RFFSA (c.
1975-c.1991) / Giordani Turismo (1993-2006)
Bitola: métrica.
Acima, a estação de Carlos Barbosa, c. 2002, de onde
sai o Trem da Uva (Foto livro Patrimônio Ferroviário
do Rio Grande do Sul, IPHAE, p. 112).
Acima, a estação de Bento Gonçalves, em 2002,
ponto final do Trem da Uva desde os anos 1990 (Foto Hermes Y. Hinuy).
Acima, a estação de Jaboticaba, em 1978, no Tronco
Sul, ponto final do Trem da Uva de meados dos anos 1970 até
os anos 1990 (Foto Coaraci Camargo)
Horário dos trens, provavelmente no final dos anos 1990 (Folheto
da Giordani Turismo, sem data).
Veja também:
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Índice
Nota:
As informações contidas nesta página foram
coletadas em fontes diversas, mas principalmente por entrevistas
e relatórios de pessoas que viveram a época. Portanto
é possível que existam informações contraditórias
e mesmo errôneas, porém muitas vezes a verdade depende
da época em que foi relatada. A ferrovia em seus 150 anos
de existência no Brasil se alterava constantemente, o mesmo
acontecendo com horários, composições e trajetos
(o autor).
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Trem
turístico que foi inaugurado pela RFFSA por volta de 1978, logo
depois, ao que parece, que o trem de passageiros regular no ramal Carlos
Barbosa-Bento Gonçalves deixou de circular, o que ocorreu em
1976. Em 1978 já há registros do trem, quando a RFFSA
anunciava em seus relatórios que ele "corria todos os domingos"
entre Bento Gonçalves e Jaboticaba. Em 1986 e 1990 ele continuava
suas operações. Logo depois ele parou, mas isso ocorreu
por causa do total abandono da linha nova entre Bento Gonçalves
e Jaboticaba pela RFFSA, o que tornou as viagens arriscadas. Em junho
de 1993, a Giordani Turismo arrendou o trecho entre Bento Gonçalves
e Carlos Barbosa para continuar a operação do Trem da
Uva, agora num trecho mais plano e diferente do anterior, mais bonito
porém montanhoso, que obrigava o trem a voltar vazio e os passageiros,
de ônibus. O trem Carlos Barbosa-Bento Gonçalves segue
ocorrendo até hoje, duas vezes por semana, em dois horários
por dia (Fontes: Coaraci Camargo e Revista Centro-Oeste).
O mapa acima, dos anos 1980, mostra o
ramal unindo Carlos Barbosa a Jaboticaba (mapa da RFFSA). |
Percurso:
Carlos Barbosa - Bento Gonçalves
Origem das linhas:
Ramal de Bento Gonçalves
Carlos Barbosa-Bento Gonçalves - 1919
Bento Gonçalves-Jaboticaba - 1969
Atualmente o trecho entre Bento Gonçalves e Jaboticaba está
abandonado, não sendo utilizado nem por cargueiros. Jaboticaba
é uma estação que fica no Tronco Principal Sul,
e atualmente o trecho entre ela e Carlos Barbosa é um ramal
que se encerra nesta cidade, visto que Carlos Barbosa pertencia à
linha Montenegro-Caxias do Sul, que está desativada e sem trilhos
em muitos trechos desde os anos 1990. O trem passou a operar entre
Bento Gonçalves e Carlos Barbosa.
Os bilhetes de uma viagem feita em 1999
(Acervo José Carlos Daltozo).
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No início, nos anos 1970, o
Trem da Uva - chamado também de Trem do Vinho - percorria a
linha entre Jaboticaba e Bento Gonçalves. Aliás, este
belo trecho teria sido construído com a finalidade única de permitir
o acesso rápido do material destinado aos Batalhões Ferroviários do
Exército, durante a construção do Tronco Principal Sul, tanto de Jaboticaba
para o Norte como para o Sul. Não se tinha em mente qualquer escoamento
futuro de cargas ou passageiros, daí a RFFSA nunca ter
O trem da Uva no pátio da estação
de São Luiz, em 1986, no trecho Jaboticaba-Bento Gonçalves
(Acervo Maiquel Simonaggio).
tomado conhecimento da linha.
Em suma, era tão somente uma sofisticada linha de serviço, nada mais.
"É uma pena que o Trem da Uva somente circule entre
Bento Gonçalves e Carlos Barbosa. Entre Bento Gonçalves
e Jaboticaba, por onde ele circulava
antes, há um desnível de 540
metros
O trem da Uva no pátio da
estação de Veríssimo de Matos, em 1986, no trecho
Jaboticaba-Bento Gonçalves (Acervo
Maiquel Simonaggio).
em um desenvolvimento de
58 quilômetros. É uma linha belíssima com vários
túneis e viadutos, correndo ora entre matas, ora entre videiras.
Nestes 58 quilômetros há quatro estações,
a partir de Jaboticaba: Quilômetro 2, São Luiz, Veríssimo
de Matos, São Valentim e Bento Gonçalves. O trecho entre
Jaboticaba e São Luiz é um capítulo a parte.
Na saída de Jaboticaba
em direção ao Norte há um túnel duplo,
com o Tronco Principal
Sul e o
ramal de Bento no mesmo túnel. No meio,
O trem da Uva entre Bento Gonçalves
e Carlos Barbosa, anos 1990 (Foto
Harry Schuch, cartão postal, sem data).
este túnel se bifurca,
sendo que o do TPS segue em frente (em direção a Vacaria
e Lages). Ao sair do túnel cruza imediatamente o Rio das Antas.
Já o túnel do ramal de Bento faz uma curva à
O
trem do Vinho em Bento Gonçalves, em 1989 (Foto
Mario Celso Paixão Pereira).
direita. A linha contorna
duas vezes o morro de Jaboticaba e chega a estação de
São Luís. Esta estação está a apenas
uns 300 metros da de Jaboticaba mas a uns 100 metros mais alta. A
serra é tão íngreme que o trem de passageiros
só descia com a locomotiva a vapor.
Na volta ele vinha
O trem da Uva entre Bento Gonçalves
e Carlos Barbosa, em 2005
(Acervo Maiquel Simonaggio).
vazio e
tracionado por uma diesel".
(Coaraci Camargo, 2005) Enfim, segundo a reportagem de O
Estado de São Paulo em 2003, "tudo começa
com a degustação de vinho colonial na estação
de Bento Gonçalves. Sob o embalo do alegre ritmo italiano,
conduzido por uma simpática e animada bandinha de senhores,
os passageiros recebem taças para a degustação.
Têm de levar a taça consigo porque voltarão a
usá-la na próxima parada, em Garibaldi. Mas até
chegar lá, assistem e participam de shows típicos ao
longo de todo o trajeto. Cantores e dançarinas invedem os carros
enchendo a viagem de alegria. As pessoas cantam, dançam e pedem
mais. Ao longo do trajeto, os guias vão contando a história
da região e da própria locomotiva. Segundo os organizadores
do passeio, são consumidas até 216 garrafas numa única
viagem - a composição oferece assento para 250 pessoas.
Cobra-se R$ 23,00 por pessoa, tanto na primeira como na segunda classe.
Isso porque os carros da segunda classe são os mesmos usados
na década de 1950".
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