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VXY Mogiana em MG
Indice de estações
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Rio do Peixe
Queimadas
Jacurici
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Linha tronco e Centro (1940)
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ESTIVE NO LOCAL: NÃO
ESTIVE NA ESTAÇÃO: NÃO
ÚLTIMA VEZ: S/D
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Prolongamento da E. F. Bahia ao São Francisco (1886-1896)
E. F. do São Francisco (1896-1911)
Cia. Chemins de Fer Federaux du L'Est Brésilien (1911-1935)
V. F. F. Leste Brasileiro (1935-1975)
RFFSA (1975-1996)
QUEIMADAS
Município de Queimadas, BA
Linha Centro - km 344,647 (1960)   BA-2563
Altitude: 275 m   Inauguração: 06.02.1886
Uso atual: em ruínas (2009)   com trilhos
Data de construção do prédio atual: n/d
 
 
HISTORICO DA LINHA: A linha que ligou efetivamente a estação de São Francisco, em Alagoinhas, ao rio São Francisco, em Juazeiro, foi aberta entre 1880 e 1896 pelo Governo brasileiro, que deu a concessão a, segundo algumas fontes, Miguel Argolo. Em bitola métrica, seus trens partiam da estação de São Francisco, onde chegava uma linha em bitola larga (1m60), a E. F. Bahia ao São Francisco. Em 1911, essa linha teve a bitola reduzida e as duas linhas foram unidas sob a concessão dos franceses da Cia. Chemins de Fer Federaux du L'Est Brésilien. Em 1935, tudo virou parte da VFFLB, estatal, e a linha passou a se chamar Linha Centro. Em 1957, foi uma das formadoras da RFFSA. Em 1975, deixou de existir o nome VFFLB. Ainda circulavam trens de passageiros entre Alagoinhas e Senhor do Bonfim até 1989. Em 1996, passou a ser concessão da Ferrovia Centro-Atlântica. Tem tráfego de cargueiros até hoje.
 
A ESTAÇÃO: A estação de Queimadas foi aberta em 1886 na E. F. Bahia ao São Francisco.

Nessa estação, muito nova na época, desembarcaram diversas expedições, em 1896 e 1897, para combater os revoltosos de Antonio Conselheiro em Canudos, não muito longe dali. A estação era o ponto mais próximo ao famoso arraial. No início, a chegada da expedição foi recebida com festas pela população da cidade na estação; na terceira delas, entretanto, a derrota e morte de Moreira César, considerado um comandante imbatível, trouxe a fuga da população da cidade. A guerra acabou em outubro, com o massacre dos revoltosos; Queimadas era uma cidade deserta.

No jornal Gazeta de Notícias do Rio de Janeiro, em 17/10/1897, após o término da luta, lê-se: "Queimadas, aliás Vila Bela de Santo Antonio das Queimadas, é uma povoação modesta, construída à margem do Itapicuru-Açu, que serve à população. Tem duzentas casas de péssima construção e proporções acanhadas, dispostas em ruas muito irregulares. Além da estação da linha férrea, tem a estação telegráfica e a agência do correio, únicas repartições civis, e menos ainda quando o agente do correio abandonar a agência, porque, diz ele, hoje que tem muito serviço tiraram-lhe uma desgraçada gratificação de 10$000 por mês. A população da vila retirou-se toda desde o início das operações em Canudos. Queimadas é hoje um vasto quartel. Todas as casas estão ocupadas por militares: tem o quartel-general, a casa do comando da praça, a secretaria, o depósito de artigos bélicos, depósito de forragens, o hospital de sangue, farmácia militar dirigida pelo capitão Isaias de Mello, quartel de guarnição, e tudo mais é aocupado por forças fixas e a seguirem para o campo de ação".

A guerra acabou e a vida continuou para Queimadas, cuja estação fechou nos anos 1970.

Em 14 de outubro de 2009, o prédio da estação desabou. Populares imediatamente começaram a levar material. A Polícia impediu.

Em dezembro de 2021, o conjunto ferroviário que envolvia a estação, armazém e caixa d'água haviam sido restaurados e a linha continuava tendo tráfego de cargueiros pela VLI.

Nesse dia, para chegar ali, Rodrigo Henrique fez o trajeto Paulo Afonso - Queimadas passando pelo antigo arraial de Canudos, que é uma longa distância mesmo com carro. Com essa experiência, pude imaginar a labuta por parte dos soldados da República para marcharem ida e volta de Canudos no final do século XIX por meio de estradinhas de chão, atravessando a caatinga sob o mesmo sol escaldante que existe até hoje.

1897
AO LADO: Noticias sobre embarques e desembarques na estação de Queimadas eram quase diiárias após a irrupção dao levante do Contestado (O Estado de S. Paulo, 9/3/1897).

ACIMA: A estação de Queimadas e o trem de passageiros que percorria o trecho São Francisco-Juazeiro, em foto de 1905 (Autor desconhecido).
ACIMA: Em foto mais moderna - provavelmente dos anos 1980 - a mesma estação com trens diesel e carros de aço (Autor desconhecido).

ACIMA: A desativação da ponte velha de Queimadas, com a nova já construída. Data desconhecida.
ACIMA: a ponte nova, com os pilares da antiga ainda aparecendo no rio, em 2008, e o trem da FCA passando sobre ela (Autor desconhecido; cessão Roosevelt Reis).

ACIMA: A estação de Queimadas depois do desabamento em fins de 2009 (Foto Tamires Carvalho)

ACIMA: A caixa dagua da estação em 2021 (Foto Rodrigo Henrique em 08/12/2021).

(Fontes: Roosevelt Reis; Pedro Oliveira; www.interiordabahia.com.br; www.calilanoticias .com; Cyro Deocleciano R. Pessoa Jr.: Estradas de Ferro do Brazil, 1886; Gazeta de Notícias, Rio de Janeiro, 1897; Nonato Marques: Uma Porta para Canudos, 1997; Guia Geral das Estradas de Ferro do Brasil, 1960; Guia Levi, 1932-79; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht)
     

A estação por volta de 1908, quando da visita do Presidente Affonso Pena à Bahia. Autor desconhecido

Estação de Queimadas em 1979. Foto do livro Uma Porta para Canudos, de Nonato Marques, 1997

Estação de Queimadas em 2008. Autor desconhecido. Cessão Roosevelt Reis

Estação de Queimadas em 2008. Autor desconhecido. Cessão Roosevelt Reis

Estação de Queimadas em 2008. Autor desconhecido. Cessão Roosevelt Reis

Estação de Queimadas em 2008. Autor desconhecido. Cessão Roosevelt Reis

A estação depois do desabamento em 10/2009. Foto Pedro Oliveira

A estação reconstruida em 2021. Foto Rodrigo Henrique
 
     
Atualização: 17.07.2022
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.