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VXY Mogiana em MG
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Monte Bello
Centro
Terraço
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ESTIVE NO LOCAL: NÃO
ESTIVE NA ESTAÇÃO: NÃO
ÚLTIMA VEZ: S/D
...
 
E. F. Villa Costina (1916-anos 1920)
CENTRO
Município de
E. F. de Villa Costina - km -   SP-4707
Altitude: -   Inauguração: 1916?
Uso atual: provavelmente demolido   sem trilhos
Data de construção do prédio atual: n/d
 
 
HISTORICO DA LINHA: Da estação de Vila Costina saiu, por algum tempo, supostamente em 1916 e os anos 1920, uma estrada de ferro, a E. F. de Vila Costina, de bitola de 60 cm e que ligava a estação à cidade de São Sebastião da Grama, em terras do sr. José da Costa Machado, mineiro e ex-Governador da Província de Minas Gerais. Supõe-se que esta ferrovia ainda não existia na época da compra do ramal pela Mogiana, pois não é citada em ponto algum. Mas deixa claro que o nome "Vila Costina" vem da fazenda desse senhor, e esse nome deriva do seu nome (Costa), que foi quem abriu a fazenda, nos anos 1870. Há vagas menções de que essa misteriosa ferrovia de apenas 21 quilômetros teria sido suprimida pouco antes de 1929. No entanto, funcionava em 1917, inclusive com seus horários estampados no famoso Guia Levi. Sud Mennucci, em anotações a lápis em seu próprio livro publicado em agosto de 1929, O Vertiginoso Crescimento de São Paulo, cita que a ferrovia havia sido fechada antes da edição de seu livro em 1929.
 
A ESTAÇÃO: Sem as quilometragens oficiais de cada parada, podemos apenas saber que eram paradas bastante próximas entre si. Esta estava a 12 minutos (pouco menos de um quilômetro) da estação anterior e a apenas 6 minutos (cerca de um quilômetro e meio) da estação seguinte, distâncias calculadas a partir do horário e da quilometragem total da linha. Suponho que todas estas estações eram, na realidade, pequenas paradas ou estribos e que, em princípio, tenham desaparecido depois de tantos anos de fechamento da ferrovia, fato este que se deu nos anos 1920.

Relato de Denis Esteves em junho de 2019: "Com informações (a partir da estação de Costa Machado) consegui chegar na estação do Centro. O caminho até ela é lindo, uma seqüência de pirambeiras morro acima e morro abaixo, passando por dentro de fazendas. Em uma das fazendas pedi informação, mas o dono disse que não sabia nada, apenas tinha ouvido falar desde criança que por ali passava um trem, e me indicou um funcionário mais antigo. Ele me explicou o caminho e disse que iria passar pela "caixa d'água do trem". Isso já me animou. Ele falou que desde pequeno ouvia o pai dele dizer que no tempo dele tinha um trem que passava naquele morro e parava naquela caixa para pegar água. Depois de uma descida, esparramando uma boiada que estava na estradinha, cai bem no antigo leito da ferrovia. Um trecho lindo em curva, com um grande aterro sobre um veio d'água. Depois da curva a caixa d'água encrustada na encosta do morro, no meio das pedras. Toda feita de tijolos, inclusive o tanque, e extremamente pequena, a menor que já vi, e certamente uma das bonitas.

"Cerca de 300 metros à frente (sentido Villa Costina) estava o Centro, ou "Centrinho", como chamam hoje. É uma antiga colônia da fazenda e hoje é um pequeno sítio. Conversei com o proprietário que confirmou ser ali o Centro, e que sabia que ali tinha uma estação, mas nunca viu foto e nem encontrou um prédio parecido com uma estação ali perto. Ele disse que ali nunca teve terreiro para secagem do café, então todo café colhido ali era embarcado na ferrovia e levado para a sede da Villa Costina, onde ia para o terreiro. Também disse que não chegou a ver os trilhos, mas que já achou muito cravo de linha arando a terra.. Acabei não fazendo fotos das construções do Centro, pois achei que eram mais novas que a ferrovia, coisas dos anos 1940, mas me enganei. Depois vi uma foto antiga na Biblioteca de São José do Rio Pardo, e de fato as construções são mesmo antigas, da época da ferrovia. Nesse equívoco deixei de fotografar o prédio que muito possivelmente era a estação. Ele é fora do alinhamento das casas, fica na borda do leito da linha, e é um depósito do
sítio
".

A ferrovia teria funcionado apenas por cinco anos e seis meses. Por informações orais (cf. Denis Esteves), a ferrovia teria começado a operar em 1916. De acordo com o Guia Levi de 1917 (mês desconhecido), neste ano a ferrovia estava operando.

ACIMA: Mapa da ferrovia, sem data. Ver o pequeno ramal saindo da estação da Vila Costina, no ramal de Guaxupé e chegando à estação terminal de Boa Vista, próxima de Poços de Caldas, antes da divisa SP-MG, em rosa (sem data).

ACIMA: Horários da ferrovia em 1917, com a estação de Centro sendo assinalada (Guia Levi).

ACIMA: A ferrovia corria entre Vila Costina (no alto, à esquerda) e a cidade de São Sebastião da Grama (no centro, à direita) - CLIQUE SOBRE A FIGURA PARA VER MELHOR O MAPA).
ACIMA: Caixa d'água da ferrovia, próxima à estação do Centro - (Foto Denis Esteves em janeiro de 2019).

ACIMA: Leito da ferrovia, entre as estações de Costa Machado e do Centro - (Foto Denis Esteves em janeiro de 2019).

(Fontes: Denis Esteves; Márcio José Lauria; Sud Mennucci: O Vertiginoso Crescimento de São Paulo, 1929; Guia Levi, 1917)

     
 
     
Atualização: 19.02.2022
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.