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L M N O P
Q R S T U
VXY Mogiana em MG
Indice de estações
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Salvador
Lobato
...
ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: SIM
ÚLTIMA VEZ: 2006
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E. F. Bahia ao São Francisco (1860-1911)
Cia. Chemins de Fer Federaux du L'Est Brésilien (1911-1935)
V. F. F. Leste Brasileiro (1935-1975)
RFFSA (1975-1996)
CBTU (1996-)
SALVADOR (ESTAÇÃO DA CALÇADA)
Município de Salvador, BA
Linha tronco - km 0   BA-2361
Altitude: 5 m   Inauguração: 28.06.1860
Uso atual: estação de trens metropolitanos (desativada temporariamente)   com trilhos
Data de construção do prédio atual: 1861;1936 (reforma)
 
 
HISTORICO DA LINHA: A linha-tronco da Viação Ferrea do Leste Brasileiro (VFFLB) era a linha original da E. F. Bahia ao São Francisco, aberta entre 1860 e 1863 e ligando a estação da Calçada, em Salvador, à de São Francisco, em Alagoinhas, ainda bem longe do rio do mesmo nome. Esta linha foi incorporada pelo Governo baiano em 1903, repassada a outros concessionários até que em 1911 foi entregue à concessão da Cia. Chemins de Fer Federaux du L'Est Bresilien, de capital francês. Em 1935, a VFFLB foi criada pelo Governo para ficar com o acervo dos franceses, já sem interesse de mantê-la. Em 1975 foi definitivamente incorporada pela RFFSA como uma de suas divisões, depois de ter sido uma das constituintes desta, em 1957. O último trem de passageiros de longo percurso passou pela linha nos anos 1980, e hoje (2005) trafegam, no trecho Calçada-Paripe, apenas trens elétricos metropolitanos, ainda sob a batuta da CBTU. Hoje todas as linhas baianas que sobram em atividade estão sob a concessão da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA).
 
A ESTAÇÃO: A estação de Salvador foi aberta com o nome de Jequitaia em 1860, e era uma estação "central e marítima da estrada", segundo descrição de Cyro Deocleciano, em 1886. A estação, foi também chamada de Baía e Estação da Calçada. A estação sempre esteve onde está hoje, desde a inauguração em 1860. Jequitaia hoje é o nome da avenida que, saindo da região do porto, chega a Calçada, que é o nome do bairro onde se localiza a estação.

Em 1925, as tropas baianas que participaram da batalha em Catanduvas regressaram de trem à estação e foram recepcionadas pelo Governador Goes Calmon. Em 1936, ela sofreu uma grande reforma. Outra reforma veio em 1981.

Entre o porto e a estação a distância é de cerca de 3 a 4 km. O que ocorria é que havia um ramal de linha singela que saía da Estação da Calçada e se dirigia ao porto de Salvador, sem paradas intermediárias. Até o início dos anos 1970, este prolongamento percorria toda a extensão do cais do porto, mas, com a construção do terminal de containers, naquela mesma década, o ramal ferroviário passou a chegar somente àquele terminal. Na verdade, nos anos 1980 somente os trens de minério de magnesita é que trafegavam para o porto, pois a empresa Magnesita tinha um terminal de exportação ao lado do parque de containers. O ramal que saía da Calçada cruzava duas movimentadíssimas avenidas da Cidade Baixa e ainda passava por dentro da Feira de São Joaquim (na verdade, foram os feirantes quem invadiram o espaço da ferrovia), praticamente raspando pelas barracas. Por causa disso, os trens de magnesita só podiam trafegar durante as madrugadas. Como a Magnesita construiu um terminal novo do porto de Aratu, dentro da Baía de Todos os Santos, porto especializado na descarga e embarque de granéis sólidos, líquidos e gasosos, e não morava ninguém por lá, uma vez que a região pertencia à Base Naval de Aratu, da Marinha do Brasil, a maior base naval brasileira fora do Rio de Janeiro, a linha férrea do ramal além da Calçada deixou de ter utilidade e foi desativada na segunda metade da década de 1990. Em 2006, a linha ainda estava lá, mas não era mais usada.

