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L M N O P
Q R S T U
VXY Mogiana em MG
Estações de Minas Gerais
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RMV-Ramal de Campanha
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Parada Melo
Lambari
Nova Baden
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: SIM
ÚLTIMA VEZ: 2003
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E. F. Muzambinho (1894-1908)
E. F. Minas e Rio (1908-1910)
Rede Sul-Mineira (1910-1931)
Rede Mineira de Viação (1931-1965)
V. F. Centro-Oeste (1965-1966)
LAMBARI
(antiga ÁGUAS VIRTUOSAS)
Município de Lambari, MG
Ramal de Campanha - km 148,763 (1951)   MG-1332
Altitude: 895 m   Inauguração: 24.03.1894
Uso atual: demolida   sem trilhos
Data de construção do prédio atual: n/d
 
 
HISTORICO DA LINHA: O ramal de Campanha foi construído pela E. F. Muzambinho em 1894, saindo de Freitas, na então Minas e Rio, e atingindo Campanha. Na mesma época, foi construído outro curto ramal, o de São Gonçalo, ligando Campanha a esta cidade. Mais tarde ambos foram unificados. Os dois foram extintos em 17/12/1966.
 
A ESTAÇÃO: A estação de Lambari foi aberta com o ramal, em 1894.

Por algum tempo, no início do século XX, a cidade teve o nome de Águas Virtuosas. Em 27/12/1930, o nome Lambari foi retomado (ver caixa abaixo).

O tráfego de trens permaneceu até 17/12/1966.

"Nem precisei fechar os olhos para ver as janelas, levantadas por causa das fagulhas, com as letras RMV, naquele branco fosco, embutidas no vidro. Até senti o gosto - mais açucarado, impossível - do Guaraná Radar, fabricado em Passa-Quatro, logo ali depois de Cruzeiro. De 1939 até 1963, passamos as férias em Lambari. Os primeiros 14 anos descendo na Parada Melo, junto do Hotel Imperial. Na volta o embarque era pela estação de Lambari mesmo. O vagão dormia lá, a gente chegava com tempo para se acomodar, a bagagem. Aí chegava a Maria Fumaça puxando os vagões de São Gonçalo do Sapucaí e Cambuquira. Tinha aquele vai-vem, o engate do nosso vagão e a descida até Cruzeiro" (João Luiz de Albuquerque, 06/2006).

Em 1949, viajava-se de trem para Lambari conforme descrito: "Da capital da República (Rio de Janeiro) vem-se de trem, de automóvel e futuramente de avião. Pela estrada de ferro parte-se da estação D. Pedro II, às 7 horas pelo rápido paulista (RP1). (A direção da Central faz correr nos meses de março e abril, o trem especial chamado "das águas ou dos aquáticos", que parte as 6:30 com poltronas numeradas coincidindo seus números com os do carro no trem da Rede Mineira de Viação, mas dada a grande procura, convêm ser, sempre, solicitadas as passagens com a devida antecedência).

Baldeia-se na estação de Cruzeiro e toma-se o carro de Lambari no trem da Rede, que parte desta estação às 13:30 (PC1), chegando-se em Lambari às 18:43. Total da quilometragem: 401 quilometros. Costume velho é saltarem na Parada Melo, que fica mais no centro da cidade, a 1 minuto da estação principal, onde condução e carregadores se concentram; no entanto, é aconselhável saltar-se na principal estação, sem atropelo, onde o trem se demora mais e onde já se providencia a retirada das malas que vierem despachadas. A viagem por estrada de ferro é agradável, a Central hoje, com as automotrizes queimando óleo diesel, não tem mais aqueles fragmentos de carvão e a fumaça, principalmente ao passar pelos túneis, que faziam o tormento dos passageiros.

O percurso é agradável e de conforto, os carros restaurantes tanto na Central como na Rede são sortidos e oferecem, por isso, bem estar, solícita atenção aos senhores passageiros. O panorama é encantador; tanto no trecho da Central com a subida da serra do Mar, oferecendo paisagens que deliciam a vista, como o deslizar do trem pelo vale do Rio Paraiba, sempre encachoeirado e poético. No trecho da Rede, não é menos agradável o percurso, ao sair-se de Cruzeiro o trem galga a Serra da Mantiqueira, passa pelo tunel divisor do Estado de Minas e São Paulo e percorre o resto do trecho pelas margens dos rios Verde e, depois, do Lambari, passando por cidades e lugarejos e divisando-se ao redor espetáculos surpreendentes da natureza; extensos vales, picos soberbos, vegetação luxuriante e cenários paradisíacos!

