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V.
F. Rio Grande do Sul (1922?-1963) |
MAQUINISTA
MAURA
Município
de |
Linha de
Canela - km 957,105 (1960) |
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RS-2988 |
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Inauguração: 1922? |
Uso atual: n/d |
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sem
trilhos |
Data de construção do
prédio atual: n/d
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HISTORICO
DA LINHA: A linha de Canela foi aberta no trecho entre Neustadt (Rio
dos Sinos) e Novo Hamburgo em 1876, sendo, na verdade, na época,
um prolongamento da Porto Alegre-São Leopoldo. Em 1903, foi
prolongada até Taquara. A linha chegou em Canela, seu ponto
terminal, somente em 1922, de onde passou a se trazer a madeira abundante
na região. A demora deveu-se à dificuldade de construção
do trecho de serra, onde em 48 km de linha se elevava de 30 m em Taquara
até 830 em Canela. Em 11/03/1963, foi fechado o tráfego
entre Taquara e Canela. No ano seguinte, a 16/11, fechou o trecho
Novo Hamburgo-Taquara. Em 31/12/1966, o tráfego foi fechado
no trecho restante, Rio dos Sinos-Novo Hamburgo. Em julho de 1967,
já não existia mais nenhum sinal da velha linha de Canela. |
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A ESTAÇÃO:
A estação de Maquinista Maura foi inaugurada
provavelmente em 1922 - não pude confirmar isto. "Foi
na estação de São Leopoldo, numa manhã de julho de 1959. Eu estava
na estação, lá pelas 7 da manhã. Ouvi o zum-zum: o Padre Cláudio passa
hoje por aqui. No desvio estava uma locomotiva 2-8-2, cujo foguista,
Ramon, me informou: O Padre Cláudio vai para Maquinista Maura visitar
a escola ferroviária de lá. O trem P-8, de Porto Alegre, vai ser desdobrado
aqui. A parte que vai para Taquara e Canela, minha locomotiva vai
levar até Taquara. Por que você não viaja conosco? (...) Comprei uma
passagem para Canela, muito além de Maquinista Maura. Mais alguns
minutos e o apito alegre de uma 4-8-2 anunciava a aproximação do P-8.
O freio a vácuo estacionou a "Mountain" e seu trem. Ferroviários se
apressaram para um carro de primeira. 'É lá', pensei eu, e também
fui ver. A familiaridade com que o padre conversava com os funcionários
do trem e da estação bastava para confirmar que não se tratava de
um padre qualquer. Era saudado com respeito pelos ferroviários, ao
que correspondia com sua cortesia, o padre viajante. (...) O trem
já havia sido dividido. A 4-8-2 (Mountain) apitou, acelerou e desapareceu.
A 2-8-2 de Ramon saiu do desvio, entrou na linha principal, deu marcha-a-ré
e engatou no trem. Silvou longamente, duas vezes, para avisar aos
funcionários da estação para que deixassem o trem. Um apito curto
e fomos nós para Rio dos Sinos, estação a 2 km adiante. Ao chegarmos,
ainda pudemos ver a fumaça da Mountain, levando apressadamente seu
trem para Montenegro. A nossa 2-82- tomou a linha de Taquara, após
breve parada. Observei o padre. O chefe do trem veio conversar com
ele. Assim, chegamos a Taquara, onde a Mikado foi substituída por
uma 2-8-0, após terem sido deixados alguns carros. Além, a subida
da serra era pesada e contínua. A 2-8-0 bufava e purgava vapor pela
válvula de purgação dos cilindros. A subida penosamente ia sendo vencida
e o chefe do trem finalmente anunciou: 'Próxima parada, Maquinista
Maura'! (...) O trem diminuiu a marcha, sempre apitando a intervalos
curtos. Entrou tão devagar na estação que se podia acompanhá-lo sem
esforço" (O Padre Ferroviário, Délio Araújo).
Em 1963, a linha e a estação foram desativadas. Não
sei a situação atual do prédio. |
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Atualização:
10.05.2008
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