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VXY Mogiana em MG
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Cuzcuzeiro
Analândia
Oliveiras
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ramal de Analândia-1935
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: SIM
ÚLTIMA VEZ: 1999
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Cia. Rio-Clarense (1884-1888)
Rio Claro Railway (1888-1892)
Cia. Paulista de Estradas de Ferro (1892-1966)
ANALÂNDIA (antiga ANÁPOLIS)
Município de Analândia, SP
Ramal de Analândia - km 40,613   SP-0919
Altitude: 684,438 m   Inauguração: 15.10.1884
Uso atual: moradia (2016)   sem trilhos
Data de construção do prédio atual: n/d
 
 
HISTORICO DA LINHA: O trecho entre Rio Claro e São Carlos que passava pelo Cuzcuzeiro foi aberto pela Cia. Rio-Clarense em 1884, e fazia parte de sua linha principal, de bitola métrica. Comprada pelos ingleses que formaram a Rio Claro Railway em 1888, esta foi vendida para a Cia. Paulista em 1892, que ficou com a linha, que então chegava até Araraquara e foi renomeada como Secção Rio Claro. Em 1916, a Paulista prolongou a linha para a frente de Rio Claro com bitola larga, até São Carlos, mas aproveitando somente o leito a partir de quinhentos metros à frente da estação original de Visconde de Rio Claro. Com isto, o trecho entre a estação de Bifurcação (mais tarde Visconde de Rio Claro-nova) e o início, em Rio Claro, ficou reduzido a uma variante de bitola métrica, chamada a partir de 1922 de ramal de Anápolis, nome que em 1944 veio a se tornar ramal de Analândia. Antes disso, em fins de 1940, o trecho entre Anápolis e Visconde-nova foi suprimido e o ramal passou a parar em Anápolis. Em 01/09/1966, o tráfego no ramal foi extinto e os trilhos, logo a seguir, retirados.
 
A ESTAÇÃO: A estação foi inaugurada pela Cia. Rio-Clarense em 1884, num ponto isolado, com o nome de Cuzcuzeiro (Estradas de Ferro do Brasil, Cyro Pessoa Jr., 1886), logo tomando o nome da cidade, Annapolis. Rapidamente a cidade cresceu e, em 1897, tornou-se município, separando-se de Rio Claro.

A cidade ainda não existia como tal. Sua fundação estava sendo planejada em junho de 1887 já com o nome de Annapolis (ver caixa abaixo em 1887).

Estação da "Secção Rio Claro" da Paulista em 1892, em 1916 passou a fazer parte do trecho preterido da linha que viria a se tornar o ramal de Anápolis em 1922.

A partir de 1941, tornou-se ponta de linha do ramal, com a supressão do trecho entre essa
estação e a de Visconde do Rio Claro, no tronco.

Em 1944, o nome foi alterado para Analândia, por determinação do CNG.

Depois da desativação em 01/09/1966, o prédio da estação foi vendido para uma
família que decidiu conservá-lo, mesmo usando-o como moradia (segundo o Edital da FEPASA de 21/9/1978, a estação e seu pátio foram postos à venda em três lotes nesta data).

A estação sempre esteve a cerca de um quilômetro dos limites da zona urbana, e, para ser alcançada, toma-se uma estrada de terra aberta sobre o leito da antiga
ferrovia (ver caixa abaixo em 1899)

Ao lado da ex-estação ainda existem as casas da antiga vila ferroviária.
Em 2016, no jardim, ainda estava a antiga casa do chefe da estação, e a seu lado, trilhos com um vagão que foi utilizado no ramal. A estação ainda mostrava o dístico "Annapolis".

CONFUSÃO DE NOMES: Definir as localizações da estação original de Cuscuzeiro e a de Analandia, que teria sido Cuzcuzeiro em 1884, quando de sua abertura, é difícil. Está claro que a estação de Analandia, que depois se tornou (em 1943) Anapolis. Mas esta teria sido chamada de Cuzcuzeiro inicialmente. O nome Analandia só se veio após alguns anos, em 1890, quando a povoação se tornou um distrito, no município de Rio Claro (ver caixas de 1890, abaixo). A estação, então, mudou de nome. Suponho que, como a estação já se chamava Analandia em 1890, o posto telegráfico aberto em 1895/6 tenha então adotado o nome da antiga estação de Cuzcuzeiro (ver caixa abaixo, de 1895).

DÚVIDA DE ORIGEM: Por que a estação de Analandia, ex-Anapolis e ex-Cuzcuzeiro, situou-se tão distante do núcleo do distrito e, depois, do município que lhe deu o nome? Afinal, até hoje a cidade é pequena e, na época, era muito menor com (supostamente) muitos lugares vazios para se colocar a estação mais próxima?

