Trem Santos-Piassagüera (subúrbios)
(São Paulo)

 

RFFSA (1962-1996)

Bitola: larga (1m60)



Acima, a estação de Santos, então abandonada, em 2000, 4 anos depois de todos os trens que dela partiam serem suprimidos (Autor desconhecido). Abaixo, suas plataformas também abandonadas em 2000 (Foto Marcos Zeituni). Daqui saíam os trens para Piassagüera e também para São Paulo.


Acima, a estação de Casqueiro, aberta em 1983 para o trem Santos-Piassagüera, às margens da via Anchieta. Aqui ela já estava desativada, em 2004 (Foto Antonio Gorni). Abaixo, a plataforma da estação de Piassagüera, já demolida, em 2003 (Foto Wilson de Santis Jr.).

Abaixo, horário do Guia Levi, em abril de 1977, para o trem. Os preços estão em cruzeiros (Cr$).


Veja também:

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Indice

Trem da COSIPA

Trem São Paulo-Santos

Trem Húngaro


Nota: As informações contidas nesta página foram coletadas em fontes diversas, mas principalmente por entrevistas e relatórios de pessoas que viveram a época. Portanto é possível que existam informações contraditórias e mesmo errôneas, porém muitas vezes a verdade depende da época em que foi relatada. A ferrovia em seus 150 anos de existência no Brasil se alterava constantemente, o mesmo acontecendo com horários, composições e trajetos (o autor).

Trem com características de trem de subúrbio (trem metropolitano) que fazia a ligação da estação de Santos, no Valongo, à estação de Piassagüera, na região industrial de Cubatão, até 1996. A primeira referência que encontrei para esse trem foi no Guia Levi de 1962, como "trens CS". Percurso: Santos (estação do Valongo) a Piassagüera.
Origem das linhas:
Do tempo da São Paulo Railway (1867), com pequenas retificações durante os anos seguintes.

Nos guias Levi do final dos anos 1970 aparece um trem ligando Santos a Piassaguera, um subúrbio. A partir de 1983, chegou a parar também na estação Casqueiro a partir da criação desta, neste ano. "Um antigo operário me contou que em 1966 ele ia para a COSIPA de bonde até o Valongo e, de lá, de trem. Pelo que me lembro, esse subúrbio rodou até 1996. Infelizmente minhas lembranças não são muito nítidas, mas creio que até 1982 ele era composto de carros-reboque de aço-carbono de TUEs, provavelmente série 400 da ex-EFCB. De 1982 até 1985 eram carros inox de litorinas elétricas Budd-Mafersa da EFSJ. A partir de 1985(?) a coisa degringolou, pois começaram a usar um carro-reboque do antigo Gualixo, o qual estava bastante detonado. Nos últimos tempos, por volta de 1993, os carros de inox voltaram. Na verdade carro, no singular, pois o trem era composto de uma locomotiva manobreira diesel "Lambreta" e apenas um carro de aço inox - o qual devia estar em péssimas condições, pois nem luz tinha - faltava ácido para as baterias! Falando francamente, era muito difícil para esse trem competir com o ônibus. Afinal, era só você ir até a saída de Santos, esperar no máximo meia hora e aparecia o "amarelinho" para a Cosipa e Cubatão. Já para pegar o trem, em sua fase final, você tinha de saber exatamente o horário de saída (que não eram muitos), dirigir-se à estação e pegar um trem em péssimo estado de conservação - e rezar para chegar ao destino mais ou menos dentro do horário, sem contar o embarque/desembarque em estações decrépitas e mal conservadas. Que tristeza para a SPR de tantas glórias... o serviço estava muito pior do que o descrito nos livros do Afonso Schmidt, na virada dos séculos XIX a XX, com um país muito mais atrasado e com a ferrovia bem mais limitada tecnologicamente (a princípio, mas não na realidade...). Pena que eu não anotei essas mudanças que acompanhei de perto, pois a memória está falhando" (A. Gorni, 2005). "Eu já vi fotos deste subúrbio com carros de madeira da SPR, aqueles com porta no meio" (Tony Belviso, 2005). "O trem verde (que devia ser o subúrbio para Piaçaguera) era um ex-Central série mais nova, mas na outra foto sim, aquele era um ex-MV. Paulo No Húngaro e nos inox Budd. O Húngaro era muito bom, ar condicionado e menininhas a granel; os inox Budd eram razoáveis. O triste era cruzar a ponte do Casqueiro. Uma vez eu estava num inox Budd quando, de repente, todos os passageiros nas janelas fecharam as suas venezianas de alumínio. Começou então a soar uma série de ruídos na lataria do carro, como se fosse uma pesada chuva de granizo... Eram pedras sendo atiradas pelo pessoal das favelas próximas, uma rotina diária! Ir de trem tinha lá seus inconvenientes: maior tempo de trajeto e a baldeação de e para ônibus no Valongo. Mas nada que incomodasse um maluco por trens" (A. Gorni, 2005).

Carros do trem de subúrbio Santos-Piassagüera, em 1980. (Seria realmente? Ou seria o Santista? A região parece Paranapiacaba) (Foto Paulo Filomeno)