Rua Domingos de Moraes Bairro de Vila Mariana, SP Início: rua Vergueiro e rua Stela Final: rua Luiz Goes |
2010 - Placa na esquina com a rua Sud Mennucci |
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A rua tem dois trechos distintos: até
se encontrar com a avenida Noé de Azevedo, logo depois do final da avenida
Lins de Vasconcellos, tem pista única; após, tem pista dupla com
canteiro central. A linha Norte-Sul do Metrô paulistano (linha 1) passa
por baixo de todo o trecho com pista dupla, vindo da avenida
Noé de Azevedo e continuando pela avenida Jabaquara, esta, na prática,
uma continuação da rua Domingos de Morais.
Estação Vila Mariana do Tramway de Santo Amaro. Os trilhos estavam no leito da rua Domingos de Moraes. No local depois foi construída uma garagem de bondes da Light e hoje é um terreno cercado com o emblema do Metrô. Fica em frente à atual rua Sud Mennucci. Autor desconhecido. Provavelmente anos 1890 Veja local |
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Garagem de carros e de bondes da Light, construída no local da estação da Vila Mariana, demolida em 1911. Ao fundo, esquina da Domingos de Morais com a Praça Teodoro de Carvalho. A garagem acima foi demolida nos anos 1960 pelo Metrô. Hoje é um terreno vazio e murado. Dezembro de 1912. Acervo Light |
Bonde que seguia para a Ponte Grande (via Vergueiro e avenida Tiradentes, como se pode ler na placa no veículo). Este está muito provavelmente na parte hoje duplicada da avenida, pois na foto possuía linha singela, mantida dessa forma em 1916 (ano da foto) pelo baixo tráfego. Depois seria duplicada. Seria o trecho da tal "avenida da Saúde". Acervo Light |
Chácara em que morou a família Ribeiro Branco antes de se mudar para a Chácara Conceição Ribeiro, em 1918. A casa acima era a sede e ficava onde hoje é o Colégio Madre Cabrini, na esquina das ruas Domingos de Morais e Madre Cabrini. Foto dos anos 1910. Acervo Ubirajara Ribeiro Martins de Souza |
A rua Domingos de Moraes em mapa de 1913. Neste mapa está assinalada a "Chácara Flora". Notar também ruas que ainda não existiam e que tinham nome diferente do atual. Do livro de Maria Lucia Perrone Passos e Teresa Emídio, Desenhando São Paulo, 2009 |
Casas na rua Domingos de Moraes (cinco) que existiam nos anos 1920 e eram de propriedade da família Ribeiro, ocupando toda a frente do quarteirão entre as ruas Dona Júlia e rua São Pedro (atual Lins de Vasconcellos). A rua à esquerda é a Dona Júlia. Acervo Ubirajara Ribeiro Martinsde Souza |
Casas na rua Domingos de Moraes (cinco) que existiam nos anos 1920 e eram de propriedade da família Ribeiro, ocupando toda a frente do quarteirão entre as ruas Dona Júlia e rua São Pedro (atual Lins de Vasconcellos). A rua à direita é a São Pedro, ainda não calçada na época. Acervo Ubirajara Ribeiro Martinsde Souza |
A origem da rua remonta pelo menos
ao século XIX; pode ser mais antiga.
Segundo Werner
Vana, a rua, ou pelo menos parte dela, era parte do Peabiru, ou seja, é
pré-colombiana. De acordo com Pedro Domingos Masarolo, em seu
livro "O bairro de Vila Mariana" (1971), o Caminho do Carro para Santo
Amaro nascia na bifurcação da Vergueiro onde começa a Domingos
de Moraes e seguia por esta até a atual Luiz Goes, seguindo para a direita
pela atual avenida Senador Casemiro da Rocha, no ponto em que a Domingos
de Morais termina; daí continuava pela alameda dos Guainumbis e depois,
por algum caminho não identificado, já dentro do antigo município
de Santo Amaro, extinto em 1934, chegava ao centro da vila. Com a construção
do tramway, a antiga estrada de Santo Amaro (a linha rua Santo Amaro-avenida
Brigadeiro Luiz Antonio-avenida Santo Amaro), o caminho teria deixado de ser
usado para esse fim. A rua passou a ter o nome que tem hoje em meados de 1896.
