Trem de Cachoeira a Feira de Santana
(Bahia)

 

E. F. Central da Bahia (1876-1911)
VFFLB (1911-1964)

Bitola: métrica


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Nota: As informações contidas nesta página foram coletadas em fontes diversas, mas principalmente por entrevistas e relatórios de pessoas que viveram a época. Portanto é possível que existam informações contraditórias e mesmo errôneas, porém muitas vezes a verdade depende da época em que foi relatada. A ferrovia em seus 150 anos de existência no Brasil se alterava constantemente, o mesmo acontecendo com horários, composições e trajetos (o autor).

São muito

Percurso:
Origem da linha:

Na década de 1940, em terras da Princesa do Sertão, para se ir à Bahia, ou como se dizia naqueles tempos, quando se viajava para a capital - cidade de Salvador - tinha-se duas opções: o trem denominado "Motriz" e a "Marinete", um tipo de transporte coletivo que nos dias de hoje conhecemos como ônibus. A estação ferroviária ficava nos fundos da Igreja da Matriz, em galpão amplo, com bilheteria, bancos e um espaço amplo para o trânsito dos viajantes que esperavam a partida para a capital, passando por diversos lugares, a exemplo de Paripe, Piripiri e outros, até o final de linha na Calçada, em Salvador, próxima ao Largo de Tanque. Os compartimentos do trem eram bem arrumados, com poltronas duplas e em algumas cabines tinham mesas para o serviço de primeira classe, com almoço, sobremesa e um bom café. Logo na saída, ainda nas proximidades de Santana dos Olhos D'água, na localidade do Tomba, havia uma imensa caixa d'água para abastecer as caldeiras da locomotiva alimentada a lenha. Após ligeira parada, seguia viagem que durava, salvo engano, 3 horas. Tenho ainda lembranças do tempo de criança quando por ali, em companhia de meu pai, viajei, e na espera da partida ficava deslumbrado com o trânsito de pessoas bem vestidas, herdeiros dos costumes europeus de boa civilização. Encantava-me o barulho das máquinas, a marcha e o apito do trem - piuiiiii..., conduzindo viajantes em recreio, em face de negócios a realizar e até mesmo para consultas médicas.

Já as Marinetes ficavam estacionadas na Praça da Bandeira, uma ao lado da outra a espera dos passageiros, muitas vezes com sua capa de gabardine, além da mala com roupas, até completar a lotação seguindo para a capital em viagem que durava aproximadamente 4 horas em estrada de chão batido, cujo percurso compreendia Lapa (atual Amélia Rodrigues), São Sebastião com parada obrigatória para almoço, café ou lanche (um pão bem quentinho e um copo com café ao leite), dependendo do horário, seguindo até Água Fria, na entrada de Salvador e de lá para o centro eram todos conduzidos por "Carros de Praça" (denominação dada para o que hoje se conhece como Táxi).