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VXY Mogiana em MG
Indice de estações
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Pinto Ribeiro
Sertânia
Albuquerque Né
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Linha Centro - 1950
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ESTIVE NO LOCAL: NÃO
ESTIVE NA ESTAÇÃO: NÃO
ÚLTIMA VEZ: N/D
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Great Western (1933-1950)
Rede Ferroviária do Nordeste (1950-1975)
RFFSA (1975-1996)
SERTÂNIA
(antiga ALAGOA DE BAIXO)
Município de Sertânia, PE
Linha Centro - km 330 (1960)   PE-3359
Altitude: 550 m   Inauguração: 06.06.1933
Uso atual: espaço do departamento de cultura do município (2020)   com trilhos
Data de construção do prédio atual: n/d
 
 
HISTORICO DA LINHA: A Estrada de Ferro Central de Pernambuco foi aberta em 1885, de Recife a Jaboatão, pela Great Western do Brasil, empresa inglesa que mais tarde viria a incorporar quase todas as ferrovias de Pernambuco, estendendo-se pelos Estados limítrofes. Aos poucos, a linha foi sendo estendida, somente chegando ao seu extremo, em Salgueiro, no ano de 1963, sem se entroncar com linha alguma na região. Antes disso, em 1950, a União incorporou a rede da Great Western, que passou a se chamar Rede Ferroviária do Nordeste. A EFCP passou a se chamar Linha Centro. Esta linha, que como toda a RFN passou a ser controlada pela RFFSA a partir de 1957, passou a ser operada por esta a partir de 1975. Em 1983, os trens de passageiros foram suprimidos e mantidos apenas no trecho entre Recife e Jaboatão, como trens de subúrbio. Atualmente (2005), de Jaboatão para a frente, a linha está abandonada, sem movimento ferroviário por parte da CFN, concessionária da linha desde 1997.
 
A ESTAÇÃO: A estação de Alagoa de Baixo foi inaugurada em 1933. Foi ponta de linha da Central de Pernambuco por oito anos, desde sua inauguração até 1941, quando foi aberta a estação seguinte, Albuquerque Né. Três anos para construir 61 quilômetros no sertão árido pernambucano.

Em 1943, os nomes da cidade e da estação foram alterados para Sertânia.

Em Sertânia havia uma casa na ferrovia, em ruínas, chamada de "dique": "Sertânia foi fim de linha e por muito tempo, junto com Jaboatão, foi sede de manutenção de máquinas e vagões, então o "Dique" nada mais era que a oficina de reparos e manutenção. Chamavam assim pois tinham valas entre os trilhos para se fazer reparos na parte inferior das máquinas e vagões, semelhantes esses locais de lavar caminhões, tinha também um sistema onde o vagão entrava de frente e era girado até 360º para ser colocado no local de reparo e pontes rolantes com grandes roldanas e guindastes para suspender vagões e trocar conjuntos de rodas. Ainda alcancei as máquinas a vapor trafegando, mas quando vieram as eletro-diesel, todas da marca General Eletric e fabricadas na Escócia, veio junto um engenheiro escocês para ensinar a manutenção das "azuis" aos mecânicos locais. As máquinas eletro-diesel eram todas azuis e eram chamadas eletro-diesel porque tinham quatro motores a diesel que moviam quatro geradores elétricos e estes moviam os motores elétricos da locomotiva - o sistema é o mesmo até hoje. Era um cara super engraçado, tomava uma cachaça danada ("Sarinho" era a preferida) e aos domingos se trajava à caráter para ir na missa. Já imaginou no início dos 1960, aquele cara de saia, paletó e gravata borboleta, dentro da matriz de Sertânia? Depois da missa passava o domingo todo na farra tocando uma gaita de fole, e tocava muito bem" (Gilberto Carvalho, 06/2008, filho de funcionário da RFFSA que trabalhou na região).

A estação, desativada desde princípios dos anos 1980, ainda estava em pé em 2008: "Mercado de artesanato, escola (uma construção nova entre dois prédios antigos, descaracterizando totalmente o conjunto arquitetônico), parte em ruínas como a do dique e oficina. Essa estação é a maior que eu conheço aqui na região, maior, inclusive, que a de Arcoverde, cidade bem mais importante que Sertânia" (George Mascena, junho de 2008).

Julio Cesar B. de Albuquerque afirmava, em outubro de 2008, que o prédio da estação era na época o Ponto de Cultura Resgate Cultural de Sertânia e o Departamento de Cultura. No armazém é que funcionava o mercado de artesanato.


ACIMA: O antigo armazem ferroviario em ruínas em 2020 (Foto Rodrigo Henrique).

ACIMA A antiga caixa dágua da estação em 2020 (Foto Rodrigo Henrique).
ACIMA: A inauguração do trecho Rio Branco (Arcoverde) a Alagoa de Baixo (Sertânia) - CLIQUE SOBRE O TEXTO PARA VÊ-LO INTEIRO (Diario da Manhã, 8/6/1933).
1933
AO LADO: Trens para a nova estação (O Estado de S. Paulo, 9/7/1933).

ACIMA: A estação de Sertânia em 1980 com trem junto à plataforma (Autor desconhecido).


ACIMA: A estação de Sertânia nos anos 1980 com trem junto à plataforma (Autor desconhecido).

ACIMA: Linha da ex-Central de Pernambuco passando em Sertânia e pendurada sobre um bueiro... Abandonada já há pelo menos quinze anos, nunca mais vai ver um trem circular sobre ela: a construção da Transnordestina, que passará por fora da cidade acabará com qualquer chance de sobrevida da velha linha (Foto Nicholas Burman em novembro de 2011).
ACIMA: Antiga estação de Sertânia em julho de 2016 (Cessãso Adriano Martins).

(Fontes: Julio Cesar B. de Albuquerque; Adriano Martins; Nicholas Burman; George Mascena; Gilberto Carvalho; Luiz Ruben F. de A. Bonfim; Guia Geral das Estradas de Ferro do Brasil, 1960; Mapas - acervo R; M; Giesbrecht)
     

A estação no dia de sua inauguração em 6/6/1933. Foto Diario da Manhã, PE

A estação, em 2002. Acervo Luiz Ruben F. de A. Bonfim

A estação, em 2002. Acervo Luiz Ruben F. de A. Bonfim

A estação, em 2002. Acervo Luiz Ruben F. de A. Bonfim

A estação em junho de 2008. Foto George Mascena

A estação em janeiro de 2012. Foto Nicholas Burman

A estação em janeiro de 2012. Foto Nicholas Burman

Foto Rodrigo Henrique em 15/9/2020
 
     
Atualização: 27.04.2023
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.