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Torres Tibagi
Gopoúva
Vila Augusta
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Cantareira-1950
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: NÃO
ÚLTIMA VEZ: 2008
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Cia. Cantareira
(1922-1941)
E. F. Sorocabana (1941-1965) |
GOPOÚVA
Município de Guarulhos, SP |
Ramal de Guarulhos - km 16,231
(1960) |
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SP-1955 |
Altitude: 779 m |
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Inauguração: 31.12.1922 |
Uso atual: demolida |
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sem trilhos |
Data de construção do
prédio atual: 1922 |
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HISTORICO DA LINHA: O
ramal de Guarulhos começou como um ramal da E. F. da Cantareira,
que, aberto em 15/11/1910, saía da estação do
Areal e atingia o Asilo dos Inválidos, no Guapira (depois Jaçanã).
Somente em 1913 foi aberta a primeira estação intermediária,
Tucuruvi, e aos poucos outras estações passaram a ser
abertas na linha, que atingiu Guarulhos em 1915. Em 1947 a linha teve
a bitola ampliada de 60 cm para 1 metro, quando esta já atingia
o aeroporto militar de Cumbica. Em 31/05/1965, o tráfego do
ramal foi suprimido, um ano depois de o trecho Areal-Cantareira ter
sido suprimido. Os trilhos foram retirados logo depois e diversas
estações foram demolidas. |
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A ESTAÇÃO: "Relatório
do Governador, Dr. Washington Luiz, apresentado ao Congresso Legislativo
e referente ao ano de 1922, menciona que duas novas estações
foram inauguradas: Villa Paulicéa. entre os Km 6 e 7 da linha
Guapira-Guarulhos e outra em Gopouva" (Werner Vana,
extraído do relatório com data 02/08/1923, pág.
153).
"Minha família ia uma vez por mês visitar um casal muito doente
que morava na então distante Gopoúva, era só mato por lá, até lagoa
com jacaré havia perto da casa deles. Nunca soube direito como minha
família "adotou" aquele casal e nem quem eram, só sei que todo mês
lá ia a minha avó, meu pai e minha mãe me levando a reboque para a
estação da rua João Teodoro carregados com comida, roupas e
medicamentos. Eu adorava essa viagem mensal, enquanto o trem não saía
eu ficava com o meu pai andando no meio das locomotivas que estavam
paradas e, como os maquinistas eram gente boa, sempre podia dar uma
sapeadinha no que eu chamava de "cabine do motorista".
Da viagem em si lembro que mal saia da estação e já cruzava sobre
o Rio Tamanduateí, quase não tinha graça, mas logo depois chegava
na ponte sobre o Tietê e aí era o êxtase, o barulho do madeiramento
era incrível, parecia que ia despencar tudo, eu vibrava e minha avó
e minha mãe rezavam. Em seguida, mais ou menos na altura de onde é
hoje a estação rodoviária até curvar à direita na Ataliba Leonel ele
ia no nível da rua, ao lado dos carros feito um bonde. Era um barato
você ir andando lado a lado com um ônibus da empresa Parada Inglesa,
da Viação Alto do Pari, da Vila Paiva ou mesmo da CMTC. Era literalmente
lado a lado, no mesmo nível e encostadinho.
Depois que virava à direita, como disse, isso acabava e ele passava
em frente a Penitenciária, já em via isolada. Daí em diante era uma
viagem sem grandes diferenças das demais. Hoje Guarulhos é como você
deve conhecer, só prédios, mas naquela época era mato só e Gopoúva
uma selva, por isso quando chegávamos lá a gente embarcava em uma
carroça de aluguel das muitos que faziam ponto em frente a estação
e íamos para o nosso destino final, a casa daquelas pessoas. Eles
tinham lepra, seus corpos apresentavam algumas mutilações próprias
da doença e haviam ficado cegos por conta dessa enfermidade mas chegar
lá e estar com eles era o grande presente, maior do que andar na Cantareira.
Eram duas pessoas que tinham luz própria, acolhedores e carinhosos,
alto astral e nunca reclamavam da vida, ao contrário deixavam transparecer
uma imensa alegria por haverem sobrevivido ao mal. Um dia eles partiram,
a Cantareira foi desativada e eu nunca mais voltei lá, mas essa ferrovia
ficou sendo para mim o sinônimo de um puxão de orelha sempre que,
por qualquer besteira, eu me ponho a reclamar da vida" (Wanderley
Duck, 06/2003).
Massaimi Kichi conta que a estação era também
chamada de Ilha de Gopoúva, pois o trem parava dos dois
lados da estação, e que era ela a de maior movimento
da linha, num bairro que não tinha outra alternativa de transporte.
A estação de Gopoúva foi desativada em
1965, com o ramal e em seguida foi demolida.
ACIMA: A propaganda do lançamento
do bairro em 1928 foi massiva, sempre relacionando-o à estação
do Tramway da Cantareira (Folha da Manhã, 22/4/1928).
ACIMA: Seis dias depois, ainda portanto em 1928, mais uma (Folha da Manhã, 28/4/1928).
ACIMA: Ainda em 1928, já se anunciavam loteamentos "a
três minutos da estação" em Gopoúva
- CLIQUE SOBRE A FOTO PARA VER EM TAMANHO MAIOR (Folha da Manhã,
9/6/1928).
ACIMA: Com as inundações de 1929,
os loteadores fizeram uma propaganda mais agressiva e disseram: "livre
de inundação"! (Folha da Manhã, 16/2/1929).
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1949
AO LADO: Acidente na estação de Gopoúva
(O Estado de S. Paulo, 29/3/1949). |
ÁCIMA: (Ao fundo:) trem e estação em Gopoúva, em 1958 (Autor desconhecido).
ÁCIMA: A estação (à esquerda) em Gopoúva, sem data (Autor desconhecido).
(Fontes: Massaimi Kichi; Wanderley Duck; Werner
Vana; Folha da Manhã, 1928 e 1929; Mapa - acervo R.
M. Giesbrecht) |
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A estação de Gopoúva, cerca de 1950. Foto
Massaimi Kichi |
A estação, ao fundo. Data desconhecida. |
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Atualização:
21.07.2023
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