Trem da Singer (Campinas-Descampado)
(São Paulo)

 

Sorocabana (anos 1950 e 1960)

Bitola: métrica


Acima, a estação de partida do trem, em foto sem data: Campinas-Sorocabana, ou estação do Bonfim (Acervo José David de Castro). Abaixo: da estação do Descampado, não se localizou foto alguma. Era provavelmente do mesmo tipo da estação aqui mostrada, a de Sete Quedas, em 1998, que era intermediária entre Campinas e Descampado (Foto Ralph M. Giesbrecht)


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Nota: As informações contidas nesta página foram coletadas em fontes diversas, mas principalmente por entrevistas e relatórios de pessoas que viveram a época. Portanto é possível que existam informações contraditórias e mesmo errôneas, porém muitas vezes a verdade depende da época em que foi relatada. A ferrovia em seus 150 anos de existência no Brasil se alterava constantemente, o mesmo acontecendo com horários, composições e trajetos (o autor).

Trem de passageiros operado pela Sorocabana entre a estação de Campinas-Sorocabana (Bonfim) e a de Descampado, nos anos 1950 e 1960, por um pequeno trecho do ramal Mairinque-Campinas.

Percurso: de Campinas (EFS) a Descampado, no ramal Mairinque-Campinas
Origem da linha:

Campinas-Descalvado - 1914

Somente existem menções a esse trem feito por antigos usuários. Não era um trem de linha, era um trem especial para os funcionários da fábrica da Singer, em Campinas. A fábrica foi aberta em 1955 no bairro de Descampado. "Eu sou de Campinas, trabalhei na Singer do Brasil durante 25 anos e lá, até 1965, era usada a Ituana como transporte de funcionários. A empresa é fabricante de máquinas de costura e móveis. Foi fundada em 1954 e situa-se na fazenda própria, vizinha ao Aeroporto de Viracopos. Até 1965 a estrada de acesso (hoje é a Rod. Santos Dumont que liga Campinas a Sorocaba) era precária. Como a linha da Sorocabana passava atrás da fábrica, foi feito com ela um acordo para o transporte de funcionários, que pegavam o trem em Campinas, na estação do Bonfim (Campinas-Sorocabana), às 6 e meia da manhã. O percurso durava quase uma hora e o pessoal desembarcava em Descampado, estação que ficava nos fundos da área fabril. A estação está hoje em ruínas e coberta de mato. Ali havia um desvio que levava os trilhos para dentro da fábrica e era comum na época se ver os vagões estacionados ali, carregados de madeira bruta. Durante muitos anos após a desativação da linha, uma locomotiva da qual infelizmente não tenho fotos, ficou estacionada no páteo da fábrica. Como tínhamos uma caldeira, na época de manutenção da mesma, a locomotiva era colocada ao lado do prédio da manutenção e se ligavam nela as tubulações de água quente e vapor, de forma que a máquina ficava funcionando como caldeira, estacionária. Já era convertida para óleo cru. Essa locomotiva, que creio ser uma Baldwin, foi doada pela fábrica para a ABPF. Havia até um "fiscal" do trem, que era um funcionário da Singer encarregado de tomar conta do pessoal. Seu nome era Francisco Laite. Quando eu entrei na firma em 1966 o trem de funcionários foi desativado em virtude da implantação de transporte rodoviário - a empresa tinha uma pequena frota de onibus e dois "papa-filas" com cavalos da FNM. Era um trem exclusivo para a Singer, e tinha de seis a oito carros. Durante os anos de 70 e 80 alguns colegas de firma andavam comigo pela propriedade da fábrica e cheguei a ir até a estação. Na verdade era menor que a de Sete Quedas, mas o mesmo tipo de prédio. Não estive mais lá depois disso, mas soube por pessoal da fábrica que está demolida. De qualquer forma, o acesso mais fácil ao local ainda é pelo terreno da fábrica". (Carlos F. Paula, 01/2002, com algumas correções feitas por Francisco Laite)