Fepasa (1971-1997)
Bitola: métrica.
Acima, a composição pas
Abaixo, horários do trem San
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Nota: As informações contidas nesta
página foram coletadas em fontes diversas, mas principalmente
por entrevistas e relatórios de pessoas que viveram a época.
Portanto é possível que existam informações
contraditórias e mesmo errôneas, porém muitas
vezes a verdade depende da época em que foi relatada. A ferrovia
em seus 150 anos de existência no Brasil se alterava constantemente,
o mesmo acontecendo com horários, composições
e trajetos (o autor).
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Trem turístico de passageiros
operado pela Fepasa para a empresa de turismo do Coronel Pettená.
Operou desde os anos 1980 (data indefinida) até o início
de 1999, em viagens em fins de semana e feriados anunciadas com antecedência.
Os trens partiam tanto de Campinas quanto da Barra Funda e o destino
era sempre a estação de Peruíbe, no ramal de
Juquiá da antiga Sorocabana, no litoral sul paulista.
Percursos: Campinas a
Peruíbe: partia da estação de Campinas, seguindo
pelo chamado "Corredor de Exportação" (linha
entregue pela Fepasa em 1986 e que substituía a linha antiga
Mairinque-Campinas, popularmente chamada de "Ituana", alusão
à ferrovia extinta em 1904 que constuiu a maior parte desse
trecho) e depois, em Mairinque, tomando a Mairinque-Santos (também
parte do citado "corredor") e em Samaritá entrando
pela Santos-Juquiá até a estação de Peruíbe.
Percurso total: 290 km.
Barra Funda a Peruíbe: partia da estação da Barra
Funda, seguindo pelo tronco da antiga Sorocabana até o km 12,
onde saía pelo ramal de Jurubatuba até Evangelista de
Souza, onde encontrava a Mairinque-Santos. Dali em frente, seguia
pelo mesmo caminho do trem que vinha de Campinas até a estação
de Peruíbe. Percurso total: 160 km.
Origem da linha:
Campinas a Mairinque - 1977/86; Barra Funda ao km 12 - 1928; km 12
a Evangelista de Souza, 1957; Mairinque a Samaritá - 1931/7;
Samaritá a Peruíbe - 1913/4.
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Comentários:
Um dos trens turísticos mais freqüentados em São
Paulo, numa época em que ainda existiam trens regulares de
passageiros operados, bem ou mal, pela Fepasa. Ele acabou em 1999,
quando a Ferroban teria, ao contrário de sua antecessora Fepasa,
se recusado a ceder material rodante para a
ACIMA: O "trem do Pettená"
com a locomotiva 3838, no pátio da estação de
Peruíbe. Ao seu lado, junto à plataforma, a locomotiva
3676, do trem da linha Santos-Juquiá. Anos 1990 (Foto José
Agenor).
agência continuar com as excursões.
aram pelo ramal, inclusive o célebre
Ouro Branco, nos anos 1940 e 1950. Em 1938, por exemplo, os relatórios
da Sorocabana anunciavam a existência de 3 jardineiras (automotrizes)
na rota Santos-Juquiá. Duas com lotação de 34 passageiros e uma com
lotação de 20. Deviam
ser ônibus adaptados. "Na
década de 70, o destino dos trens procedentes de Julio Prestes era
Peruíbe. Para Juquiá eram apenas os que saiam de Santos"
(Carlos R. Almeida, 09/2006). Até os últimos anos (anos
1990), os trens no ramal tinham uma alta frequência de passageiros:
seu desaparecimento em 1997 foi sentido por todos, pois era um meio
de transporte barato que levava a população mais necessitada
a Santos, evitando a estrada e as avenidas da Praia Grande, sempre
com grande movimento. Foi graças a esse trem que cidades como
Itanhaém, Mongaguá, Peruíbe
e mesmo as do Vale do Ribeira,
Chegada do trem em Itanhaém,
anos 1980. (Foto Paulo Szabadi)
Miracatu e Juquiá. cresceram,
cidades que até o início dos anos 1960 não tinham
rodovias de acesso decentes e dependiam demais do trem. "Íamos
de Mongaguá até Santos (visitar minha "tia rica" no Gonzaga) de manhã
e voltávamos à tarde. Curioso, não tenho foto alguma dessas viagens.
Quando recebi sua resposta, procurei para ver se encontrava alguma,
e nada. Não me lembro de como eram os vagões (os do Ouro Verde me
lembro que eram bonitos - acho que nós íamos na primeira classe pois
eles eram "grandes" e "confortáveis" - lembre-se de que eu era uma
criança de 12 ou 13 anos). Já os puxados pelas vaporosas, não me lembro"
(Cleantes, 08/2006). "Lembro-me
que meu pai despachava nossas compras através da ferrovia para nossas
viagens até Mongaguá com uma semana de antecedência. Saíamos de Sorocaba
de madrugada onde logo desembarcávamos na cidade de Mairinque, onde
então descíamos a serra até chegarmos na estação de Samaritá. Aguardávamos
o trem que vinha de Santos com destino a Juquiá, logo então pela janela
do trem podíamos ver o mar, já que este ramal passa por muitos quilômetros
em cidades praianas" (Luiz Carlos, 08/2005).
Acima e abaixo, o último trem
de passageiros, em 1997, em Itanhaém. (Foto Wanderley Duck)
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