul, no centro, saindo de Corupá). Há também a usina e o rio, todos com o mesmo nome. Notar o cruzamento em três níveis e uma parada na linha, logo abaixo dele (Acervo Alberto del Bianco). Abaixo, locomotiva Mogul (M2) na ferrovia da Itaquerê, na usina (Acervo Joel, de Araraquara)..