A viagem por estrada de ferro é feita partindo-se da estação Roosevelt pelo trem (PR2), às 7 horas e baldeando-se em Cruzeiro para o (PC-1), que parte às 13:30 horas, o mesmo que trás os passageiros do Rio de Janeiro a distância é de 395 quilometros. De Belo Horizonte: Da capital mineira o caminho preferido é o da estrada de ferro Rede Mineira de Viação. Vem-se pelo noturno (PB2) que parte de lá às 10:40 com carro leito, mas, como há muita afluência de passageiros, é aconselhável encomendar a passagem com antecedência para que se venha confortavelmente sentado ou com leito.

O trem chega em Freitas às 8:31, partindo às 10:45 para Lambari, onde chega às 12:35. Quando acontece atrazar muito, a ponto de prejudicar o entroncamento com outros trens de diversos ramais, os passageiros ficam nessa estação aguardando o expresso à tarde, que partindo de Cruzeiro às 13:30 a alcança às 17:30, deixando-a às 17:40 com destino a Lambari, onde chega às 18:43. Para se alcançar o misto em Freitas, o qual corre somente às 2º, 4º, 6º feiras deve-se, pois, partir de Belo Horizonte aos domingos, 3º e 5º feiras; todos os dias, porem, pode-se viajar, pois, explicamos linhas atras, diariamente temos trem para Lambari, com a demora em Freitas
" (transcrito do blog http://lambari-mg.blogspot.com).


1889
AO LADO:
Estudos do ramal de Campanha (A Provincia de S. Paulo, 11/9/1889).


ACIMA: Primeiro horário publicado em jornais dos trens do ramal de Campanha. A ferrovia ligava a linha da Minas-Rio à estação de Lambari. A Parada de Santa Catarina tornou-se a estação de Bias Fortes, que depois de 1930 trocaria de nome para Jesuânia (O Estado de S. Paulo, 15/2/1894, anunciando a abertura do ramal 15 dias depois da data citada no anúncio, que foi 1º de fevereiro).
1894
AO LADO: Novo horario publicado nos jornais dos trens do ramal de Campanha. A ferrovia agora passava a ligar a linha da Minas-Rio à estação de Aguas Virtuosas - mas qual estação era esta, já que Águas Virtuosas era o antigo nome da cidade e da estação de Lambari? - CLIQUE SOBRE O HORARIO PARA VÊ-LO INTEIRO (O Estado de S. Paulo, 10/4/1894 - anunciando a abertura do ramal 15 dias depois da data citada no anúncio, que foi 24 de março)
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1923
AO LADO:
Discutindo uma nova estação (O Estado de S. Paulo, 7/5/1923).

1931
AO LADO:
Em 27 de dezembro de 1930, a estação e a cidade passaram a se chamar Lambari (O Estado de S. Paulo, 2/1/1931).


ACIMA: Estação da E. F. Muzambinho (1947) (nota: neste ano, já era da Rede Mineira havia muito tempo). Tem o nome de Lambari, mas está mais próxima do bairro de Vila Nova. Lá os passageiros tomam lugar nos carros ao partir, mas o desembarque frequentemente ocorre na Parada Melo, de mais fácil e rápida comunicação com o centro da cidade, em ruas calçadas de paralelepípedos (Fotografia e texto da Revista Brasileira de Geografia, outubro-dezembro de 1947, p. 536).

1956
AO LADO:
Mapa do ramal de Campanha

2012
AO LADO:
De "Unknown", 19/12/2012.

"Moro em Lambari e com tristeza lhe digo que nos dias de hoje seria impossível restabelecer o antigo ramal ferroviário. Moro próximo ao antigo leito, inclusive passo com meu carro quase todo dia por uma estreita e centenária ponte ferroviária. O trecho que corta Lambari está completamente urbanizado, com casas ao redor e com o leito asfaltado e considerável movimento de carros. É uma pena, pois a linha margeava todo lago Guanabara e passava próximo ao parque das águas, sem falar no parque Nova Baden. A linha poderia chegar em Jesuânia sem muitos problemas, pois o leito não foi urbanizado. O problema mesmo é em Lambari, teria de refazer a linha em outro local, impossível na minha opinião se o intuito for a proximidade com os pontos turísticos da cidade. Depois de Lambari, não haveria problema em chegar em Cambuquira, mas seguir em frente seria difícil, pois o leito lá também virou avenida".
(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local; Rodrigo Dias; Afonso Henrique P. Carvalho; Revista Brasileira de Geografia, 1947)
     

Pátio da estação de Lambari, foto sem data. Foto cedida por Rodrigo Dias, de Lambari, MG, e Afonso Henrique P. Carvalho, de Varginha, MG

Estação de Lambari, ainda com o nome de Águas Virtuosas. Foto cedida por Rodrigo Dias, de Lambari, MG, e Afonso Henrique P. Carvalho, de Varginha, MG

A estação de Aguas Virtuosas. Data ignorada.
     
     
Atualização: 27.07.2020
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.