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VXY Mogiana em MG
Indice de estações
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Pereira Lima
Barreiros
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Linha Sul (1940)
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: NÃO
ÚLTIMA VEZ: 1965
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E. F. Tamandaré (1908-1912)
Great Western (1912-1950)
Rede Ferroviária do Nordeste (1950-c1968/72)
BARREIROS
Município de Barreiros, PE
Ramal de Barreiros - km 142 (1960)   PE-3384
Altitude: 16 m   Inauguração: 1908
Uso atual: demolida (2020)   sem trilhos
Data de construção do prédio atual: n/d
 
 
HISTORICO DA LINHA: A Estrada de Ferro Tamandaré, que partia da estação de Ribeirão, na linha Sul da RFN desde 1908, foi adquirida pela Great Western em 1912 e se tornou o ramal de Barreiros, com pouco mais de 55 km de extensão. Este seguiu operando até a primeira metade dos anos 1970, quando foi desativado.
 
A ESTAÇÃO: A estação de Barreiros foi oficialmente aberta em 1912; porém, já devia existir, pois esta data é a data de compra da E. F. do Tamandaré, então pertencente à Companhia Geral de Melhoramentos de Pernambuco (nota: também há referências a ela como E. F. Tamandaré a Barra de Jangada, cujo principal acionista seria o Coronel Joaquim Veríssimo do Rego, no site www.bndes. gov.br/conhecimento/revista/rev1707.pdf), à qual pertencia a estação, pela Great Western Railway.

Essa ferrovia tinha pouco mais de 55 km de extensão e sua compra pela GWB foi autorizada pelo decreto 9.228 de 20/12/1911. Por ele, a GWB ficava obrigada a respeitar os direitos e interesses do Estado de Pernambuco decorrentes da ocupação a título precário, do leito da antiga ferrovia.

A E. F. de Tamandaré existia desde 1908 - o que nos faz presumir que a estação de Barreiros já existisse desde então. Teria esta a função (e posteriormente o ramal) de ligar a linha Sul à Usina Central de Barreiros, que, por sua vez, tinha a maior ferrovia de usina do País, com 125 km de linhas e cerca de 41 locomotivas? Porém, temos de lembrar que, na praia do Gravatá, até meados do século XX, havia um arruado com casas e armazéns, porto marítimo e um terminal da estrada de ferro da usina. Se ela já se ligava com um porto próprio, para que escoar a produção para o norte até Recife?

"Com a desativação do porto e terminal açucareiro, as estruturas e habitações foram desmontadas, não deixando na área lembranças dos áureos tempos" (segundo www.museudouna. com.br). Uma das locomotivas da usina, fechada há muito tempo, está hoje preservada em Campinas, SP, e funcionando.

O DD-414 da RFFSA de 21/10/1965 anunciou a supressão do ramal de Ribeirão a Barreiros sujeita aos interesses dos usineiros. Porém, sabe-se que os trens de passageiros no ramal teriam acabado apenas em 31 de dezembro de 1967 (Ver caixa abaixo). Além disso, nos guias de horários há registros de trens de passageiros ainda correndo pelo ramal em 1972, mas já não mais no início de 1976. Seria um erro dos ultimos guias ou houve uma reativação deles após 1965 ou 1967?

Em 1987, a ferrovia da usina ainda estava em funcionamento, segundo Bertrando Bernardino, diretor do Museu do Una, em São José da Coroa Grande, município desmembrado de Barreiros em 1964 e onde boa parte da usina estava localizada. A usina, por sua vez, fechou em 1996.

Um adendo: a estação de Barreiros, embora tivesse no dístico o nome da cidade, era conhecida como Estação do Baeté e não com o nome da cidade. Nesta estação não somente chegavam os trens da Great Western e depois da RFN e RFFSA como também partiam e chegavam composições da ferrovia da usina Barreiros.

O prédio da estação ainda existia em péssimo estado de conservação e servindo como moradia em 2007.

Treze anos mais tarde, em 2020, o prédio já havia sido demolido. Em anexo segue as fotos do espaço vazio que ficou sem a estação, existe um rio entre a usina de Barreiros e a estação e uma ponte que conecta as duas, talvez no passado essa ponte tivesse uma linha férrea pra escoamento da produção. A estação ficava bem distante do centro comercial e administrativo de Barreiros, talvez por isso não tenha havido nenhum interesse em preservá- la (parágrafo de Rodrigo Henrique em 31/9/2020).

ACIMA: Usina Barreiros - CLIQUE SOBRE A FOTO PARA LER MAIS SOBRE A USINA EM 1948 (Folha da Manhã, 20/6/1948).

ACIMA: Mapa do município de Barreiros nos anos 1950; de Rio Formoso a Barreiros, o ramal da RFN. De Barreiros a Gravataí (porto), a ferrovia pertencia à usina. As outras ferrovias são também de usinas, uma métrica (a nordeste) e outra (para oeste) de bitola de 60 cm. Nada disso existe mais (Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, volume IV, 1958).

ACIMA: Relato sobre o final do trem para Barreiros no último dia de 1967 (Diario de Pernambuco, 14/1/1968).
ACIMA: Locomotiva que rodou nas linhas da Usina Barreiros até sua desativação. Por volta do ano 2000, esta carcaça ainda estava na usina já fechada (Foto Sergio Romano - data desconhecida).

ACIMA: Local da antiga estação de Barreiros (Foto Rodrigo Henrique em 31/8/2020).

(Fontes: Nicholas Burman; Sergio Romano; Bertrando Bernardino; Estevão Pinto: História de uma estrada de ferro no Nordeste, 1949; www.museudouna.com.br; IBGE: Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, volumes IV e XVIII, 1958 www.bndes.gov.br/conhecimento/revista/rev1707; www.cprh.pe.gov.br/downloads; Guias Levi, 1932-82; Guia Geral das Estradas de Ferro do Brasil, 1960; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht)
     

Esplanada da Usina Central Barreiros, anos 1950. Alguns vagões aparecem nos trilhos. Seria este local próximo à estação da RFN? Foto da Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, IBGE, volume IV, 1958

A estação de Barreiros, possivelmente nos anos 1970 Jurandir Nascimento.

A estação de Barreiros, em 2007. Foto Bertrando Bernardino

A estação de Barreiros, em 2007. Foto Bertrando Bernardino
   
     
Atualização: 24.02.2023
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.