Ribeirão Preto-Araguari
via Linha do rio Grande
(São Paulo/Minas Gerais)

 

Mogiana (1886-1971)
Fepasa (1971-1977)

Bitola: métrica

Acima, a estação do Entroncamento, em 1998, abandonada. Aqui se bifurcava a linha: para nordeste, a linha do Rio Grande; para noroeste, o ramal de Igarapava (Foto Ralph M. Giesbrecht). Abaixo, a estação terminal de Araguari, em 1942; já foi demolida (Foro EF Brasil).


Acima, a estação de Uberaba, em 1987, a terceira versão, aberta em 1971 (Foto Paulo Cury). Abaixo, horários do trem da linha do Rio Grande e do Catalão em
1951. (Guia Levi, dezembro de 1951)


Veja também:

Estação de Visconde de Parnaíba

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Indice

Nota: As informações contidas nesta página foram coletadas em fontes diversas, mas principalmente por entrevistas e relatórios de pessoas que viveram a época. Portanto é possível que existam informações contraditórias e mesmo errôneas, porém muitas vezes a verdade depende da época em que foi relatada. A ferrovia em seus 150 anos de existência no Brasil se alterava constantemente, o mesmo acontecendo com horários, composições e trajetos (o autor).

Trem de passageiros operado pela Mogiana entre as cidades de Ribeirão Preto e de Araguari, já em Minas Gerais. "Linha do Rio Grande" era o nome do trecho construído até o rio Grande, na fronteira SP-MG. Dali para a frente, até Uberaba (onde a partir de 1915, a linha se encontrava com o ramal de Igarapava, que também vinha de Ribeirão Preto) e depois Araguari, o nome era linha do Catalão. Na verdade, essas duas linhas se bifurcavam na estação de Entroncamento, logo após o trem procedente de Ribeirão atravessar o rio Pardo, e se juntavam em Uberaba. Até os anos 1920, esse trem operava entre Ribeirão e Araguari. Daí para a frente, passou a operar apenas entre Ribeirão e Uberaba, pois os trens da Mogiana para Araguari passaram a correr direto pelo ramal de Igarapava. Em 1970, os trens que percorriam a linha foram "cortados em dois", pois o trecho entre Pedregulho e Jaguara, já em Minas, foi extinto para a construção da barragem do rio Grande. A partir de 1972, o trajeto passou a ser Ribeirão-Franca. E em 15 de fevereiro de 1977, acabou, como também acabou o trecho Jaguara-Uberaba no ano anterior (1976). A linha operou com cargueiros até 1980, e depois foi abandonada; em 1988, os trilhos foram retirados.
Percurso: Ribeirão Preto - Rifaina - Uberaba - Araguari
Origem da linha:

Ribeirão Preto - Batatais - 1886
Batatais - Jaguara - 1888
Jaguara - Uberaba - 1889
Uberaba - Araguari - 1896


Acima, a estação inicial da linha, em Ribeirão Preto, por volta de 1910. Foi desativada em 1965 (Foto: Álbum da Mogiana). Abaixo, a estação de Ribeirão Preto-nova, em 1985, de onde o trem partia entre 1965 e 1979 (Foto de autor desconhecido).

Comentários: Com a abertura da totalidade do ramal de Igarapava, em 1915, que também ligava Ribeirão Preto a Uberaba numa linha mais moderna, a linha do Rio Grande foi colocada em segundo plano. Apesar de passar por cidades ricas como Batatais e Franca, o trecho dali até Uberaba era uma região muito pobre e pouco povoada, principalmente no trecho que acompanhava a margem mineira

O trem chegando a Pedregulho, anos 1950. (Acervo Antonio Soukhef)
do rio Grande, com surtos de malária. A linha, porém, operou ainda por muitos anos. O percurso mais bonito era a serra, entre as cidades de Pedregulho e de Rifaina. "Eu estudava em Brodowsky, nos anos 60, e morava em Ribeirão Preto. A viagem de trem, todos os dias, era demorada mas muito bonita. No Entroncamento, o trem era comprido e a plataforma curta, então, parte dele parava sobre o rio Pardo. Era uma beleza" (relato de Eduardo. B. de Oliveira - do livro Um dia o trem passou por aqui - a história e as estórias dos trens de passageiros do Estado de São Paulo e as saudades que eles deixaram, Ralph M. Giesbrecht, RMG, 2001).