|
|
...
Brasília
Cabrália
Duartina
...
Tronco oeste CP-1970
IBGE-1970
...
ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: SIM
ÚLTIMA VEZ: 1999
...
|
|
|
|
|
Cia. Paulista de
Estradas de Ferro (1925-1971)
FEPASA (1971-1976) |
CABRÁLIA
Municípios de Piratininga (1924-1948);
Cabrália Paulista (1948-), SP |
Linha-tronco oeste - km 381,021
|
|
SP-0723 |
Altitude: 511,040 m |
|
Inauguração: 09.02.1924 |
Uso atual: demolida |
|
sem trilhos |
Data de construção do
prédio atual: 1929 (já demolido) |
|
|
|
HISTORICO DA LINHA: O
chamado tronco oeste da Paulista, um enorme ramal que parte de Itirapina
até o rio Paraná, foi constituído em 1941 a partir da retificação
das linhas de três ramais já existentes: os ramais de Jaú (originalmente
construído pela Cia. Rio-clarense e depois por pouco tempo de propriedade
da Rio Claro Railway, comprada pela Paulista em 1892), de Agudos e
de Bauru. A partir desse ano, a linha, que chegava somente até Tupã,
foi prolongada progressivamente até Panorama, na beira do rio Paraná,
onde chegou em 1962. A substituição da bitola métrica pela larga também
foi feita progressivamente, bem como a eletrificação da linha, que
alcançou seu ponto máximo em 1952, em Cabrália Paulista. Em 1976,
já com a linha sob administração da FEPASA, o trecho entre Bauru e
Garça que passava pelo sul da serra das Esmeraldas, foi retificado,
suprimindo-se uma série de estações e deixando-se a eletrificação
até Bauru somente. Trens de passageiros, a partir de novembro de 1998
operados pela Ferroban, seguiram trafegando pela linha precariamente
até 15 de março de 2001, quando foram suprimidos. |
|
A ESTAÇÃO: A estação
de Cabrália foi inaugurada em 1924, como a letra C da seqüência
alfabética da Cia. Paulista para o ramal de Agudos, que seguia
desbravando a terra quase desabitada. Em volta da nascente estação
já existia o Patrimônio do Mirante, estabelecido
por volta de 1915.
Em 01/07/1929, um novo prédio foi inaugurado.
Em 1941, a estação passou a fazer parte do tronco oeste, e, em 1954,
chegou até ela a eletrificação, sendo que esta também não passou daí.
Durante um curto espaço de tempo, no final da década
de 1940, seu nome passou a ser Pirajaí, mas logo depois
foi rebatizada, agora como Cabrália Paulista.
Em 1948, o distrito, que pertencia a Piratininga, tornou-se um município.
A estação esteve ativa até 1976, quando a variante Bauru-Garça,
mais curta e ao norte da antiga, foi inaugurada. O último trem de
passageiros parou em Cabrália, vindo de São Paulo, numa
manhã de sábado, 1 de maio desse ano, "às 7:12, onde cinqüenta
pessoas o esperavam, alguns para se despedir e a maioria para a viagem
normal às cidades próximas (...) Benedito Alvarenga, chefe da estação
até então, partia agora para destino incerto. Atrás de si, deixou
na velha estação os velhos amigos que acordaram cedo para a despedida"
(O Estado de São Paulo, 2/5/1976).
Já Marcos Morales Gonçalves afirma em 04/2007
que foi um pouco diferente: "O verdadeiro chefe da estação
de Cabrália era o Sr. Oswaldo Gonçalves Lachica, até a passagem
da última composição de passageiros. Sua familia ficou ainda
morando na antiga colônia dos moradores da ferrovia, sozinha
até a mudança para outra cidade. Ele foi transferido para a
estação de Airosa Galvão e depois para Garça-nova, tambem como chefe
de estação, aposentando-se nesta cidade. Já o Sr. Benedito
Alvarenga era auxiliar de estação e não se encontrava em Cabrália.
Ele foi transferido e morava em Garça, onde mais tarde o Sr. Osvaldo
Gonçalves Lachica voltou a ser seu chefe".
Antigos moradores do local dizem que "a chegada do trem das oito
(da noite) era uma festa, todos os dias. As moças vinham para a estação
para ver o trem chegar. Depois, acabou o trem e a cidade entrou em
decadência, muita gente foi embora". A eletrificação da linha
chegava até aqui; com a mudança da linha, a eletrificação passou a
parar em Bauru mesmo, não prosseguindo pela nova variante.
O prédio da estação de Cabrália acabou por ser demolido, sem
que se construísse absolutamente nada em seu lugar. O armazém tornou-se
uma fundição, tendo sido bastante descaracterizado, enquanto várias
casas de funcionários da Paulista seguiam em 2016 existindo, em estado
razoável de conservação e habitadas.
A cidade, pequena, tem várias ruas largas e com canteiros centrais,
mas o ar de decadência é notório.
