Expresso Mantiqueira
(Juiz de Fora-Santos Dumont)
(Minas Gerais)

 

RFFSA (1994-1996)

Bitola: larga (1,60m)


Acima,
fachada da estação de Juiz de Fora, em 2001 (Foto Jorge A. Ferreira). Abaixo, plataforma da estação de Santos Dumont, em 2003 (Foto Gutierrez L. Coelho).


Veja também:

Trem Xangai - Minas Gerais

Linha do Centro - Minas Gerais


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Indice

Nota: As informações contidas nesta página foram coletadas em fontes diversas, mas principalmente por entrevistas e relatórios de pessoas que viveram a época. Portanto é possível que existam informações contraditórias e mesmo errôneas, porém muitas vezes a verdade depende da época em que foi relatada. A ferrovia em seus 150 anos de existência no Brasil se alterava constantemente, o mesmo acontecendo com horários, composições e trajetos (o autor).

O Expresso da Mantiqueira era um trem - na verdade, uma litorina RDC "Budd", que ligava as estações de Juiz de Fora e de Santos Dumont, trafegando um trecho de 48 km da antiga Linha do Centro da velha Central do Brasil. Esse trem é citado a partir de 1994, (a data de início parece ter sido 1º de maio), tendo sido extinto em 1996, devido à privatização da linha em meados desse ano.
Propaganda do Expresso da Mantiqueira no túnel 23, em 1994 (Acervo Jorge Alves Ferreira).

Percurso: Linha do Centro, no trecho de Juiz de Fora a Santos Dumont.
Origem da linha:

Juiz de Fora - Santos Dumont 1877;
A linha do Centro, da antiga Central do Brasil, foi inaugurada em trechos, desde o longínquo ano de 1858, quando foi aberto o primeiro trecho na cidade do Rio de Janeiro, até 1948, quando a linha chegou a Monte Azul, no sertão mineiro, próximo à divisa com a Bahia, num percurso de mais de mil quilômetros. A partir de Lafaiete, a linha passava de bitola larga para a métrica. A linha do Centro hoje tem tráfego apenas de trens cargueiros, com exceção da parte próxima ao Rio de Janeiro, por onde ainda trafegam trens metropolitanos de passageiros.

Em setembro de 1994, a Revista Ferroviária apresentou uma reportagem sobre o recém-implantado Expresso da Mantiqueira, que havia sido inaugurado em maio anterior e que fazia viagens diárias, exceto domingos e feriados locais (Se esse trem já exista anteriormente, com outro nome ou não, não encontrei, por enquanto, evidências disto). Levava 80 passageiros por viagem. Eram 3 litorinas que faziam isoladamente o

O Expresso da Mantiqueira, em 1994 (Acervo Manoel Monachesi).
percurso. O preço da passagem, na época, era de R$ 1,45, enquanto o Xangai, que fazia o trecho Matias Barbosa-Benfica (acumulando parte do trecho com o Mantiqueira), custava apenas R$ 0,24. A diferença no preço era devido ao fato de transportar menos passageiros por viagem e também porque "as peças da litorina estavam sendo recuperadas artesanalmente". Os carros, eram, segundo a revista, fabricados em 1952. Mas era uma tarifa competitiva com os ônibus que faziam as mesmas ligações. Ninguém podia viajar em pé. O trem saía de Santos Dumont às 06:30 e parava em duas estações intermediárias, Ewbank

Acima, o Expresso da Mantiqueira passando pela estação de Ewbank da Câmara, em 16/01/1996 (Foto Coaraci Camargo). Abaixo,
o Expresso, entrando no túnel 23 - entre Ewbank da Câmara e Santos Dumont - em 1994 (Acervo Manoel Monachesi).

da Câmara e Benfica, chegando a Juiz de Fora Às 07:17. Na volta, no final da tarde, deixava Juiz de Fora às 18:15 e chegava a Santos Dumont às 19:02. "Esse trem saia cedinho de Juiz de Fora e voltava no fim da tarde. A pintura da RDC era igual aos carros reformados do Xangai" (Lourenço Paz, 10/2005). O trem durou pouco. Assim como o Xangai, foi desativado em 1996, com a privatização do trecho.