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VXY Mogiana em MG
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Instituto
Barão Geraldo
Betel
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Ramal de P. Salles - 1935
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: SIM
ÚLTIMA VEZ: 2008
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Cia. Carril Funilense (1899-1921)
E. F. Sorocabana (1921-1960)
BARÃO GERALDO
(antiga SANTA GENEBRA)

Município de Campinas, SP
Ramal de Pádua Salles - km 9,434   SP-1033
Altitude: 605 m   Inauguração: 18.09.1899
Uso atual: moradia (2001)   sem trilhos
Data de construção do prédio atual: 1926
 
 
HISTORICO DA LINHA: A Cia. Carril Funilense foi inaugurada em 18/09/1899 pela Cia. Agrícola Funilense, de Funil (hoje Cosmópolis), com bitola de 60 cm, saindo do centro de Campinas e chegando até a atual Cosmópolis, na época chamada de Barão Geraldo de Rezende. Em 1904, por parte de um empréstimo não honrado, o Governo do Estado ficou com a ferrovia. Em 1906, a bitola foi ampliada para a métrica; em 1913, a ferrovia já chegava ao seu ponto máximo, em Pádua Salles, margem do rio Mogi-Guaçu. Em 01/09/1921, a Sorocabana incorporou a linha, que em 1924 passou a sair da nova estação da EFS em Campinas, e com o nome de Ramal de Pádua Salles, com 93 quilômetros. A linha foi fechada no início de 1960, tendo os trilhos arrancados pouco tempo depois. Hoje são bem poucos os resquícios da velha Funilense.
 
A ESTAÇÃO: A estação foi aberta como uma "chave" em 1899, com o nome de Santa Genebra. Deu origem ao atual bairro e distrito de Barão Geraldo.

A estação recebeu o nome do barão quando da morte do seu proprietário, também presidente da Funilense, em 01/10/1907.
Neste ano, outra localidade e estação que até então se chamava Barão Geraldo de Rezende teve o nome alterado para Cosmópolis.

No relatório seguinte da ferrovia, a prova de que era realmente apenas uma chave: Santa Genebra é citada como sendo uma, enquanto Barão Geraldo, que ainda não era Cosmópolis nessa época, esta sim era uma estação:

"A Carril Agrícola Funilense sofreu várias denúncias junto à Secretaria Estadual de Viação e Obras sobre suas tarifas, que eram mais baixas que as demais e que, por isso, não conseguia obter o mínimo necessário para se automanter. Em 1904, de fato, a diretoria da
linha férrea a entregou ao Estado pelo valor de R$ 161:040$000 "além do privilégio, direitos e ações, o patrimônio da Carril Agrícola Funilense (...) que consiste de 40.685 metros de leito, com 0,60m. de bitola e trilhos de 14,9 quilos por metro; uma locomotiva em más condições e quatro gôndolas com rodeiros inutilizados; de um carro de segunda classe imprestável, de 200 trilhos de 14,9 kg (...) da linha telegráfica; das estações de José Paulino e Barão Geraldo; das chaves Santa Genebra, Deserto, Engenho, João Aranha e Funil; de três casas de pau-a-pique para as turmas; de quatro caixas d'água feitas de madeira, em mau estado; da ponte de madeira sobre o rio Atibaia, com vão de 30 metros e outro de 40 metros, necessitando substituição de vigas e dormentes; e da ponte de viga metálica, para pequena carga, sobre o Jaguari, de 45 metros
" (Secretaria Estadual de Viação e Obras Públicas, Carta hypotecaria sobre a Cia. Carril Agrícola Funilense APESP - 1904, citada na Revista Nossa Estrada, número 03).

Em 1926, foi construído um prédio novo para a estação.

Em 1934, foi classificada como posto telegráfico de categoria A (*).

Foi desativada com a linha, em 1960.

Em 2008 servia como moradia. O leito da linha passava pela avenida que então já corria paralela à atual rua principal do distrito. O prédio da estação estava neste ano cercado por muros: era uma bonita casa, algo desfigurada pela construção de anexos de alvenaria. Como já citado, era uma moradia, morando nela uma pessoa que trabalhou na ferrovia como telegrafista na estação, sr. Sílvio Olivieri, velhinho simpático que perdeu a voz, mas ficou extremamente contente de ver alguém querendo fotografar o seu antigo local de trabalho. Ali havia ainda galinhas, pés de acerola, tudo no quintal à frente da plataforma, ainda estava ali. As fotos foram difíceis de e tirar, pelo pouco espaço em volta da casa, limitado pelos muros. Silvio morava lá desde 1962, pouco depois da desativação da ferrovia e da estação.

1898
À ESQUERDA: Chico Tanoeiro, temível bandido da época, que havia sido preso e depois fugiu no início de 1898 na região de Botucatu, aparece na estação de Santa Genebra (hoje Barão Geraldo) e toma café. Mas seria mesmo o bandido? Aliás, a estação já estava funcionando nessa época, antes da data de sua inauguração oficial, em 1899? (O Estado de S. Paulo, 14/5/1898).

1900
AO LADO: Acidente próximo à estação de Barão Geraldo (O Estado de S. Paulo, 26/4/1900).
c.1900
À ESQUERDA
: O Barão Geraldo de Rezende, em foto provavelmente do final do século XIX (Autor desconhecido).
ACIMA: Veja a localização do bairro da estação - na verdade, do bairro - de Barão Geraldo neste mapa, traçado em 1958, que mostra as linhas do ramal de Pádua Salles, ex-Funilense, entre Campinas e Cosmópolis (IBGE: Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, 1958).

* Segundo o Relatório Anual de 1934 da EFS, "À categoria A ficaram pertencendo os diversos postos que funccionavam como si fossem estações de 4a classe, isto é, onde, além do serviço de trens, havia venda de bilhetes, despachos de encommendas, bagagens, mercadorias, animaes, valores e serviços telegraphico, em trafego proprio e mutuo, com os fretes calculados pela propria distancia".

(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local; Nilson Rodrigues; www.baraoemfoco.com.br; revista Nossa Estrada, nro. 03; E. F. Sorocabana: relatórios anuais, 1920-62; IBGE: Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, 1958; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht)
     

A estação, c. 1950. www.baraoemfoco.com.br

Estação de Barão Geraldo, lado da plataforma, em 2/3/2001. Foto Ralph M. Giesbrecht

Estação de Barão Geraldo, lado da plataforma, em 2/3/2001. Foto Ralph M. Giesbrecht

A estação como moradia, lado dos fundos, em 2/3/2001. Foto Ralph M. Giesbrecht

Estação de Barão Geraldo, lado da plataforma, em 2/3/2001. Foto Ralph M. Giesbrecht
 
     
Atualização: 15.11.2021
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.