Siga a linha:
Saquarema
Morretes
Porto de Cima
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(A partir de 1987):
Saquarema
Morretes
Eng. Roberto Costa
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Saída para o ramal de Antonina: Antonina
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IBGE - 1960
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: SIM
ÚLTIMA VEZ: 2007
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E. F. Paraná (1883-1942)
Rede de Viação Paraná-Santa Catarina (1942-1975)
RFFSA (1975-1997)
Serra Verde (1997-)
MORRETES
Município de Morretes, PR (veja a cidade)
linha Curitiba-Paranaguá - km 40,900 (1936)   PR-1651
Altitude: 10,650 m   Inauguração: 17.11.1883
Uso atual: estação de trem turístico (2018)   com trilhos
Data de abertura do prédio atual: anos 1950
 
 
HISTORICO DA LINHA: A linha unindo Curitiba a Paranaguá, a mais antiga do Estado, foi aberta pela E. F. Paraná de Paranaguá a Morretes em 1883, chegando a Curitiba em fevereiro ded 1885. Durante seus 120 anos de existência ela pouco mudou, apenas dentro de Curitiba e na mudança de um ou outro túnel na serra. É considerada um dos marcos da engenharia ferroviária nacional, projetada por André Rebouças e construída por Teixeira Soares, depois de firmas estrangeiras recusarem a obra devido à dificuldade do trecho da serra, entre Morretes e Roça Nova. É também uma das poucas linhas que continua ter trens de passageiros, embora de forma turística apenas, desde os anos 1990, hoje explorado por uma concessionária privada, a Serra Verde. Em 1942, a E. F. Paraná foi englobada pela R. V. Paraná-Santa Catarina, e esta, em 1975, transformada em uma divisão da RFFSA. Em 1996, o trecho passou a ser operado pela ALL, que obteve a concessão da antiga RVPSC.
 
A ESTAÇÃO: Nas décadas que antecederam a construção da estrada de ferro, a economia e os transportes da cidade de Morretes giravam em torno da erva mate. Era um tempo em que pelas vielas, em pontos estratégicos, as tendas e oficinas dos ferreiros acolhiam os animais para serem ferrados e vencerem a subida de volta e, depois da Graciosa, chegavam também as pesadas carroças para os consertos de emergência. Com o crescimento desses comércios, os acessos à força hidráulica tornaram-se motivo de disputa, gerando conflitos de interesses pelos valos que desviavam as águas dos rios, principalmente do rio Marumbi. O centro de Morretes tornou-se uma rede de valos e derivações, suficientemente grandes para suportar o trânsito de canoas. Ainda hoje existem vestígios desses canais. A estrada de ferro desmontou esse entreposto ervateiro e marcou seu fim. À entrada do pátio da estação de Morretes, a linha atravessava alguns desses canais de engenho num pontilhão com 3 vãos de 2m cada um. A estação de Morretes foi inaugurada em 1883, tendo sido ponta de linha por dois anos da linha da E. F. Paraná que, então, ligava apenas Morretes a Antonina.

Esse antigo prédio da estação de Morretes, hoje parcialmente demolido, foi aproveitado para armazém de carga quando da construção da estação atual, muitos anos mais tarde. Situava-se na marca do Km 40+900m e na cota de 11,50 m, ostentando certo aspecto grandioso para os padrões do tempo, tanto mais se comparado com a estação urbana de Paranaguá. Tinha dois pavimentos, com a morada do agente na parte superior, pois então o centro da cidade ficava um tanto distante. Anexos, dois armazéns de carga e, em outros locais, um depósito para duas locomotiva e uma caixa d'água com capacidade de 48 metros cúbicos e respectiva bomba. Da cidade vinha a rua do Campo, ou talvez rua do Campos, próximo à chácara de Antônio de Campos. À volta, os canaviais de João Baia e várias chácaras.

Em 1885, a linha foi ligada a Curitiba.

A partir de 1892, passou a ser a estação de saída para os trens do ramal de Antonina.

Por volta de 1950, o prédio original deu lugar a uma estação com características modernas.

Entre 2005 e 2008, existiu um trem turístico da ABPF (uma litorina da extinta RVPSC) que saía todos os fins de semana de Morretes para Antonina. Foi suspenso em 2008.

A estação é uma das poucas ativas da linha em 2018, atendendo ao trem Curitiba-Paranaguá, da empresa Serra Verde.

1884
AO LADO: Quatro meses depois de abrir a linha e a estação, estava tudo Provincia com as chuvas (A Provincia de S. Paulo, 13/3/1884).

1913
AO LADO: Modificações nos pátios das estações da linha em 1913 (O Estado de S. Paulo, 8/6/1913).
ACIMA: Belíssima fotografia do pátio da estação de Morretes, ainda o prédio antigo (atrás da fumaça), provavelmente anos 1930 (Cartão postal, cessão Paulo Roberto Stradiotto).

ACIMA: Trem Curitiba-Paranaguá na estação de Morretes, em 14/4/2001 (Foto André Galasso).

ACIMA: Pátio de estação de Morretes, em 2020 (Canal cesarblumenau).

ACIMA: Trem Curitiba-Morretes na estação de Morretes, em 2020 (Canal cesarblumenau).

(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local; Silvio Rizzo; Dirceu Cavalcanti; Ricardo Pinto da Rocha; Paulo Roberto Stradiotto; André Galesso; J. C. Kuester; Marc Ferrez; O Estado de S. Paulo, 1913; IBGE: Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, 1960; ALL: Listagem de estações, 2000; RVPSC: Relatórios anuais, 1920-60).
     

Estação original de Morretes, no início do século XX. Foto Marc Ferrez

Estação original de Morretes, sem data. Foto cedida por Ricardo Pinto da Rocha

Fachada da estação, em 1998. Foto Ricardo Pinto da Rocha

Trem cargueiro da ALL em frente à estação de Morretes, em 2001. Foto André Galesso

A estação, em 30/05/2002. Foto Ralph M. Giesbrecht

A estação em 12/2007. Foto Jean C. Kuester

A estação em 2015. Foto Fernando Marietan
   
     
Atualização: 29.11.2020
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.