Embu Guaçu-Santos
(São Paulo)

 

Fepasa (1982-1997)

Bitola: métrica.

ABAIXO: Passagem da FEPASA utilizada na linha, em 1995, da estação de São Vicente (demolida em 2006) ao Embu-Guaçu. Notar que o bilhete, pelas estações nele contidas, poderia ser utilizado tanto para a linha Santos-Juquiá quanto para o trecho Santos-Embu-Guaçu (Acervo Emerson Gonçalves).



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Nota: As informações contidas nesta página foram coletadas em fontes diversas, mas principalmente por entrevistas e relatórios de pessoas que viveram a época. Portanto é possível que existam informações contraditórias e mesmo errôneas, porém muitas vezes a verdade depende da época em que foi relatada. A ferrovia em seus 150 anos de existência no Brasil se alterava constantemente, o mesmo acontecendo com horários, composições e trajetos (o autor).

Trem de passageiros operado pela Fepasa, a partir de 1982, ligando a estação de Embu-Guaçu, a Santos, na estação de Ana Costa. Esse trem foi extinto em novembro de 1997. Foi uma espécie de sucessor tardio do chamado "trem dos índios". Abaixo, um horário do trem, publicado no boletim Centro-Oeste, de 1/7/1994: o trem partia de Embu-Guaçu às 8 da manhã e retornava no mesmo dia. Notar que ainda existiam outros trens regulares na época (a lista abaixo foi reproduzida aqui apenas parcialmente).
Percurso: Embu-Guaçu a Santos, pela Mairinque-Santos, até Samaritá, daí até a estação de Ana Costa, em Santos, pelo ramal de Juquiá, num percurso total de 86 km.

Origem das linhas:

Embu a Samaritá - 1931/7
Samaritá a Santos (Ana Costa) - 1913
"O trem que fazia o percurso Embu-Guaçu - Santos, tinha como prefixo na Fepasa ML e normalmente era formado por carros inox série 500 da Budd, ou então, carros de aço carbono anteriormente usados pela Mogiana; eram sempre tracionados por uma GL-8. Segundo o que o pessoal fala, o trem foi criado a pedido da prefeitura municipal de Embu-Guaçu, em 1982, e durou até os últimos suspiros da Fepasa: foi extinto em outubro de 1997, junto com a linha Santos-Juquiá, apesar de ter uma taxa de ocupação muito boa. Em certa ocasião quando retornava de Santos num dos trens turísticos do Pettená (aqueles que saiam da Barra Funda rumo a Peruíbe e vice-versa), testemunhei o cruzamento com um ML, vindo de Embu-Guaçu, em Evangelista de Souza; já era noite e o que mais me chamou a atenção era haver muitas pessoas em pé no interior do trem. Se não me engano era o primeiro sábado de setembro de 1993 e logo imaginei que muitas pessoas iam para a baixada no sábado e retornariam somente no domingo no mesmo trem" (Ricardo Koracsony, 2006).

ACIMA: O trem chegando à estação de Embu-Guaçu (que aparece à esquerda da foto), em 1989. A GL-8, 3 carros Budd 500 e um bagageiro (Autor desconhecido).

Em 1991, uma reportagem da revista Veja em São Paulo contava sobre a vida na vila: "(...) A única condução disponível é o trem da Fepasa (...) rumo aos municípios de Santos ou Embu-Guaçu. Nenhum ônibus passa por lá, e quando alguém tenta encarar o caminho de carro, acaba passando por apuros. (...) O vilarejo não tem muita coisa além das casinhas de madeira, em que moram apenas cinqüenta famílias, e a estação de trem - que dispõe do único telefone da cidade e do bar, onde é possível comprar umas poucas bebidas e artigos de primeira necessidade. Quase todos os moradores trabalham para a Fepasa, na linha de trem que passa em frente às casas cedidas gratuitamente aos funcionários da empresa. Claire (a professora) (...) dá aulas para dezesseis crianças matriculadas na única escola do local, construída há trinta anos - numa época em que a população de Engenheiro Evangelista era bem maior, porque o trem passava com mais freqüência (...)".

ACIMA: O trem passando por uma estação em 1992 (Foto Emerson Gonçalves).

"Esse trem de Embu-Guaçu nos seus tempos finais já estava com os carros caindo aos pedaços, sujos, com bancos rasgados, janelas quebrados e o tradicional cheiro de urina da Sorocabana" (Lourenço Paz, 2006).
ACIMA: O trem chegando à estação de Engenheiro Marsilac em 1992 (Autor desconhecido).