E. F. do Itapemirim
(Espírito Santo)

 

E. F. Itapemirim
(1915?-anos 1960)

Bitola: métrica.


Acima, a estação terminal de Marataízes, ainda com a grafia curiosa e original (Marathayzis), já desativada nos anos 1990 (Acervo Luiz Bareza). Abaixo, horário da ferrovia, em 1948. Notar os horários e número de composições diferentes no verão e no inverno (Guia Levi, julho de 1948).


Veja também:


Contato com o autor

Página inicial

Nota: As informações contidas nesta página foram coletadas em fontes diversas, mas principalmente por entrevistas e relatórios de pessoas que viveram a época. Portanto é possível que existam informações contraditórias e mesmo errôneas, porém muitas vezes a verdade depende da época em que foi relatada. A ferrovia em seus 150 anos de existência no Brasil se alterava constantemente, o mesmo acontecendo com horários, composições e trajetos (o autor).

Este trem de passageiros, que também podia ser trem misto, dependendo do horário, funcionou desde a década de 1910 até o início dos anos 1960 (o guia Levi de 1962 ainda mostra horários para esse trem). A ferrovia foi construída, ao que parece, para o transporte de cana e açúcar para a Usina Paineiras, a cerca de 30 km de Cachoeiro. Posteriormente, foi prolongada até a praia de Marataízes, no município de Itapemirim, servindo para transportar pessoas para as praias da região numa época de estradas ruins.

Percurso: Cachoeiro do Itapemirim (Estação da Praça João Pessoa) a Marataízes.
Origem da linha
: A ferrovia foi construída entre 1912 e 1925.

Do trem e da Estrada de Ferro do Itapemirim há poucas referências e reminiscências. Venho há anos buscando o que é possível, mas são poucas as informações de uma ferrovia que já foi desativada há mais de quarenta anos e tinha importância apenas regional, na região das cidades de Cachoeiro do Itapemirim e de Itapemirim. Paulo Thiengo, da primeira cidade, conta que as histórias realmente são mínimas e que a maioria das estações já foi demolida, sobrando de pé as de Safra e de Marataízes. A estação inicial, que ficava na Praça João Pessoa e se ligava à estação da Leopoldina, já foi demolida e até a praça, que dava o nome à estação, já teve o nome alterado (para Praça Pedro Cuevas Júnior). América Moraes Moysés conta que "a estação da Barra abrigava as oficinas da ferrovia. Essa era considerada a estação principal. Aí moramos (ela e seu marido, Jonas Moraes, que foi agente de estação na EFVM na década de 1920 e depois trabalhou na E F Itapemirim como chefe de tráfego, de 1925 a 1930) em casa própria, nos cinco primeiros anos da ferrovia. Somente os agentes da estação moravam em casa anexa à própria estação. A estação de Itapemirim foi inaugurada no final da década de 1910. Apesar de ser aí a sede do município, era apenas um ponto de passagem após a inauguração da estação da Barra. Com exceção das estações de Paineiras (onde havia uma importante usina de açúcar e álcool) nas demais não havia praticamente movimento algum. A ferrovia teve importância econômica para o município de Itapemirim. pois escoava a produção de abacaxi que era depositada em grandes pilhas no pátio da estação da Leopoldina em Cachoeiro de Itapemirim - com a qual se ligava a estação da Praça João Pessoa. Para Marataízes, a ferrovia foi de suma importância para o seu desenvolvimento. A partir da década de 1940, Marataízes, um balneário de praias calmas, começou a receber veranistas vindos de cidades próximas, principalmente de Cachoeiro de Itapemirim. A rodovia que ligava essas duas cidades era bastante precária, o que fazia da ferrovia a melhor opção de transporte. A linha operava com uma locomotiva e cerca de quatro carros, realizando uma viagem por dia. O número de passageiros era alto no verão, diminuindo no restante do ano. Com o asfaltamento da rodovia ligando Cachoeiro de Itapemirim a Marataízes, que reduziu o percurso para menos de 50 km, houve a desativação da E F Itapemirim na década de 60. A estação mantém-se de pé, sendo transformada em estação rodoviária".

Acima, a estação da Barra, em 1940. Vê-se o trem à direita (Foto de autor desconhecido). Abaixo, o trem acidentado na estação de Felinto Martins, também chamada de Baiminas, em 1932. Vê-se o carro de passageiros no centro, à esquerda (Foto da revista Noite Ilustrada, de 1932).