Fepasa (1979-1997)
Bitola: métrica
Acima, a estação de Campinas,
em 1996, local de partida dos trens da
linha da ex-Mogiana (Foto Ralph M.
Giesbrecht).
A mesma estação - Coronel Pereira Lima
-nova: em 1987 (acima), funcionando
como um vagão (Foto Paulo Cury) e em
2003 (abaixo), já em alvenaria,
mas abandonada (Foto Gutierrez L. Coelho):
Ela fica entre Jardinópolis-nova e
Orlândia-nova.
Acima, a estação terminal de Araguari,
em 2003 (Foto Fernando Martins). Abaixo,
trem chegando de Araguari em Uberaba
em 1987 (Foto Paulo Cury).
Abaixo, o fim dos trens de passageiros anunciado no hall da estação
de Tambaú-nova (Foto Ralph M. Giesbrecht, 1998)
Acima
e abaixo, dois flagrantes do trem de passageiros com quatro carros
chegando em Uberaba, vindo de Araguari, em 1987 (Fotos Paulo Cury).
Abaixo, o túnel de Tambaú, aberto em 1971, com a variante.
É o único túnel da linha Campinas-Araguari.
A foto é de 2005 (Foto Penteado).
Veja também:
Trem do Ramal de Igarapava
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com o autor
Indice
Nota:
As informações contidas nesta página foram
coletadas em fontes diversas, mas principalmente por entrevistas
e relatórios de pessoas que viveram a época. Portanto
é possível que existam informações contraditórias
e mesmo errôneas, porém muitas vezes a verdade depende
da época em que foi relatada. A ferrovia em seus 150 anos
de existência no Brasil se alterava constantemente, o mesmo
acontecendo com horários, composições e trajetos
(o autor).
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Trem de passageiros operado pela
Fepasa entre as cidades de Campinas e Araguari (MG), a partir de 1979.
A última viagem desse trem foi em 10 de setembro de 1997, quando
ele já seguia apenas até Uberlândia.
Em
1987, o trem de passageiros da Fepasa deixa Uberaba partindo para
Ribeirão Preto (Foto Paulo Cury).
Acima, horário de trens de passageiros Ribeirão Preto-Araguari,em
1980 (Guia Levi, 1980).
Percurso: Campinas - Ribeirão
Preto - Uberaba - Uberlândia - Araguari via variantes da ex-Mogiana
entregues entre 1951 e 1979.
Origem da linha: Campinas
(Boa Vista)-Mato Seco:
1973/1979
Mato Seco - Lagoa Branca: 1878;
Lagoa - São Simão: 1951/1971;
São Simão - Entroncamento: 1964/71;
Entroncamento - Uberaba: 1979;;
Uberaba - Omega: 1896;
Omega - Araguari: 1971.
Como se vê acima, dois trechos seguem até hoje sendo
os originais. A entrada das últimas duas variantes em 1979
possilitou um trem único entre Campinas e Araguari, em 1979,
com a desativação do pior trecho até então,
o ramal de Igarapava, que possibilitou a colocação de
composições mais rápidas, com muito menos curvas
na linha. A linha toda opera com cargueiros até hoje, estando
nas mãos da concessionária FCA.
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Comentários:
O traçado da variante Entroncamento-Amoroso Costa (na verdade,
Ribeirão Preto-Uberaba) tinha apenas 25 curvas, contra 431
do ramal de Igarapava de 1915. "Ás 14h58, o PM-1, que faz o percurso
de Campinas a Araguari, partirá de Ribeirão Preto tomando um rumo
diferente. Três meses após a
inauguração oficial do traçado, a Fepasa entrega-o ao transporte de
passageiros, fazendo diminuir de cinco para três horas a viagem até
Uberaba. Dentro de pouco tempo, passada a fase de consolidação, esse
trajeto vai demorar duas horas e meia, com a composição podendo desenvolver
velocidades de até 90 km/hora. Os novos horários são: o PM-1
saía às 14:58, passava por Jardinópolis às 15h21, por Orlândia às
15h56, por São Joaquim da Barra às 16h17, por Ituverava às 16h40,
por Aramina às 17h10 e depois entrava em território mineiro"
(Jornal "Diário da Manhã", de Ribeirão Preto, 10/05/1979). "Os
trens PM1 (vindo de Campinas) e PM2 (de Araguari) cruzavam em Tambaú
e eu, enquanto esperava
Acima,
o trem na estação de Tambaú, seguindo para Ribeirão
Preto, em 1985.
cruzamento, dava uma voltinha
a pé pela estação para ver aqueles antigos cofres, os aparelhos de
staff, etc.. Na fachada, há um grande logotipo C.M. Perto dali, há
único túnel da linha (NOTA: Na verdade, há outro túnel
em Uberaba). Antigamente, eles cruzavam em Ribeirão, Evangelina,
São Simão, Cravinhos, Canaã, dependendo do atraso. Hoje, cruzam em
lugar nenhum, foram cortados.
Havia duas composições. Uma tinha dois ou três carros de aço-carbono,
construídos pela C.M. em 61, e um restaurante, também desta data,
também de aço. O outro trem era de inox, com janelas ovais com dois
ou três carros da Mafersa, de 61, e um restaurante. Então, de Campinas
saia um dia um trem, e um dia outro. Saía às 9 da manhã de Campinas
e no domingo saía às 10, porque era o trem Bandeirante da Rede, com
leitos, etc.. Dava para pegar o PP-1 na Luz e chegar a tempo, porque
o Bandeirante só saía quando chegava o PP-1 em Campinas. Eu peguei
muito este trem, e descia em Evangelina, onde residem meus parentes.
Acima, o trem deixando Uberaba seguindo para Ribeirão Preto,
em 1987 (Foto
Paulo Cury). Abaixo, o trem P2 parado na plataforma de Ribeirão
Preto, em 1993
(Foto Rafael Correa).
Abaixo, o trem na estação de São Joaquim da Barra,
em 1995 (Foto do livro
Memórias de São Joaquim-II, de Lucio Falleiros).
"Quantas e quantas vezes tomávamos
esse trem aqui em São Simão, até Tambaú, onde havia o cruzamento
com o trem que vinha de Campinas, e voltávamos a São Simão.
Sempre íamos em turmas grandes, e procurávamos reunir para a viagem
amigos, primos e primas, tios e tias, até os vizinhos! Tenho até uma
dessas aventuras registradas em vídeo, a ida e a volta. Quando o trem
de retorno atrasava, tomávamos umas charretes que ficavam em frente
a estação de Tambaú, íamos até o centro da cidade e sempre olhando
no relógio, pra não perder o trem de volta pra S. Simão. O momento
mais esperado era sem dúvida a passagem pelo túnel e pela grande ponte
de concreto, em curva, muito alta. Fiz essa última viagem por volta
de 1997, no ano em que esses trens deixaram de circular. Na época
eu estava com 25 anos, e hoje, casado e com um filho de 3 anos, sinto
ele não ter a chance de conhecer tudo isso" (André
F. Bordinhão, 09/2005).
Acima
e abaixo, o último trem de passageiros da linha, agora com
carros Budd,
da Fepasa, em Jardinópolis-nova. em 10/09/1997. (Fotos: Vanderley
Zago)
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