Aliás, os trens de carga nem mais vêm a
Salvador, pois, segundo soube, as condições da linha entre Aratu e Paripe estavam péssimas em 2006.

A estação continuou sendo utilizada para os trens suburbanos tocados pela CBTU até o dia 16/2/2021, quando todo o trecho entre a Calçada até Paripe foi fechado para que obras do futuro VLT fossem feitas.

SITUAÇÃO DA LINHA SALVADOR-PARIPE EM 16/03/2021, DOIS ANOS APÓS O FECHAMENTO DA LINHA PARA AS REFORMAS NECESSÁRIAS (FONTE: G1):

G1 – A desativação dos trens do subúrbio de Salvador completou dois anos em fevereiro deste ano, com as obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), sistema que deve ficar no lugar dos trens, paradas. O consórcio chinês responsável pelo projeto diz que o cronograma está sendo rediscutido com o Governo do Estado.

Enquanto isso, moradores da região, que gastavam R$ 0,50 pelo serviço nos trens, sentem falta de uma alternativa mais barata de transporte público, já que a passagem do ônibus custa R$ 4,90, um custo que representa 880% a mais em cada passagem no bolso do consumidor.
O serralheiro Marcos Silva, por exemplo, usava o trem todos os dias para trabalhar. Com a retirada do serviço, passou a usar ônibus ou vans do transporte clandestino.

Antes da parada, a operação, que acontecia há 160 anos, transportava cerca de seis mil pessoas por dia. Os trens ligavam o Subúrbio Ferroviário pela orla da Baía de Todos-os-Santos, em 10 estações, da Calçada a Paripe.

“Sem esse trem, caiu o movimento e as vendas ficaram muito fracas”, contou o pescador Valdemir Santos, que trabalha na região.
A queda nas vendas de pescado no Porto das Sardinhas, no bairro São João do Cabrito, também foi ressaltada pelo líder comunitário Joceval Tibúrcio.

“Essa conexão entre o peixe barato e a tarifa acessível do trem era o que permitia que as pessoas de baixa renda trabalhassem e levassem o sustento para casa”, explicou.

Os trens saíram de cena em fevereiro de 2021, depois de 160 anos de operação para dar lugar às obras do VLT. A concessionária chinesa Skyrail é responsável pela obra por meio de uma parceria público-privada com o Governo da Bahia.

A primeira fase do projeto prevê a construção de 21 estações em 19 km entre o Comércio, a Calçada, passando pelo subúrbio até a Ilha de São João, em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador.
A segunda fase vai expandir o projeto até a Estação Acesso Norte do metrô de Salvador, com mais cinco estações em pouco mais de 4 km.
Imagens aéreas gravadas em fevereiro de 2022 mostram que, na época, as obras estavam no que será o pátio de manutenção dos veículos na antiga Estação da Calçada. A área estava terraplanada e prédios estavam em construção.

No entanto, imagens feitas na semana passada, mostram que pouco coisa mudou no local. As obras do VLT estão paradas e o valor total do projeto foi atualizado.

Segundo o consórcio, o valor do contrato agora é de R$ 5,2 bilhões. Em nota, a Skyrail informou que o edital inicial correspondente à fase um previa investimento de R$ 1,5 bilhão. Com a inclusão da fase dois, o investimento passou para R$ 2,5 bilhões. O valor atual inclui custos de implantação e operacionais.

A empresa informou ainda que o cronograma está sendo rediscutido com o governo para que as obras sejam retomadas.

O morador Sílvio Santos é dono de um estabelecimento comercial às margens dos trilhos do trem. Ele contou que foi comunicado pela empresa, que deveria deixar o local, mas que seria indenizado.

“Pediram documentação e conta bancária. Tiraram fotos, está tudo assinado, mas não falaram sobre valores”, afirmou.

A produção da TV Bahia pediu esclarecimentos sobre as desapropriações para o Governo do Estado, mas não recebeu respostas até a última atualização desta reportagem.

