Linha do Norte (Rio-Petrópolis)
(Rio de Janeiro)

 

E. F. Leopoldina (1883-1964)

Bitola: métrica (1,00m)

Nota: Após a desativação do trecho Inhomerim-Três Rios em 1964, o restante do trecho, utilizado para trens metropolitanos, foi alargado para bitola larga (1,60m).

Veja também:


Horários dos trens

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Nota: As informações contidas nesta página foram coletadas em fontes diversas, mas principalmente por entrevistas e relatórios de pessoas que viveram a época. Portanto é possível que existam informações contraditórias e mesmo errôneas, porém muitas vezes a verdade depende da época em que foi relatada. A ferrovia em seus 150 anos de existência no Brasil se alterava constantemente, o mesmo acontecendo com horários, composições e trajetos (o autor).

Trem de passageiros da Leopoldina que percorria o trecho entre o Rio de Janeiro e Três Rios, mas cujo destino principal era a cidade de Petrópolis. Funcionou até novembro de 1964, quando foi suprimido, juntamente com a linha entre Inhomirim e Três Rios. A linha Rio de Janeiro-Inhomirim permanece em uso até hoje com trens metropolitanos puxados desde 1997 pela empresa Supervia.

Percurso: Linha do Norte, no trecho de Barão de Mauá a Três Rios.
Origem da linha:

Vila Inhomerim-Petrópolis: 1883 (E. F. Grão Pará)
Piabetá-Vila Inhomerim: 1854 (E. F. Mauá)
Barão de Mauá/Praia Formosa-Piabetá: 1888
Petrópolis-Areal: 1886
Areal-Três Rios: 1900

Os trens do Rio para Petrópolis inicialmente (1883) saíam da Praça Mauá, onde os passageiros tomavam as barcas para o porto de Mauá (hoje Guia de Pacobaíba) e ali embarcavam nos trens para Piabetá e Petrópolis. Com o complemento da linha entre a estação de São Francisco Xavier na E. F. D. Pedro II (depois Central do Brasil), pôde-se fazer o percurso diretamente do Rio para Petrópolis. Em 1900, a linha foi estendida até Três Rios. Antes disso, em 1890, a Leopoldina havia adquirido a E. F. do Grão Pará, que, em 1883, havia adquirido a linha original da E. F. Mauá que chegava até Raiz da Serra (Vila Inhomerim).

Os trens que seguiam para Petrópolis, Três Rios e Caratinga utilizavam-se da mesma linha. A maioria dos trens seguiam somente para Petrópolis, voltando dali para o Rio. Todos esses trens não paravam nas estações da baixada, com exceção da inicial, da de Duque de Caxias e da de Vila Inhomerim. Às vezes, Piabetá e uma ou outra mais. As outras estações somente eram atendidas pelos trens de subúrbios (chamados hoje de metropolitanos e anteriormente também de trens de curto percurso).

No trecho da serra (cerca de 6 km), o trem era puxado por uma locomotiva especial com cremalheira. O engate dessa locomotiva dava-se na estação de Vila Inhomerim e o desengate na de Alto da Serra (na volta para o Rio, o contrário). Na foto abaixo, o comboio no trecho da serra. A foto deve ser dos anos 1950-60.

Na estação de Petrópolis, o trem entrava por um desvio que levava à estação. Para seguir viagem para Três Rios, o trem voltava pelo desvio e retomava à linha normal.


Locomotiva da cremalheira exposta hoje no Museu de Petrópolis. Foto Jorge A. Ferreira


Na estação Meio da Serra, nos anos 1890. Acervo Marcelo Lordeiro


Locomotiva Riggenbach "Gurjão", que trabalhoou na linha da Grão-Pará no século XIX. Desenho de catálogo

Na ponte. Autor desconhecido

Na ponte. Autor desconhecido

Subindo a serra por voltad e 1900 e apenas dois carros. Autor desconhecido

No entanto, com o tempo, os serviços foram piorando... os atrasos aumentando... isto já nos anos 1940, como mostra a reportagem da Revista da Semana de 7/4/1945:

O trem entre o Rio de Janeiro acabou em 1964. Antes disto, a população, ao ver algum anúncio de sua parada (um ano e meio antes de ela efetivamente ocorrer), protestou: o comércio fez lock-out (locaute), segundo reportagem da Folha de São Paulo, em 10/5/1963: