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Cia. Paulista de
Estradas de Ferro (1901-1971)
FEPASA (1971-1998) |
RETIRO
Município de São Carlos, SP |
Linha-tronco - km 211,676 (1958) |
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SP-2239 |
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Inauguração: 15.07.1901 |
Uso atual: demolida |
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com trilhos |
Data de construção do
prédio atual: n/d |
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HISTORICO DA LINHA: A linha-tronco
da Cia. Paulista foi aberta com seu primeiro trecho, Jundiaí-Campinas,
em 1872. A partir daí, foi prolongada até Rio Claro, em 1876, e depois
continuou com a aquisição da E. F. Rio-Clarense, em 1892. Prosseguiu
por sua linha, depois de expandi-la para bitola larga, até São Carlos
(1916) e Rincão (1928). Com a compra da seção leste da São Paulo-Goiaz
(1927), expandiu a bitola larga por suas linhas, atravessando o rio
Mogi-Guaçu até Passagem, e cruzando-o de volta até Bebedouro (1929),
chegando finalmente a Colômbia, no rio Grande (1930), onde estacionou.
Em 1971, a FEPASA passou a controlar a linha. Trens de passageiros
trafegaram pela linha até março de 2001, nos últimos
anos apenas no trecho Campinas-Araraquara. |
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A ESTAÇÃO: A estação
do Retiro foi inaugurada em 1901 (em 01 ou em 15 de julho,
há duas datas nos relatórios da Paulista), como posto telegráfico.
Era a estação mais alta de todas as linhas da Cia. Paulista.
Em 1986, já estava em mau estado, e alugada para a Usina da Serra,
que a havia transformado em residência. Foi demolida por volta de
1996, tendo sobrado somente a cabina de comando, que ficava ao lado,
mesmo assim, depredada. A estação ficava na área rural de São Carlos,
atrás de um canavial, completamente isolada, sem vila próxima. "O
meu avô ria muito contando um caso ocorrido em São Carlos, numa daquelas
greves do começo dos anos 1960 que acabaram com a Paulista privada.
O piquete resolveu que o trem R vindo de Barretos iria ser paralisado
em São Carlos. Vários piqueteiros deitaram de atravessado na linha
embrulhados na bandeira nacional para impedir a passagem do trem,
todos berrando "Encampa! Encampa!". Eles queriam a encampação da companhia
pelo Estado, que pagava melhor seus ferroviários, em particular os
da E. F. Araraquara, lá perto. Bom, a CP fez o trem parar em Retiro,
uma antes de São Carlos, providenciou táxis para os passageiros
que iam embarcar e desembarcar em São Carlos e mandou o trem não parar
lá. Deu no que deu: piqueteiros e bandeiras nacionais voando
pra todo lado, deixando o trem passar no maior pique... Os ferroviários
conseguiram a encampação, mas foi uma vitória de Pirro. 16 anos depois,
um veterano do piquete, meu vizinho, chorava as pitangas comigo, lembrando
do tempo que a CP dava casa, comida, lenha... e a madrasta Fepa só
demitindo e acabando com tudo." (Antonio Augusto Gorni,
04/2003) "Na estação de Retiro, a caixa de água que alimentava
as locomotivas a vapor era como uma piscina coberta com folhas galvanizadas,
segundo um tio meu que trabalhou na Paulista, e as máquinas grandes
dos cargueiros paravam ali para abastecer de água, enquanto esperavam
outros trens, e não na estação, pois a caixa dela era pequena e ainda
ficava ocupando a estação. Onde era pasto e café, virou plantação
de cana, mas ainda existia em 1984 no lado oposto da estação um corredor
para embarque de bois e o desvio para o embarque" (Wilson
Simionato, 03/2004). "Tenho 60 anos e morei dos meus
7 aos 12 anos em Retiro, de 1953 a 1958. Meu pai tem 87 anos e trabalhou
na estação. Ele foi um desses piqueteiros. Eu morava
na estação velha, que ficava uns 500 metros para baixo da nova, já
demolida. Era uma casa com poço de corrente, dividida entre 2 famílias,
mas ninguém gostava de morar lá embaixo. Gostavam de morar na "turma"
que ficava ao lado da estação nova que acredito eu tenha sido construída
após a colocação da bitola larga em 1922. Entre a estação
velha, com plataforma e tudo, e a nova, os boiadeiros de passagem
usavam para pernoitar e deixavam o gado preso, pois era um espaço
cercado. Nesse espaço entre as 2 estações (velha e nova) houve a grande
queima de café (era Getúlio) e podia-se ver ainda quando eu era criança
torrões de terra enegrecidos. Havia a escola rural (com as 3 séries)
na estação nova, freqüentada pelos filhos dos ferroviários e
pelas crianças das fazendas, sítios que ainda não pertenciam à Usina
da Serra. Atrás da estação onde hoje há só cana, ainda era
um cerrado e antes deste, não havia muita vegetação, em virtude da
grande queima do café: havia lá muitos torrões de terra enegrecidos.
Atrás da estação estava o quintal do chefe da estação e um pé de manga
espada e um de pêssego. Dos 2 lados da estação lembro de um jardim
lindo cheio de flores - acho que eram hortências. A casa à esquerda
era a primeira casa da turma e a última era a escola com as três séries
iniciais na mesma sala. Lembro-me de cerca-viva separando essas casas.
Eu não morava na turma, mas vinha todo dia à escola. Como eu disse
morava mais abaixo na estação velha Depois que saí demorou um bom
tempo para virar canavial" (Valderesse, de São
Carlos, 07/2007). |
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A estação de Retiro (a original) em 1918. Álbum
dos 50 anos da Paulista |
A estação, a nova, c. 1983. Foto Wilson Simmionato
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A estação, c. 1983. Foto Wilson Simmionato |
Cabina de comando da estação, c. 1983. Foto Wilson
Simmionato |
Vista dee baixo da caixa d'água suplementar da estação,
no alto, c. 1983. Foto Wilson Simmionato |
A caixa d'água suplementar da estação,
no alto, atrás, c. 1983. Foto Wilson Simmionato |
Em 21/08/1998, plataforma e restos da estação
demolida. Foto Ralph M. Giesbrecht |
Ao lado da estação demolida, sobrou a cabine de
comando, em ruínas (21/08/1998). Foto Ralph M. Giesbrecht |
A cabine ainda está lá, cada vez mais depredada,
em 04/2005. Foto Lucas M. R. |
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Atualização:
17.09.2013
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