"Eu me lembro dos meus 11 anos de idade, levantando as pálpebras
dos olhos, ainda sob os lençóis, na minha cama na cabine do carro-dormitório,
e em seguida levantando a persiana de madeira da cabine e depois a
janela de vidro, respirando o ar fresquinho do comecinho da manhã,
misturado com o aroma metálico-diesélico das G-12s... e pela janela
de um trem lento e melancolicamente choroso nas subidas, vendo essa
terra alaranjada com seus pés de café, uma Alta Paulista com seus
mares de cafezais a perder de vista que, mal desconfiava eu, durante
mais de um decênio, iriam substituir os mares da minha Florianópolis
na minha vida. Quem diria, o Pascon e suas fotografias, e eu que pensava
que ele somente fazia locomotivas, muito bonitas e artesanais, em
HO. Agora entendo o porquê das locomotivas dele serem tão bonitas:
foram feitas por alguém que tinha a Alta Paulista encravada na alma!"
(João Batista Lago, 08/2003).
|
1924
AO LADO: Anúncio da inauguração da
estação de Cabrália (O Estado de S. Paulo,
10/2/1924).
|
ACIMA: A estação e vilarejo
à sua volta já tem correio em 1926, mas o serviço
é ruim. Note´se também o nome: "Ramal de
Aguapehy, dado ao prolongamento do ramal de Agudos naquela época
(O Estado de S. Paulo, 5/1/1926).
ACIMA: O comboio acima está passando
por Cabrália em 1928 no sentido Marília (Alto
Cafezal). Já o tal "São Luiz" não consegui
identificar de forma alguma (Foto Comissão de Registros Históricos
de Marília).
|
1933
AO LADO: Acidente próximo à
estação de Cabrália (O Estado de S. Paulo,
26/11/1933). |
ACIMA: Mapa do distrito de Cabrália em 1939, assinado pelo engenheiro e desenhista Felicissimo somente em 1945. A estação aparece no fim da zona suburbana do distrito, a nordeste deste (CLIQUE SOBRE O MAPA PARA VÊ-LO INTEGRALMENTE).
ACIMA: Cabralia por volta de 1940. A linha está
no limite da zona urbana, a estação bem menor que o
armazém à direita deste e as casas de turma que ainda
sobrevivem também podem ser vistas (Autor desconhecido, talvez
IGGSP).
ACIMA: A estação
de Cabrália, provavelmente no início dos anos 1970.
Ao fundo, junto à plataforma, um, pode-se observar um trem
de passageiros formado por ACFs e uma box 1-C+C-1 na cor verde da
CP parado na plataforma da estação (descrição Rafael
Corrêa) (Foto Marcos Morales Gonçalves).
ACIMA: Em Cabralia Paulista (Autor desconhecido. Cessão Portal da Moto. Talvez em 1976).
ACIMA: Último trem em Cabrália
- locomotiva elétrica de frente para a volta para Bauru (O
Estado de S. Paulo, 4/5/1976).
(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local; Silvio Rizzo;
Ricardo Frontera; J. R. Pascon; João Batista Lago; Marcos Morales
Gonçalves; Rafael Corrêa; Daniel Gentili; Prefeitura
Municipal de Cabrália Paulista; O Estado de S. Paulo, 1924, 1926 e
1976; Comissão de Registros Históricos de Marília; Cia. Paulista:
relatórios oficiais, 1872-1969; O Estado de São Paulo, 1924
e 1976; IBGE, 1970; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht) |
|
|
|
Inauguração da linha em Cabrália, 1925.
Foto do acervo da Prefeitura Municipal de Cabrália Paulista,
cedida por Ricardo Frontera |
O chefe da estação e família na estação
de Cabrália, anos 1950. Foto do acervo da Prefeitura
Municipal de Cabrália Paulista, cedida por Ricardo Frontera |
O prefeito da cidade e outros na estação, anos
1970. Foto do acervo da Prefeitura Municipal de Cabrália Paulista,
cedida por Ricardo Frontera |
Em 1974, o trem de passageiros no pátio de Cabrália.
Foto J. R. Pascon |
O último poste da eletrificação, na saída
do pátio de Cabrália, em 1974. Foto J. R. Pascon |
Entrada do pátio de Cabrália, em 1974. Foto J.
R. Pascon |
Em 09/10/1999, o local deserto onde ficava a antiga estação.
Ao fundo, à direita, o armazém. Foto Ralph M.
Giesbrecht |
Em novembro de 2000, a vila ferroviária ainda sobrevive.
Foto Ricardo Frontera |
O armazém de Cabrália, funcionando hoje como metalúrgica
(11/2000). Foto Ricardo Frontera |
Armazem de Cabralia no meio de um patio abandonado, em 3/2/2017.
Foto Silvio Rizzo |
|
|
|
|
|
|
Atualização:
12.03.2021
|
|