Guaxupé-Passos
(Minas Gerais)

 

Mogiana (1918-1971)
Fepasa (1971-1977)

Bitola: métrica.

Acima, a estação de Passos, em 2001, outrora terminal do ramal. (Foto Rossana Romualdo)
Acima, a estação de Guaranésia, em 2001. (Foto Eduardo Roxo Nobre). Abaixo, estação de Guaxupé, em 1999, de onde partia o trem para Passos (Foto Ralph M. Giesbrecht)
Horários do trem do ramal de Passos em 1951. (Guia Levi, dezembro/1951)


Veja também:

Estação de Guaxupé

Contato com o autor

Indice

Nota: As informações contidas nesta página foram coletadas em fontes diversas, mas principalmente por entrevistas e relatórios de pessoas que viveram a época. Portanto é possível que existam informações contraditórias e mesmo errôneas, porém muitas vezes a verdade depende da época em que foi relatada. A ferrovia em seus 150 anos de existência no Brasil se alterava constantemente, o mesmo acontecendo com horários, composições e trajetos (o autor).

Trem de passageiros operado pela Mogiana, e no final pela Fepasa, entre 1921 e 1977, ligando Guaxupé a Passos. Em 1977, as chuvas derrubaram a ponte sobre o rio Pardo, em São José do Rio Pardo, e a desculpa foi boa para suprimir os trens de passageiros. A partir daí, somente cargueiros iam até a linha, mas passando por Ribeirão Preto e São Sebastião do Paraíso, onde se encontravam com o ramal.
Mapa de localização da linha:
Percurso: Ramal de Passos (Guaxupé - Passos).
Origem da linha:

A linha foi aberta pela Mogiana, a partir de Guaxupé, nos anos 1910: chegou a Passos, estação terminal, em 1921. Na cidade de São Sebastião do Paraíso, havia um entroncamento com a E. F. São Paulo-Minas, vinda de Ribeirão Preto e de São Simão. Os trilhos foram retirados no final dos anos 1980 entre Guaxupé e São Sebastião do Paraíso, e também entre Itaú e Passos. Sobrou apenas a linha hoje abandonada entre São Sebastião do Paraíso e Itaú de Minas, onde existe a usina de cimento da Votorantim.

Comentários: Os trens de passageiros partiam de Guaxupé até os anos 1960. Com a

Acidente com o trem de passageiros, próximo a Itaú de Minas. Foto sem data, provavelmente
anos 1940. (Foto cedida por Elias Mora)
desativação dos ramais de Mococa, da Biguatinga e de Juréia, esses trens passaram a seguir direto pela linha Casa Branca-Guaxupé-Passos., até 1977, quando acabaram. "A primeira vez em que fui à estação de Guaranésia foi em 1971, ainda como Mogiana. Depois de muito insistir, meu tio me levou ate lá para ver a chegada do trem da tarde, que vinha de Casa Branca, Campinas e São Paulo. Era uma composição de três carros de madeira (primeira, com buffet, segunda e carro-bagagem) rebocados por uma GL8. Nada impressionante em termos ferroviários, mas, enfim, era a Mogiana, ao vivo e em cores. A viagem de São Paulo a Guaranésia tinha cerca de 350 km e durava aproximadamente oito horas. Circulavam pelo ramal de Passos quatro trens de passageiros por dia, um diurno e um noturno em cada sentido. Também havia duas litorinas, mas estas somente iam até Guaxupé. Nos trens diurnos, havia baldeações em Campinas (da Mogiana para a Paulista) e Casa Branca-nova, do tronco para o ramal. Nos trens noturnos havia baldeação somente em Campinas, uma vez que o trem do ramal de Passos (NP1) já saía de lá ligado na cauda do N1, que era o noturno que corria no tronco, de Campinas a Araguari. Em Casa Branca-nova as composições eram separadas. Também corria um carro dormitório de Campinas a Guaxupé, que foi suprimido logo apos a criação da Fepasa, em fins de 1971. Originariamente as composições do ramal

Acima, o trem de passageiros passando por Guaranésia, em 1970, ainda com
cinco carros. (Foto: Carmo Ferreira Bastos)
eram compostas de carros de madeira, sendo posteriormente substituídos por carros de aço pintados de azul e branco, da Fepasa. Estes carros de aço eram aqueles construídos pela Mogiana, embora tenham circulado por lá alguns "Ouro Verde" ex-Sorocabana, igualmente pintados de azul e branco. É interessante mencionar que havia

Mais uma tomada em Guaranésia, em 1970. (Foto: Carmo Ferreira Bastos)
um carro Ouro Verde, ex-restaurante, transformado pela Fepasa em carro de primeira com buffet, especialmente para circular nesse ramal. A tração ficava sempre a cargo das GL8, já que as G12 eram muito pesadas para aquela linha. Em 1976 a Fepasa suprimiu boa parte dos trens de passageiros dos ramais, e ali passaram a circular somente os noturnos. Em 1977, uma pequena ponte próxima a São José do Rio Pardo foi destruída pelas chuvas e este fato foi usado como pretexto para interromper de uma vez o tráfego no ramal. Desde então, o ramal ficou praticamente abandonado, circulando apenas os trens de cimento entre S.Sebastião do Paraíso e Itaú de Minas, procedentes de Ribeirão Preto, pela linha da antiga São Paulo-Minas. Em 1985, na última vez que estive na cidade, a estação de Guaranésia estava totalmente abandonada, porém ainda com os trilhos. Todas as passagens de nível dentro da cidade já haviam sido asfaltadas pela prefeitura local. Nessa mesma época, a estação de Guaxupé ainda estava ativa, porém despachando cargas via rodoviária, já que a mesma estava isolada pela via ferroviária. O pátio estava abandonado, assim como o depósito de locomotivas que lá havia" (Maurício Torres, 12/2001).