Ramal de Igarapava
(São Paulo/Minas Gerais)

 

Cia. Mogiana/Fepasa (1915-1979)

Bitola: métrica

Acima, estação de Ribeirão Preto-velha, da qual o trem asía até 1965 (Foto Album da Mogiana, 1910). Abaixo, estação de Uberaba, em 1987 (Foto Paulo Cury).
Abaixo, horário do trem Ribeirão-Araguari em 1978, com conexão para o trem que seguia para Brasília (Guia Levi, março de 1978)

Veja também:


Trens da variante Entroncamento-Amoroso Costa

Trens da Linha do Rio Grande

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Indice

Nota: As informações contidas nesta página foram coletadas em fontes diversas, mas principalmente por entrevistas e relatórios de pessoas que viveram a época. Portanto é possível que existam informações contraditórias e mesmo errôneas, porém muitas vezes a verdade depende da época em que foi relatada. A ferrovia em seus 150 anos de existência no Brasil se alterava constantemente, o mesmo acontecendo com horários, composições e trajetos (o autor).

Trem de passageiros, operado pela Mogiana e a partir de 1971 pela Fepasa, entre as cidades de Ribeirão Preto e de Araguari (MG), desde 1915 até 1979, quando a variante Entroncamento-Amoroso Costa, bem mais moderna, curta e rápida, substituiu a antiga linha.

Estação de Igarapava, que deu nome ao ramal, retratada provavelmente nos anos 1960 (Acervo Vera Helena Zveibil).

Percurso: Ramal de Igarapava: Ribeirão Preto a Uberaba (1915). Mais tarde, até Araguari.
Origem da linha:

Ribeirão Preto-Jardinópolis - 1899;
Jardinópolis-S. Oliveira - 1900;
S. Oliveira - S. J. Barra - 1901;
S. J. Barra - Ituverava - 1903;

Ituverava - Igarapava - 1905;
Igarapava - Uberaba - 1915;
Uberaba - Araguari - 1896.
A partir daí utilizou-se a linha já existente desde 1896. Em 1970 e em 1979, ficaram prontas as variantes mais curtas e com menos curvas e mais viadutos entre Ribeirão Preto e Araguari que possibilitou a colocação de trens mais rápidos.

Bilhete da linha Ribeirão a Araguari emitido ainda pela Companhia Mogiana (portanto, antes de 1972) (Acervo desconhecido)

Comentários: Os trens do ramal de Igarapava, mais rápidos para se chegar a Uberaba, Uberlândia e Araguari do que pela Linha do Rio Grande, foram os responsáveis pela decadência desta última, mais antiga. Na verdade, o trecho a partir de Uberaba, onde as duas linhas se encontravam, era o mesmo, mas o ramal de Igarapava em si, mesmo cheio de curvas, foi construído vinte a trinta anos depois da linha do Rio Grande, e portanto era mais "moderno". Mesmo assim, em 1979, época de sua retirada, substituído pela variante Entroncamento-Amoroso Costa, estava ultrapassadíssimo. Porém, era mais útil para os passageiros: passava dentro das cidades e a variante passaria a correr por fora delas, em alguns casos, muito distante. Apesar disso, é possível ver-se pelo horário de 1978, ao lado, que em diversas estações do percurso o trem já não mais parava. "Na última viagem pelos 210 km do traçado antigo, saíram de Ribeirão Preto menos de 25 passageiros, ocupando os dois vagões, um de primeira e outro de segunda classe, pagando o mesmo preço ou até mais do que se estivessem viajando de ônibus (...). Agora há a expectativa de recuperação... (...) Em outro artigo, o relato da última viagem no velho ramal: "A 50 km horários, o trem seguiu o seu percurso, esquecendo a paisagem das estações que a partir de hoje estarão

Em de 9 de maio de 1979, o último trem de passageiros, com Valdomiro Marques da Silva como chefe, passou pelo ramal aguarda embarque na estação de Jardinópolis, a original, que também fechou nesse dia (Foto José C. Oliveira)
desativadas. "Cresciúma", gritou o chefe do trem, Valdomiro Marques da Silva. Nesta localidade de Jardinópolis, desceu uma passageira com duas crianças. "No tempo que morava gente nas fazendas, essas estações tinham movimento", disse Valdomiro, acrescentando que "não só por isso elas foram construídas, pois na época da locomotiva a vapor, eram necessárias paradas mais freqüentes para reabastecimento"... Necessárias também eram as 431 curvas da linha antiga "para dar maior impulso ao trem"...". (Jornal "Diário da Manhã", de Ribeirão Preto, 10/05/1979)