Em 1897, o mapa de Gomes Cardim já apresenta a rua com o nome atual,
que homenageia Domingos Corrêa de Moraes, fazendeiro nascido em Tatuí,
proprietário de terras em Batatais que chegou a ser vice-Presidente do Estado
no mandato de Rodrigues Alves como Presidente do Estado, no final dos anos 1890.
Foi também diretor da Companhia
Viação Paulista, a empresa brasileira que reuniu todas as concessões de bondes
a burro que operavam na cidade de São Paulo. Em
1913, outro
mapa (mostrado acima) mostra o trecho de pista dupla (não sei se naquela
época a pista já era dupla) como "Avenida da Saúde".
Domingos Correa de Almeida Morais, alem de vice governador,
Em
1886, iniciaram-se as operações do Tramway de Santo Amaro, que
se iniciava na então Estrada do Vergueiro, esquina da rua São
Joaquim, na Liberdade, e seguia por essa estrada até o início
da atual Domingos de Morais, quando por esta seguia. Na esquina da atual rua
Sena Madureira, havia uma bifurcação dessa linha; um ramal descia
até o atual largo Senador Raul Cardoso, seguindo pela atual rua Sena
Madureira, sendo que a linha principal continuava pela Domingos de Morais e
Jabaquara até atingir, passando por diversos bairros, o largo 13 de Maio,
em Santo Amaro. Mais tarde, o Tramway (1913) foi eletrificado, passando a ser
administrado pela Light and Power até 1968, quando foi desativado. O
trajeto pela rua Domingos de Morais continuou o mesmo, com a linha duplicada
e correndo no trecho de pista dupla, pelo canteiro central. Com o início
das obras do metrô, a linha de bondes foi desativada e a construção
se iniciaou com a abertura de valas a céu aberto no trecho de linha dupla.
O metrô foi aberto para operação em 1974 nesse trecho. O
canteiro central foi estreitado e as pistas ampliadas.
Em frente à estação dos bondes havia a Casa S. Luiz, tradicional depósito
de ferragens, e, duas lojas depois, uma das primeiras farmácias do bairro,
que foi muito tradicional (1).
Casa no número 111 da rua (numeração antiga). Porta que dava para a rua. Foto tomada entre setembro de 1925 e julho de 1929. A casa foi demolida. Ficava entre o largo Ana Rosa e a rua Joaquim Távora, lado ímpar. Acervo R. M. Giesbrecht Veja local |
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Bonde da Light no canteiro central da rua Domingos de Moraes em 1943. |
Colégio Arquidiocesano em foto de 1954. Reparar a rua Domingos de Morais, na parte duplicada, com o canteiro com as linhas de bonde (canto direito superior da foto). Foto Colégio Arquidiocesano, acervo R. M. Giesbrecht Veja local |
Pequena casa pouco antes da rua Sud Mennucci, lado par. Ano: 1988. Já demolida, hoje existe ali (no número 1164) uma agência do banco Bradesco. Foto R. M. Giesbrecht Veja local |
A igreja de Nossa Senhora da Saúde, no número 2387. Foto R. M. Giesbrecht |
Vista da rua Domingos de Morais, parte de pista dupla. Sob ela corre o metrô. Foto José Ricardo da Silva em 3/11/2006 |
Palacete no número 775, entre as ruas Machado de Assis e Joaquim Távora, lado ímpar, em foto de 2009. Foto R. M. Giesbrecht Veja local |
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Casa 799, vizinha da escola da foto anterior, em foto de 2009. Foto R. M. Giesbrecht Veja local |
Casa com os números 1412, 1414 e 1416, a antiga Casa Flora, de Chaker Assad, construída em 1932, na esquina com a rua Capitão Cavalcânti. Clique sobre a foto para ver mais fotos. Foto R. M. Giesbrecht em 25/2/2010 Veja local |
Mesmo local das casas da família Ribeiro, foto mais acima: rua Domingos de Moraes com rua Dona Júlia. Foto R. M. Giesbrecht em 19/2/2010 |
Prédio na esquina com rua França Pinto - esta, à direita, na foto. Foto Ralph M. Giesbrecht em 4/3/2010. |
Pequena casa dos anos 190/20 no quarteirão entre as ruas França Pinto e Sud Mennucci (no. 1092). Foto Ralph M. Giesbrecht em 4/3/2010. |
