A ESTAÇÃO: A estação de Gaspar Lopes foi inaugurada em 1897.

Boa parte da região entre as estações de Varginha e de Juréia está hoje na área da represa de Furnas, da qual faz parte o rio Sapucaí, e isso deve ter inundado trechos do antigo leito da ferrovia. Não foi o caso da estação de Gaspar Lopes, que fica longe do rio, mas que, no entanto, foi demolida e em seu lugar construído um galpão industrial.

"A estação de Gaspar Lopes foi importante até no final da década de 1950, pois era o ponto de entroncamento da antiga E.F. Machadense com a Rede Sul Mineira, sendo que depois ambas se tornaram parte da Rede Mineira de Viação. Havia movimento de passageiros, gado e café provenientes da região de Alfenas e Machado. Além dos trens cargueiros, circulavam quatro trens diários entre Juréia e Três Corações. Havia um triângulo de reversão a 200 metros da estação, na direção da linha que ia para a Varginha. No local da estação já demolida existe hoje uma fábrica de vidros. A rodovia que liga Campos Gerais com Alfenas usa um trecho do antigo leito entre Fama e Gaspar Lopes na linha da Varginha e o leito construído pela Machadense entre Gaspar Lopes e Alfenas. O leito da linha de Gaspar Lopes para Juréia é usada como estrada rural. O interessante é que não havia sincronização de horários entre o trem expresso da RMV que vinha de Cruzeiro até Varginha e os trens que circulavam entre Três Corações e Juréia. Os passageiros do Rio ou de São Paulo que seguiam para Alfenas, Machado, Guaxupé e região tinham que pernoitar em Varginha e embarcar no trem que subia para a Juréia no dia seguinte. A pernoite geralmente era feita no Hotel Maduro, que ficava em frente à estação de Varginha. Uma viagem do Rio ou São Paulo para Alfenas via Cruzeiro e Gaspar Lopes gastava quase 2 dias" (Fernando Villamarim, 2012).


(Fontes: Fernando Villamarim; Vias Brasileiras de Comunicação, Max Vasconcellos, 1928; Guias Levi)