Linhas alternativas ao trem a partir do fechamento até a data de 21/3/2023

Após a avaliação das linhas do Sistema Integrado de Transporte Coletivo que atendem a região do Subúrbio Ferroviário com percurso coincidente, integral ou parcialmente, ao trajeto realizado pelo trem foram definidas as linhas abaixo como principais alternativas:
  • 1614 – Itaigara X Mirantes de Periperi Via Brotas;
  • 1607 – Barra X Paripe Cocisa;
  • 1550 – Vista Alegre/Alto de Coutos/Estação Pirajá;
  • 1633 – Ondina X Mirantes de Periperi;
  • 1606-01 – Base Naval Barroquinha;
  • 1606-00 – Paripe X Barroquinha;
  • 1651 – Lapa X Base Naval Via Estrada Velha;
  • 1637 – Mirantes de Periperi – Imbuí/Boca do Rio;
  • 0706-00 – Nordeste – Joanes / Lobato;
  • 1642 – Lapa X Boa v. Lobato;
  • 1615 – Lapa X Plataforma;
  • 1568 – Barra X Faz. Coutos/vista Alegre;
  • L111 – Baixa Do Fiscal / Lobato – Brasilgás.
  • 1567 – Vista Alegre – Barra
  • 1608 – Paripe X Ribeira
  • 1635 – Joanes X Lobato X Rodoviária

Fontehttps://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/2023/03/15/desativacao-dos-trens-do-suburbio-completa-2-anos-com-obras-do-vlt-paradas-moradores-gastavam-r-050-e-agora-pagam-r-490-no-onibus.ghtml


ACIMA: Bairro da Calçada do Bonfim, depois Calçada, em 1861. Era nessa época considerada um arrabalde de Jequitaia, região afastada no município de Salvador (Fotografia: Camilo Vedani. Acervo Walter Lessa).

1897
AO LADO: Partindo de Calçada para o sertão em 1897 (Diario de uma espedição, Alagoinhas, 31 de agosto (de 1897) O Estado de S. Paulo - Euclides da Cunha).

1917
AO LADO: Assalto na estação da Calçada - pelo menos é o que se supóe do texto (O Estado de S. Paulo, 27/7/1917).

ACIMA: Pátio da Calçada em mapa de 1974 - CLIQUE SOBRE A FIGURA PARA VER EM TAMANHO MAIOR (Quatro Rodas).

(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local; Flavio Cavalcanti; Alexandre Santurian; Acervo Walter Lessa; www.vfco.com.br; Euclides da Cunha: Diario de uma expedição, Alagoinhas, 31 de agosto (de 1897), O Estado de S. Paulo, 1897; Cyro Deocleciano R. Pessoa Jr.: Estradas de Ferro do Brazil, 1886; RFFSA: Relatório da SR-7, 1984; Revista da Semana, 1925; Guias Levi, 1932-84).
     

A estação da Calçada em fins de construção, em 1861. Acervo Flavio Cavalcanti

Gare da estação da Calçada em fins de construção, em 1861. Acervo Flavio Cavalcanti

A gare provisória da Calçada, em 1861. Acervo Flavio Cavalcanti

O povo aguardando a saída das tropas que lutaram no Paraná na frente da estação de Calçada, no final de 1925. Foto da Revista da Semana

Tropas provenientes de Catanduvas, PR, desembarcam na estação de Calçada, no final de 1925. Foto da Revista da Semana

Interior da estação da Calçada logo depois da reforma de 1936. Foto www.vfco.com.br

Pátio da estação da Calçada logo depois da reforma de 1936. Foto do site www.vfco.com.br

Trens no interior da estação da Calçada logo depois da reforma de 1936. Foto do site www.vfco.com.br

A estação nos anos 1980. Foto de calendário de 1988

A estação da Calçada em 2002. Foto Alexandre Santurian

Fachada da estação em 10/6/2017. Foto Victor Hugo Silva

Plataformas da estação em 10/6/2017. Foto Victor Hugo Silva
     
Atualização: 26.03.2023
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.