Mapa da rua Domingos de Moraes entre as ruas Araxans (hoje Sud Mennucci) e Capitão Cavalcânti em 1930 (Sarah Brasil). Notar nos terrenos entre as ruas que o terreno maior à esquerda é o da Chácara Conceição Ribeiro; sobre ele, mais estreito, a Chácara Flora. Em azul, à esquerda, o córrego do Sapateiro, limite desses terrenos. |
o mesmo mapa em 2010 (Guia Mapograf) mostra as modificações na área, sem mostrar terrenos e edifícios. A rua C. V. Coccozza aparece no lugar da Chácara Flora e a rua Rino Piacentini ocupa uma parte da chácara Conceição Ribeiro, enquanto o córrego está canalizado sob outras ruas novas. |
Frente da Chácara Conceição Ribeiro, com a casa-sede de frente para a rua Domingos de Moraes, calçada com paralelepípedos e com linhas de bonde. Foto de 1927. Já foi demolida. Clique sobre a foto para ver mais fotos. Acervo Ubirajara Ribeiro Martinsde Souza Veja local |
Estes dois edifícios de apartamentos com lojas no térreo hoje têm os números de 1334 a 1382 e ocupam o terreno onde estava a casa-sede da Chácara Conceição Ribeiro. Foto R. M. Giesbrecht em 19/2/2010. |
A Única fotografia em que há referência à Chácara Flora, em 1927. Clique sobre ela e verá o muro com parte do portão de entrada, no muro há esta inscrição. À esquerda, na foto maior, a casa da Chácara Conceição Ribeiro, que lhe era vizinha. Acervo Ubirajara Ribeiro Martinsde Souza |
CHÁCARA
CONCEIÇÃO RIBEIRO - "No
início de 1900 seria construída, próxima à Chácara
Flora, uma residência na rua Domingos de Moraes, que, segundo Massarolo,
de chácara com galinhas passaria a ser a casa mais elegante do bairro,
propriedade do Conde Queirolo, sócio do Banco João Brícola"
(Sílvia Valentini, Manequinho Lopes - O Entomologista do Verde - publicado
em Paisagens em Debate, revista eletrônica da área Paisagem e Ambiente,
FAU.USP, no. 5 - dezembro 2007). Esta
chácara ocupava todo o espaço desde a sua frente na rua Domingos
de Morais até o córrego
do Sapateiro (que cruzava a rua Capitão Cavalcanti na sua parte mais
baixa e tem as nascentes na Chácara Flora, hoje não mais existente).
Também ficava entre a antiga Chácara Flora e a rua Capitão
Cavalcanti. O Conde teria vendido a propriedade para a família Ribeiro
Branco entre os anos de 1918 e 1920, mesma época em que esta última
vendeu sua chácara que ficava onde hoje está o Colégio
Madre Cabrini. Porém, a data correta para as duas transações
parece ter sido o ano de 1926, pois é este ano que consta na história
do Colégio como tendo-a adquirido dos Ribeiro Branco. Ainda de posse
do Conde Queirolo, os jardins da chácara foram projetados e construídos
por arquitetos italianos, assim como a miniatura de castelo, piscina (redonda),
pontes, caminhos e fonte, além de outras pequenas construções
que ali existiam, tudo em pedra e cimento escuro. "Quando eu conheci
a chácara, no final dos anos 1950, eu tinha dela uma vista de cima, do
alto da escada que dava para os quartos que ficavam sobre a garagem da casa
da rua Capitão Cavalcanti, 116, onde minha avó morava. A chácara
ainda terminava no vale do córrego do Sapateiro, cuja nascente era por
ali mesmo. Pouco mais tarde, fiz amizade com os netos do dono e passei a frequentar
a maravilhosa chácara (do autor do site). No final dos anos 1960,
o casarão que dava frente para a rua Domingos de Moraes foi vendido e
demolido; ali se construíram dois prédios. O jardim ficou, pois
a família não o queria vender; na época da administração
Luiza Erundina (1989-1992), ela taxou o terreno da chácara como sendo
baldio e triplicou o preço do imposto. Ou seja, forçou a construção
de algo no local. A família então vendeu o terreno e nele foi
construído outro conjunto de prédios (três), tendo sido
arrasado todo o belo jardim e pequenas construções. Hoje, claro,
não sobra nada.
