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VXY Mogiana em MG

Pátio de Ribeirão Vermelho
 
E. F. Oeste de Minas/RMV
rotunda de RIBEIRÃO VERMELHO
Município de Ribeirão Vermelho, MG
    MG-4902
Uso atual: ABANDONADA/EM RUÍNAS    
 
ROTUNDAS são depósitos de locomotivas de forma circular ou semi-circular: variam geralmente de prédios construídos em 90 graus até prédios totalmente circulares, construídos em 360 graus. A distribuição das locomotivas para cada baia é feita por um girador, movido na maioria das vezes manualmente. Estes giradores são trilhos que giram dentro de um círculo com um poço, cujos trilhos são apontados para a baia que receberá a máquina. Não confundir girador (ou virador, ou giramundo) com rotunda.
 

Rotunda de Ribeirão Vermelho - 360 graus

De acordo com o site http://ribeiraovermelhotur.webs.com/-%20New%20Folder/COMPLEXOFERROVIARIO.pdf (entrada em 7/11/2010), as obras da construção da rotunda de Ribeirão Vermelho, anexa às oficinas, foram concluídas em 1895 pela Cia. Estrada de Ferro Oeste de Minas, sob a supervisão do português Antônio Rodrigues de Oliveira Castro, entrando em atividade em março de 1896. Destinada a ser depósito e fazer manutenção, montagens e reparações de material rodante de bitola métrica, a rotunda, assim como as oficinas, tiveram suas estruturas montadas pela Brasilian Contracts Corporation, sendo todo o material importado de Glasgow, Escócia, ou, como nas telhas, importadas de Marseille, na França, além de equipamentos, máquinas e projetos procedentes da Inglaterra. Em relatório apresentado pelo diretor da Estrada de Ferro Oeste de Minas, eng. José de Almeida Campos Jr., ao Sr. Ministro da Viação e Obras Públicas, a rotunda de Ribeirão Vermelho é citada como tendo sofrido uma limpeza e aparece no quadro:

“Relações de Usinas e oficinas na bitola de 1,00 m” com os seguintes dados: Quilômetro - 293,985; Comprimento – diâmetro 75 m; largura - 6,45 m; sistema de Construção- alvenaria de pedra, tijolos, telhas francesas; Valor - 90.000$000 (noventa contos de réis).

A partir da década de 1960, quando entraram em operação as locomotivas a diesel, em substituição às máquinas a vapor, num processo gradativo, a rotunda passou a ser utilizada exclusivamente para depósito de locomotivas a vapor, abrigando em seu interior várias dessas locomotivas até o ano de 1981, quando, então, a RFFSA, com a criação do Centro de Preservação da História Ferroviária de Minas Gerais em São João del Rei, resolveu recuperá-las para constituir o seu acervo: ou seja, a partir dali, ficou selado o abandono da rotunda de Ribeirão Vermelho. "Entre os ribeirenses, uma lenda ferroviária ainda corre gerações. Dizem que nem o reboco que une um tijolo a outro da estrutura é nacional. De fato, a rotunda é um misto do melhor da arquitetura europeia que se alastrou pelo Brasil afora naquela época. O telhado que ainda resiste é de Marselha, na França, enquanto as 30 colunas de ferro fundido que sustentam o forro de treliça são escocesas. Mesmo em ruínas, a rotunda de Ribeirão Vermelho disputa uma posição de destaque: a de maior estrutura do gênero da América Latina. Outra rotunda mineira, erguida em Além-Paraíba, também está no páreo pelo título. Apesar de um passado de imponência, a reportagem encontrou parte da antiga "oficina de luxo" escorada por madeiras para não desabar. Sem nunca ter sido restaurada e por décadas dilapidada, a construção está prestes a entrar em colapso. O prefeito Célio Carvalho (PDT) afirma que a única intervenção que conseguiu concretizar foi desenterrar o espaço, no centro da rotunda, onde as locomotivas eram consertadas. "Tiramos mais de 200 caminhões de terra só dali", aponta o prefeito. A prefeitura mantém dois funcionários no local que fazem pequenos reparos na construção. E só. "Para recuperar a rotunda e todo o parque ferroviário seria preciso investir pelo menos R$ 7 milhões. Não temos esse recurso", diz Carvalho. A arquiteta Luciana Bracarense pesquisa soluções de restauro para a rotunda em um doutorado na UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto). Segundo ela, a ideia é utilizar aço nos processos de restauração do local. 'A rotunda é testemunha da arquitetura do ferro no Brasil. Hoje, tem-se ali apenas uma representação do que a construção foi um dia'. O parque ferroviário de Ribeirão Vermelho, cidade que hoje não passa dos 4.000 habitantes, foi tombado como patrimônio de Minas Gerais em agosto de 2014" (Dhiego Maia, 2/10/2014).

ACIMA: Rotunda de Ribeirão Vermelho em funcionamento. Data ignorada (Autor desconhecido). ABAIXO: Em 1940 (Autor desconhecido).


ACIMA: A rotunda nos anos 1980. ABAIXO: O pátio da rotunda em 1994 (Autores desconhecidos).

ABAIXO: A rotunda já completamente abandonada em 2002 (Autor desconhecido).



ACIMA: As bonitas colunas de ferro fundido ainda no século XIX, trazidas da Europa, na precária rotunda de Ribeirão Vermelho (Foto Glaucio Henrique Chaves em 2015).

(Fontes: Eduardo Coelho; Glaucio Henrique Chaves; Louis Phelippe; Roosevelt Reis; http://ribeiraovermelhotur. webs.com/-%20New%20Folder/ COMPLEXOFERROVIARIO.pdf)

     

Em 1989, abandono. Foto Eduardo Coelho

Em 1989, abandono também internamente. Foto Eduardo Coelho

A rotunda por dentro em 2005. Foto Louis Phelippe
 
     
Atualização: 23.01.2023
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.