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Itatingüi
Piatã
Agudos Paulista
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ramal de Agudos - 1950
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Comparando o tronco oeste (1941) com o ramal de Agudos (1941-66) Autor:
Ricardo Bagnato s/ Google Maps
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ESTIVE NO LOCAL: NÃO
ESTIVE NA ESTAÇÃO: NÃO
ÚLTIMA VEZ: S/D
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Cia. Paulista de
Estradas de Ferro (1903-1966) |
PIATÃ
Município de Agudos, SP |
Ramal de Agudos original - km 79,957 |
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SP-2684 |
Ramal de Agudos - km 16,558 |
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Inauguração: 07.12.1903 |
Uso atual: demolida |
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sem trilhos |
Data de construção do
prédio atual: 1903 (já demolido) |
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HISTORICO DA LINHA: O
ramal de Agudos começou a ser construído pela Cia. Rio-Clarense em
1887, saindo de Dois Córregos, no ramal de Jaú, e atingindo
a estação de Mineiros. Somente em 1899 foi prolongado, chegando nesse
ano a Campos Salles, em 1903 a Agudos e em 1905 a Piratininga. A partir
de 1924, novos prolongamentos foram feitos, chegando a linha a Marília
em 1928 e a Tupã em 1941. Nesse ano, uma grande parte da linha do
ramal foi anexada, com o ramal de Jaú e o de Bauru, ao tronco oeste
da Paulista, com bitola larga e parte eletrificada. Com isso, o que
sobrou do ramal foi dividido em dois: o trecho Dois Córregos-Iguatemi
passou a ser o ramal de Campos Salles e o Pederneiras-Piratininga,
o ramal de Agudos. Em 1966, os dois trechos foram desativados e os
trilhos, ainda de bitola métrica, retirados. |
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A ESTAÇÃO: A vila
de Piatã (Piatan) existia desde antes da fundação
da atual cidade de Bauru; seu nome era Espírito Santo
da Fortaleza, fundada em 1859 e pertencente, então, ao
município de Lençóis. Emancipou-se como
município, e dentro dele, criou-se o distrito de Bauru, em
1893. Este acabou por crescer mais do que Fortaleza,
e passou a sede do município, em 1896; quando a Paulista chegou
lá com sua linha, em 1903, encontrou a vila decadente, mas
plantou sua estação, já com o nome de Piatã,
por sugestão de Adolfo Augusto Pinto, engenheiro muito
influente nas decisões da Cia. Paulista, e nome que somente
foi dado ao distrito em 1910.
Os relatórios da empresa não fazem praticamente nenhuma
menção à estação durante a construção
ou mesmo depois de sua inauguração, somente
citando o nome de Fortaleza por uma vez, durante a construção,
mas apenas para indicar por onde a linha passaria.
Em 1912, o distrito foi anexado ao município de Agudos
e em 1917 ele foi extinto, o que dá idéia da decadência
da antiga cidade.
As terras ao redor da estação de Piatã pertenciam
à família
Rondina, imigrantes italianos; em 1956
foram vendidas para um grupo (Telles), que faliu. As terras
foram a leilão e a empresa alemã Freudenberg as
adquiriu. Eram mais de 5.000 alqueires e em tudo foi plantado "pinus
caribea". Os Rondina viraram empregados da empresa.
Segundo constam, um dos motivos que forçou a Paulista a desativar
o ramal foi o risco de incêndio na que seria a "maior floresta
de pinus tropicais da América Latina", e por ser, claro,
um trecho já deficitário. A Freudenberg ainda manteve
por alguns anos a estação da Paulista, a roda d'agua
dos Rondina e outras coisas do passado. Posteriormente, as terras
foram vendidas para o Grupo Duratex.
"Nasci em Piatã e usava o trem da Paulista para ir
a Agudos. Os meus irmãos vinham a Agudos para estudar, todos
os dias. Meu pai contava que em 1932, época da Revolução
Constitucionalista, vários vagões ficaram parados na
Estação de Piatã. Naquela época havia
falta de tudo: açúcar, sal, farinha, etc. Resolveram,
então, dar uma olhada nos vagões à noite. Meu
pai, então com 20 anos, viu umas caixas compridas, bem pesadas
e achando que continham fuzis, resolveu ficar com uma. Meu tio, já
casado e com família grande, resolveu ficar com sacos de açúcar
e farinha de trigo. Um amigo deles ficou com umas caixas quadradas,
também de bom peso. Levaram nas carroças até
um certo lugar, e de lá em lombo de burros, para não
deixar rastros. Passados 30 dias (depois que as coisas acalmaram),
foram ver as mercadorias. Meu pai, com as caixas pesadas, viu que
elas ao invés de fuzis continham enxadas, que não servia
para nada, pois ele só tinha pastos. Meu tio viu que os mantimentos
foram furados por bichos e havia farinha espalhada por centenas de
metros; e o açúcar derreteu ou foi comido pelos bichos.
O amigo deles foi o único que se saiu bem. Nas caixas tinha
"tapas de burro", que naquela época eram muito úteis
para eles, que lidavam com animais" (Hamilton Rondina,
2002).
A estação e a vila, sem trilhos e abandonadas desde
sua desativação, em 16/09/1966, acabaram incorporadas
pela fábrica (o edital para a venda da estação de Piatã é de 1974 - veja caixa abaixo), desaparecendo definitivamente com a demolição
da estação, já nos anos 1990. A placa da estação
que ficava na plataforma foi removida e está em um pequeno
museu em Agudos.
ACIMA:
Mapa de 1950 que mostra a estação de Piatã
e a igreja: esta ainda existe, isolada (Cessão Denis T. B.).
1955
À DIREITA: Breve resumo da "vida"
de Espírito Santo da Fortaleza, depois Piatã
(Folha da Manhã, 11/3/1955).
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ACIMA: Edital para a venda da estação
de Piatã em 1974 (O ECO, 10/1974).
(Fontes: Hamilton Rondina; Nilton Gallo; Luciano
Dias Pires; Denis T. B.; José Henrique Bellorio; Filemon Peres;
O ECO, Lencois Paulista, 1974; Cia. Paulista: Relatórios, 1890-1969;
Filemon Peres: Cia. Paulista, 50 anos, 1918; IBGE: Enciclopédia
dos Municípios Brasileiros, 1958; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht) |
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Foto de Piatã em 1918. Foto Filemon Peres |
Foto da estação, ainda de pé (1988). Foto
Nilton Gallo |
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Atualização:
29.07.2019
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