Trem Santos-Piassagüera
(subúrbios) (São Paulo) |
RFFSA (1962-1996) Contato
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Trem com características de trem de subúrbio (trem metropolitano) que fazia a ligação da estação de Santos, no Valongo, à estação de Piassagüera, na região industrial de Cubatão, até 1996. A primeira referência que encontrei para esse trem foi no Guia Levi de 1962, como "trens CS". | Percurso:
Santos (estação do Valongo) a Piassagüera. Origem das linhas: Do tempo da São Paulo Railway (1867), com pequenas retificações durante os anos seguintes. |
Nos guias Levi do final dos anos 1970
aparece um trem ligando Santos a Piassaguera, um subúrbio. A partir
de 1983, chegou a parar também na estação Casqueiro a partir da criação
desta, neste ano. "Um antigo operário me contou que em 1966
ele ia para a COSIPA de bonde até o Valongo e, de lá, de trem. Pelo
que me lembro, esse subúrbio rodou até 1996. Infelizmente minhas lembranças
não são muito nítidas, mas creio que até 1982 ele era composto de
carros-reboque de aço-carbono de TUEs, provavelmente série 400 da
ex-EFCB. De 1982 até 1985 eram carros inox de litorinas elétricas
Budd-Mafersa da EFSJ. A partir de 1985(?) a coisa degringolou, pois
começaram a usar um carro-reboque do antigo Gualixo, o qual estava
bastante detonado. Nos últimos tempos, por volta de 1993, os carros
de inox voltaram. Na verdade carro, no singular, pois o trem era composto
de uma locomotiva manobreira diesel "Lambreta" e apenas um carro de
aço inox - o qual devia estar em péssimas condições, pois nem luz
tinha - faltava ácido para as baterias! Falando francamente, era muito
difícil para esse trem competir com o ônibus. Afinal, era só você
ir até a saída de Santos, esperar no máximo meia hora e aparecia o
"amarelinho" para a Cosipa e Cubatão. Já para pegar o trem, em sua
fase final, você tinha de saber exatamente o horário de saída (que
não eram muitos), dirigir-se à estação e pegar um trem em péssimo
estado de conservação - e rezar para chegar ao destino mais ou menos
dentro do horário, sem contar o embarque/desembarque em estações decrépitas
e mal conservadas. Que tristeza para a SPR de tantas glórias... o
serviço estava muito pior do que o descrito nos livros do Afonso Schmidt,
na virada dos séculos XIX a XX, com um país muito mais atrasado e
com a ferrovia bem mais limitada tecnologicamente (a princípio, mas
não na realidade...). Pena que eu não anotei essas mudanças que acompanhei
de perto, pois a memória está falhando" (A. Gorni, 2005).
"Eu já vi fotos deste subúrbio com carros de madeira da SPR,
aqueles com porta no meio" (Tony Belviso, 2005). "O
trem verde (que devia ser o subúrbio para Piaçaguera) era um ex-Central
série mais nova, mas na outra foto sim, aquele era um ex-MV. Paulo
No Húngaro e nos inox Budd. O Húngaro era muito bom, ar condicionado
e menininhas a granel; os inox Budd eram razoáveis. O triste era cruzar
a ponte do Casqueiro. Uma vez eu estava num inox Budd quando, de repente,
todos os passageiros nas janelas fecharam as suas venezianas de alumínio.
Começou então a soar uma série de ruídos na lataria do carro, como
se fosse uma pesada chuva de granizo... Eram pedras sendo atiradas
pelo pessoal das favelas próximas, uma rotina diária! Ir de trem tinha
lá seus inconvenientes: maior tempo de trajeto e a baldeação de e
para ônibus no Valongo. Mas nada que incomodasse um maluco por trens"
(A. Gorni, 2005). |