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E. F. Muzambinho
(1895-1908)
E. F. Minas e Rio (1908-1910)
Rede Sul-Mineira (1910-1931)
Rede Mineira de Viação (1931-1965)
V. F. Centro-Oeste (1965-1966) |
ESPERA
Município de Espera, MG |
Linha Cruzeiro-Juréia - km 233,378
(1960) |
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MG-3267 |
Altitude: 758 m |
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Inauguração: 19.08.1895 |
Uso atual: submersa |
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sem trilhos |
Data de construção do
prédio atual: n/d |
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HISTORICO DA LINHA: A linha Cruzeiro-Tuiuti
(depois Juréia) era originalmente parte da E.F. Muzambinho,
que iniciou as atividades em 1887, entre Três Corações
e Muzambinho, e parte da E. F. Minas e Rio, que operava o trecho Cruzeiro-Três
Corações desde 1884, e que em 1908 incorporou a Muzambinho.
Em 1910, esta foi uma das formadoras da Rede Sul-Mineira, que por
sua vez formou a Rede Mineira de Viação, em 1931. Em
1965 esta formou a Viação Férrea Centro Oeste
e foi finalmente transformada em divisão da Refesa em 1971.
Na linha que unia a estação de Cruzeiro, no ramal de
São Paulo da EFCB, a Juréia, terminal do ramal de Juréia,
da Mogiana, o trecho final entre esta estação e Varginha
já não tem mais seus trilhos. Os trens de passageiros
foram suprimidos em 1966 entre Varginha e Juréia e em 1983
entre Cruzeiro e Três Corações. De 1997 ao fim
de 2001, operaram trens turísticos da ABPF a vapor entre Cruzeiro
e Passa-Quatro e hoje esses trens trafegam entre o túnel (Estação
Cel. Fulgencio) e Soledade de Minas. Cargueiros da FCA utilizaram
a linha Três Corações-Varginha até cerca
de 2010. |
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A ESTAÇÃO: A estação
de Espera foi inaugurada em 1895.
"Em 1961 a represa
de Furnas cobriu toda a cidade. Exatamente 27 metros de água
sobre a 'velha Fama'. A cidade foi reconstruída ao redor, mas
as memórias e a história de Fama certamente ficaram
sepultadas. (...) Suas companheiras, Espera, Josino de Brito, Pontalete,
Guapé, São José da Barra e outros trinta municípios
tiveram a mesma sina. (...) O rio Sapucaí é hoje um
lago quieto, soturno.
(...) Ah, represa de Furnas... Não foram por água abaixo
apenas algumas cidades do sul de Minas. Afogaram com ela todas as
tardes, todas as lembranças, nossas saudades, os risos, vozes
queridas. (...) Para nós este lago é só uma imensa
lápide de uma cidade que amávamos. Lápide escura,
sem nome, data, inscrição e flores" (Isa
Musa de Noronha, Uma Vida na Linha, 2005).
Terá mesmo sido
em 1961 a submersão, considerando-se que havia trens relatados
até Juréia até 1964? E a plataforma com
sua cobertura ainda está de pé quando aflora da água
em época de seca. Sobre essa cobertura foi feita outra construção
mais recente... por que? Na verdade, o prédio da estação
aparece como sendo um prédio bem mais recente que a estação
em si, que foi inaugurada em 1895. Dá para se ver que pelo
menos a cobertura da plataforma foi feita em concreto armado. Deve
ter funcionado por pouquíssimo tempo depois de construída.
"A estação da Espera, inaugurada em 18/8/1895, era o ponto
de entroncamento da E.F. Trespontana com a E.F. Muzambinho, na linha
que ligava Três Corações com a Juréia. Posteriormente, a estação passou
para a Rede Sul-Mineira e depois para a RMV. O tráfego de trens foi encerrado pela RMV em 1963 com a formação do reservatório de Furnas
e a estação fica submersa quando o reservatório está cheio. A estação
da Espera possuía duas plataformas muito sólidas, uma delas era coberta
e a outra, não. A linha que vinha de Varginha usava o lado esquerdo
da plataforma coberta, que é o lado mais perto do rio Verde. O lado
direito, entre as duas plataformas, era usado pela E.F. Trespontana
para baldear seus passageiros, cargas e malas postais. É possível
que a segunda plataforma tenha sido construída pela E.F. Trespontana
para receber seus trens. O prédio da estação e a morada do agente
ficavam no lado direito. O local era bem movimentado, pois além da
estação havia o prédio dos correios, uma venda e outras construções,
todas demolidas. As plataformas estão em bom estado, apesar de quase
70 anos de uso e 50 anos submersas. As pilastras da parte coberta
da plataforma usam trilhos leves com uma capa de concreto para suportar
o teto de concreto armado. Isto significa que, provavelmente, a cobertura
da plataforma não era originalmente uma lage de concreto, mas que
foi reformada posteriormente. O dono das terras onde ficava a estação
era o Sr. Lourival Mendonça, cujo apelido era "Barbaridade". Depois
que a estação foi abandonada, ele construiu doze pilares de tijolos sobre a cobertura da plataforma e uma casa sobre os pilares. Quando
o reservatório está cheio, os pilares de tijolos ficam cobertos pela
água, mas as ruínas da casa ficam aparentes e podem ser vistas com
o lago cheio. O Sr. Lourival usava então uma canoa para ir até sua
pequena morada e completava a escalada usando uma escada de corda
que ficava pendurada na casa. Seguindo a linha na direção de Gaspar
Lopes e Juréia, existe um aterro longo à esquerda e depois uma ponte
para que a linha pudesse passar sobre o Rio Espera. Logo depois da
ponte a linha se bifurcava: para a direita seguia a linha da E. F.
Trespontana para Três Pontas, para a esquerda seguia a linha da Muzambinho
para a Juréia. Um guarda-chaves comandava o desvio e um pequeno trecho
da linha era compartilhado pelas duas ferrovias, já que a linha da
Trespontana não chegava diretamente na estação da Espera. Não consegui
localizar um virador para as locomotivas da E.F. Trespontana, mas
é provável que, na bifurcação da linha, logo depois do aterro, existia
um triângulo de reversão, pois é fácil construir um triângulo neste
local. No início do aterro podem ser vistas as ruínas da venda do
Velho Miranda, que durante muitos anos forneceu mercadorias para os
viajantes e moradores do local" (Fernando Villamarin,
2014).
ACIMA: Mapa possivelmente dos anos 1950 mostrando parte da linha Cruzeiro-Jureia
ACIMA: Estas ruínas seriam do pátio ferroviário
de Espera em 2009 , de acordo com o autor da foto. Seriam mesmo? É aparentemente
uma construção não muito antiga, se levarmos
em conta o tipo dos tijolos. Mas fica o registro (Foto Guilherme Sampaio,
9/5/2009).
ACIMA:
A estação de Espera ressurge outra vez das águas
em 2012 (Acervo Fabio Libanio/EPTV Sul de Minas).
ACIMA: Outra seca e a represa mostra de novo as ruínas da estação de Espera em 2021 (Autor desconhecido, cessão Eliza Fariz)
(Fontes: Fabio Libanio; Fernando Villamarin.
EPTV/Sul de Minas; Guilherme Sampaio; Isa Musa de Noronha: Uma vida
na linha, 2005; Guia Geral das Estradas de Ferro do Brasil, 1960;
Guias Levi, 1932-1970) |
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Plataforma da estação aflora sobre a água,
em 12/2010. A construção na foto maior acima realmente
está sobre essa plataforma... foi feita depois, mas com
que intenção? Foto Guilherme Sampaio |
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Atualização:
19.07.2021
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