Linha-tronco da Sorocabana
(São Paulo)

Sorocabana (1875-1971)
Fepasa (1971-1999)

Bitola: métrica.



ACIMA e ABAIXO: Bilhetes da linha-tronco. Anos 1950-60. Acervo Carlos R. Almeida

Trens da Sorocabana nos anos 1940-70 na linha-tronco da Sorocabana (por Carlos R. Almeida):

IDA: P1 - Julio Prestes a Botucatu P3 - Julio Prestes a Iperó (Destino Itararé) LR1 - Julio Prestes a Ourinhos LR3 - Julio Prestes a Presidente Epitácio N1 - Julio Prestes a Ourinhos (Destino Maringá) LR5 - Julio Prestes a Assis LR7 - Julio Prestes a Presidente Prudente (facultativo) P31 - Botucatu a Ourinhos P41 - Presidente Prudente a Presidente Epitácio P43 - Assis a Presidente Epitácio P45 - Ourinhos a Assis

VOLTA: LR2 - Assis a Julio Prestes N2 - Iperó a Julio Prestes (Origem Itararé) LR4 - Presidente Epitácio a Julio Prestes LR6 - Presidente Prudente a Julio Prestes N4 - Ourinhos a Julio Prestes (Origem Maringá) P2 - Iperó a Julio Prestes (Origem Itapetininga) LR8 - Ourinhos a Julio Prestes P4 - Botucatu a Julio Prestes P32 - Ourinhos a Botucatu P42 - Presidente Epitácio a Assis P44 - Assis a Ourinhos P46 - Presidente Epitácio a Presidente Prudente

OBSERVAÇÕES: 1. Não considerados os trens que saiam de Mayrink para Campinas/Santos e Prudente para Euclides da Cunha por percorrer pequenos trechos na linha principal (Não mais que 5 km). 2. Os trens para o litoral percorriam cerca de 11 quilômetros na linha principal, assim como os que saiam de Botucatu para Bauru. Por isso estão relacionados. 3. Não considerados os trens extras que circulavam em feriados prolongados ou grande demanda, como a "Festa da Uva" em São Roque. 4. Considerados somente os trens de longo percurso 5. Estão listados 31 trens. Se considerar somente o trecho entre Botucatu e Prudente como mencionei na inicial, serão 20 trens. 6. Considerando que saiam ou chegavam no dia, e não o percurso completo. Alguns saíam num dia para chegar no outro.

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Nota: As informações contidas nesta página foram coletadas em fontes diversas, mas principalmente por entrevistas e relatórios de pessoas que viveram a época. Portanto é possível que existam informações contraditórias e mesmo errôneas, porém muitas vezes a verdade depende da época em que foi relatada. A ferrovia em seus 150 anos de existência no Brasil se alterava constantemente, o mesmo acontecendo com horários, composições e trajetos (o autor).

Trem de passageiros operado pela Sorocabana desde o início do tráfego na ferrovia, em 1875, até o final destes, que ocorreu precisamente no dia 16 de janeiro de 1999, operados que eram pela FEPASA desde 1971.

A linha-tronco da Sorocabana foi sendo prolongada aos poucos. Quando abriu em 1875 ligava a estação de São Paulo (não era ainda a Júlio Prestes, mas uma pequena muito próxima à estação da Luz) à de Sorocaba. Com os sucessivos prolongamentos, a linha chegou a Botucatu em 1889 e a partir daí - mais especificamente, na estação seguinte, Capão Bonito (hoje Rubião Júnior) - bifurcou-se: no sentido do rio Paranapanema, zona ainda inóspita, e no sentido de Bauru, cidade nascente que foi atingida em 1905. Por alguns anos, a linha-tronco da Sorocabana foi considerada São Paulo-Bauru.

A linha que seria definitivamente a tronco alcançou Ourinhos em 1908 e, a partir daí, avançou pela mata ainda quase virgem, por cidades que se antecipavam à sua passagem por pouco tempo ou por estações no meio do nada que se transformaram em vilarejos ou cidades. Em 1919, chegou a Presidente Prudente e em 1922 a Presidente Epitácio, que viria a ser a estação terminal à beira do rio Paraná.

A linha-tronco, então, ficou bem caracterizada como sendo São Paulo-Presidente Epitácio a partir dessa época, sendo que os trens que seguiam para Bauru faziam a conexão com a E. F. Noroeste do Brasil, a partir dessa cidade em 1906. Em 1910 a Noroeste, na prática uma espécie de continuação da Sorocabana, atingiu Itapura, no rio Paraná, e em 1914, chegou a Porto Esperança, a 800 km de Corumbá por via fluvial.

Vários trens trafegaram pela linha principal da Sorocabana, que, depois de diversas retificações e miodificações de traçados, tem hoje cerca de 820 quilômetros de extensão. Com o fim dos trens de passageiros, apenas alguns trechos dela têm bastante tráfego, entre os quais o que liga a estação Júlio Prestes, em São Paulo, a Amador Bueno, pequeno bairro na divisa dos municípios de Itapevi e São Roque, no limite da Grande São Paulo, hoje utilizado prioritariamente pelos trens metropolitanos da CPTM. Esse trecho nunca teve interrupção no serviço de transporte de passageiros.

A partir daí e até Botucatu, o tráfego de cargueiros ainda é fluido. De Botucatu para a frente, é esparso e, após Presidente Prudente, é nulo há muitos anos.

As composições de passageiros que a Sorocabana, a FEPASA e a CPTM se utilizaram foram muitas: desde trens simples, como trens mais luxuosos que faziam percursos mais curtos (Ouro Verde, Ouro Branco) e trens de subúrbio, mais tarde chamados de metropolitanos (seu alcance máximo foi a cidade de Mairinque), além de composições de trens unidade-elétricos (TUEs), como os Toshiba japoneses, chegados em 1957 e aposentados como trens de longo percurso (chegaram no máximo a Botucatu) nos anos 1980. Dos anos 1920 aos 1950 era possível viajar de trem a Presidente Epitácio e ali tomar um vapor para Foz do Iguaçu. A partir daí, passaram a ser utilizados pela FEPASA como metropolitanos e depois pela CPTM, que aposentou o último deles em 2010.

As primeiras locomotivas que puxaram os trens de passageiros foram as locomotivas a vapor, que duraram até o início dos anos 1960 na linha-tronco. As diesel começaram a operar no final dos anos 1940 e as elétricas, das quais as mais populares eram as "Lobas", foram usadas de 1944 a 1999. Até Assis havia eletrificação, que chegou a seu ponto máximo nessa cidade no ano de 1966. Depois de Assis, esses trens passavam a ser tracionados ou por locomotivas a vapor (até os anos 1960) ou pelas diesel.

O número de trens foi reduzido bastante comparado com os trens existentes anteriormente (ver coluna ao lado). Passaram a existir outros tipos de composições e pinturas de carros e locomotivas. Acima, uma composição com as cores "Ave Maria", pintura que predominou na empresa a partir de 1988. Puxado a diesel, no caso, pois após Assis não havia eletrificação (Foto Carlos Roberto de Almeida em 31/12/1992 tomada no pátio da estação de Rancharia).

Na época da FEPASA (1971-1998), os trens de passageiros passaram a obedecer às siglas abaixo:

A partir de 1977 restaram três trens na linha principal da Sorocabana: PS1 - Assis PS3 - Presidente Epitácio PS5 - Assis Com a implantação do 'Trem expresso", o PS5 passou a ser ES1. E, quando este foi suspenso, a faixa horária deixou de existir. Não me recordo das datas de implantação e supressão. (por Carlos Roberto de Almeida).