Veja também: CUZCUZEIRO


ACIMA: Em 24 de janeiro de 1890 (o zero não aparece no anuncio que consegui), já estava sendo anunciada a inauguração da capela para 2 de fevereiro. Nesse momento, a estação já tinha nome diferente do do distrito. E era próxima da estação. Outra coisa estranha, pois a capela,dessa forma, estaria também distante do núcleo do distrito (O Estado de S. Paulo, 24/1/1890).

ACIMA: Em 31 de janeiro de 1890 outro anúncio, que agora mostrava uma data diferente para a inauguração da capela: dia 3 fde feveeiro, para o mesmo evento. (O Estado de S. Paulo, 31 1/1890).

ACIMA: Alguns dias depois, a confirmação da inauguração da capela. (O Estado de S. Paulo, 8/2/1890).

1887
AO LADO
: Planos para a futura Analandia (A Provincia de S. Paulo, 28/10/1887).

1893
AO LADO
: Acidente com morte na estação (O Estado de S. Paulo,
17/3/1893)

1894
AO LADO
: O acidente que não aconteceu (O
Estado de S. Paulo,, 23/12/1894).

1899
AO LADO
: Para chegar à estação era necessário uma estrada de um quilômetro... e manutenção, claro (
O Estado de S. Paulo,, 5/2/1899).

1920
AO LADO
: Trens noturnos na estação (
O Estado de S. Paulo,, 2/1/1920).

1953
AO LADO: O ramal já não funcionava conforme se esperava. Era o princípio do fim (Folha da Manhã, 10/3/1953).

1962
À ESQUERDA:
Diante da revolta da população em fevereiro, o ramal seguiu aberto, mas a ameaça ainda pairaria até o fechamento em 1966 (Folha da Manhã, 8/4/1962).

ACIMA: Composição da Paulista com a locomotiva a vapor 611 na estação de Analândia, em 9/1/1965. A linha foi erradicada menos de dois anos depois. Essa loco passou por quase todas as linhas da CP. Trabalhou no ramal de Agua Vermelha, de Analândia, passou por Oswaldo Cruz na época do tronco oeste em linha métrica e foi se aposentar em Bebedouro (Autor desconhecido).

ACIMA: Anuncio da supressão do ramal de Analandia para o dia 1/9/1966 (O Estado de S. Paulo,, 12/8/1966).

1962
À ESQUERDA: Diante da ameaça de fechar o ramal em fevereiro, a população se revolta. O ramal acabou fechado no final de 1966 (O Estado de S. Paulo, 15/2/1962).

1962
À ESQUERDA:
Diante da revolta da população em fevereiro, o ramal seguiu aberto, mas a ameaça ainda pairaria até o fechamento em 1966 (Folha da Manhã, 8/4/1962).

ACIMA: Antiga casa ferroviária no pátio da estação de Analândia em maio de 2014 Atrás, antigo carro da Cia. Paulista posa como reliquia (Foto Rodolfo Grassmann dos Santos).

1978
À ESQUERDA:
Em parte de um anúncio publicado no jornal, a estação e outros imóveis da agora FEPASA em Analandia estão à venda (O Estado de S. Paulo, 8/10/1978).
(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local; Adriano Martins; Rodrigo Cabredo; Wilson de Santis Jr.; Filemon Peres; Nei Galvão da Silva; Folha da Manhã, 1953; Folha de São Paulo, 1962; O Estado de S. Paulo, 1962 e 1978; Cyro Pessoa Jr.: Estudos descritivos das Estradas de Ferro do Brasil, 1886; Cia. Paulista: relatórios oficiais, 1892-1969; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht)
     

Em 1918, a estação de Annapolis, ativa ainda no tronco métrico da ex-Rioclarense, já Paulista. Foto Filemon Peres

A locomotiva na estação, sem data. Foto cedida por Wilson de Santis Jr.

Em 17/01/1998, a estação já como moradia. Foto Ralph M. Giesbrecht

Em 17/01/1998, a estação e o carro de passageiros parado à frente, como nos velhos tempos. Foto Ralph M. Giesbrecht

Estação de Analândia em 03/2001. Foto Wilson de Santis Jr.

Estação de Analândia em 03/2001. Foto Wilson de Santis Jr.

A estação em 27/12/2009. Foto Adriano Martins

A estação em 27/12/2009. Foto Adriano Martins

A estação em maio de 2014. Foto Rodolfo Grassmann dos Santos
     
Atualização: 27.12.2021
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.