A chácara Conceição Ribeiro em 1958. Era o local das árvores. O jardim era delimitado pela rua Domingos de Moraes (à direita) e pelo córrego do Sapateiro (à esquerda, o corredor de pequenas árvores), pelas casas da rua Capitão Cavalcanti (embaixo) e pelas casas da rua Sud Mennucci e sua travessa Carlos Coccozza (Foto Geoportal, 1958). |
A chácara Conceição Ribeiro não existe mais em 2010. Basta ver a falta total de árvores no local antes ocupado por elas e os prédios no local da mansão e da chácara em si. Para comparação, por exemplo, notem o Grupo Escolar Marechal Floriano (à direita), hoje espremido por uma avenida que não existia em 1958, a Noé de Azevedo, construída em 1974 (Google Maps, 6/2/2010). |
A VILLA KYRIAL
- Construída em 1897 (de acordo com uma inscrição que existia na alvenaria da
casa). Nome primitivo: Vila Gerda. Passou a se chamar Vila Kyrial em 1904, quando
Freitas Valle a comprou. Ficava no número 10 da rua Domingos de Moraes
(numeração antiga) e no número 300 (numeração
atual). Freitas Valle morreu em 1958. Em 1960 a Construtora Joelma comprou a
casa e o terreno. Em 1961 a casa foi demolida e depois um prédio foi
construído no local. O terreno dava frente para a rua Domingos de Morais,
acompanhava a rua Dr. Eduardo Martinelli e dava fundos para a rua Cubatão. Mais
sobre a Vila Kyrial clicando aqui e aqui.
A Villa Kyrial, em foto de autor e ano desconhecidos. Ficava na rua Domingos de Morais, 300 (numeração já atual), na esquina com a rua Dr. Eduardo Martinelli, e foi demolida em 1961. No seu lugar, um condomínmio de apartamentos. Veja local |
Placa da Vila Kyrial no muro da entrada, com o seu proprietário, Freitas Valle, ao lado. Ano e autor desconhecidos. Veja local |
CINE CRUZEIRO
- Ficava na rua Domingos de Moraes em frente ao Largo Ana Rosa, onde hoje há
um supermercado Pão de Açúcar.
CINE PHENIX - Ficava na esquina da rua com a Joaquim Távora, onde depois foi
construído o prédio do Bradesco, depois ocupado pela Caixa Econômica
do Estado de São Paulo e desde 2010, pelo Banco do Brasil. Também existiam
na avenida os cinemas Capri, San Remo e Sabará - este, onde está hoje
o Supermercado Pastorinho.
COLÉGIO ARQUIDIOCESANO - Fica até hoje na rua, em frente à
Pedro de Toledo.
PANIFICADORA ABC
- A Confeitaria ABC, a primeira do bairro e de toda a região tinha sua primeira
unidade (a padaria) na esquina da José Antônio Coelho, e a segunda, na Praça
Dr. Theodoro de Carvalho, junto com o galpão onde se fabricavam seus quitutes,
hoje a agência da Ford. Esta segunda ficava na esquina da praça com a
rua Domingos de Moraes, em frente à garagem de bondes da Vila Mariana.
Na virada do século XX, nesta praça, no local onde depois foi
a panificadora, existia o Parque Vila Mariana, onde se celebravam bailes; a
praça se chamava Largo da Vila Mariana.
CORPO DE BOMBEIROS - O prédio fica próximo à rua Santa
Cruz, lado ímpar.
CINE JAMOR - Rua Domingos de Moraes, 2833. Fechado há anos.
Antigo cinema Jamour, à rua Domingos de Morais, 2833. Quando a fotografia foi tirada já não era mais cinema. Anos 1980? Foto de http://cinemafalda.blogspot. com/2009/12/ |
(1) Ayrton Camargo e Silva, 6/2010.
Atualização: 30.07.2015 |