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VXY Mogiana em MG
...
Tujuguaba
Conchal
Pádua Salles
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Ramal de P. Salles - 1935
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: SIM
ÚLTIMA VEZ: 2016
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Cia. Carril Funilense (1912-1921)
E. F. Sorocabana (1921-1960)
CONCHAL
(antiga ENGENHEIRO COELHO)
Município de Conchal, SP
Ramal de Pádua Salles - km 270,104 (1934)   SP-1139
Altitude: 578 m   Inauguração: 02.11.1913

Uso atual: Órgão da Prefeitura (2016)

  sem trilhos
Data de construção do prédio atual: n/d
 
 
HISTORICO DA LINHA: A Cia. Carril Funilense foi inaugurada em 18/09/1899 pela Cia. Agrícola Funilense, de Funil (hoje Cosmópolis), com bitola de 60 cm, saindo do centro de Campinas e chegando até a atual Cosmópolis, na época chamada de Barão Geraldo de Rezende. Em 1904, por parte de um empréstimo não honrado, o Governo do Estado ficou com a ferrovia. Em 1906, a bitola foi ampliada para a métrica; em 1913, a ferrovia já chegava ao seu ponto máximo, em Pádua Salles, margem do rio Mogi-Guaçu. Em 01/09/1921, a Sorocabana incorporou a linha, que em 1924 passou a sair da nova estação da EFS em Campinas, e com o nome de Ramal de Pádua Salles, com 93 quilômetros. A linha foi fechada no início de 1960, tendo os trilhos arrancados pouco tempo depois. Hoje são bem poucos os resquícios da velha Funilense.
 
A ESTAÇÃO: A estação de Conchal foi inaugurada em 1912 pela Funilense, para atender o núcleo colonial Visconde de Parnahyba, estabelecido pelo Governo do Estado dois anos antes, em terras da fazenda Conchal, então pertencente ao município de Mogi-Mirim. Relatórios estaduais afirmam claramente que a linha até Conchal foi aberta ao tráfego em 2 de julho de 1912 e não dezembro de 1913 como informam algumas fontes.

A cidade formou-se a partir do núcleo colonial e a estação tomou o nome da fazenda, pois foi o dono desta fazenda, Alfredo Eduardo de Oliveira, que fez o acordo de terras com a ferrovia.

Em 1920, o relatório do Presidente do Estado ao Congresso estadual informava que "em Visconde de Indaiatuba, servido pela estação Engenheiro Coelho, estão em montagem uma usina de açúcar e uma fábrica de manteiga". Veja a menção ao nome atual da estação - o relatório foi emitido em 1921. Neste mesmo ano, linha e estação passaram a fazer parte da malha da Sorocabana, que passou a administrar a linha, incorporando-a sob o nome de ramal de Pádua Salles. Esta estação, no entanto, era a de Conchal - o nome de Engenheiro Coelho ainda vigorava nela. (ver caixa abaixo). Veja também que os nomes do núcleo colonial não batem - Visconde de Parnahyba (1912, veja lá em cima no texto) ou Visconde de Indaiatuba (1920, neste parágrafo)? Este último era o correto, na verdade.

Em 1/setembro de 1923, a estação, até aqui chamada de Engenheiro Coelho, passou a chamar-se Conchal.

A estação foi desativada em 1960, com a linha, mas ainda existe: restaurada, não tem mais a cobertura da plataforma. Está ali, no "fim" da cidade, até que bem conservada e servindo de escola, com um pátio enorme à sua volta, meio que esquecido por todos...

"Sou fanático por estradas de ferro, pois na minha infância na cidade de Conchal, SP, existia o hoje extinto ramal de Pádua Sales da Funilense. Todas as noites, não exatamente as 20h12' como era o seu horário (das 8h12' em diante como dizia o último chefe da estação, Sr. Gregório Jose Bechara) desciamos em grupo de 12 a 15 amigos até a estação para ver o trem chegar. A maioria das vezes era somente o Sr. Maurício Heremann, o estafeta, quem descia do trem. Era a única coisa que havia de entretenimento durante à noite em Conchal e lembro que as ruas eram fracamente iluminadas pela antiga SACERC - S/A - Centrais Elétricas de Rio Claro. O trem passava e o jeito era voltar para casa e esperar pelo dia seguinte. Quando a ferrovia foi desativada eu tinha de 13 para 14 anos, mas ela deixou muitas saudades" (Ettore Manoel Gaspar, Matão, 10/2002).

1915
AO LADO:
Problemas na estação então ainda Engenheiro Coelho (O Estado de S. Paulo, 2/10/1915).

1923
AO LADO:
Mudança de nomes nas estações de Guaiquicá e de Engenheiro Coelho em 1o de setembro de 1923 - mas a noticia é de 7 meses mais tarde, em 1924 (O Estado de S. Paulo, 11/4/1924).

1923
AO LADO:
Iluminação chega à estação (O Estado de S. Paulo, 26/4/1923).

1923
AO LADO:
Fim do nucleo colonial de Indaiatuba (O Estado de S. Paulo, 9/8/1923).

1927
AO LADO:
Morte na estação (O Estado de S. Paulo, 3/7/1927).

OBRAS OCORRIDAS NA ESTAÇÃO E SEU PÁTIO DE ACORDO COM RELATÓRIOS DA EFS: 1934 - Reparação e pintura de casas de turma

(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local; Coaraci Camargo; Ettore Manoel Gaspar; Prefeitura de Conchal; O Estado de S. Paulo, 1909, 1915, 1924 e 1927; Correio Popular, Campinas, 2009; E. F. Sorocabana: relatórios anuais, 1922-61; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht)
     

A estação de Conchal, ainda ativa (sem data). Foto do site da Prefeitura de Conchal

Meio que perdida nos limites da zona urbana de Conchas...

... a antiga estação resiste em suas formas simples mas bonitas...

... dando um certo charme à cidade e fazendo-a lembrar que um dia um trem passou por ali...

... trazendo o progresso, sem o qual a cidade hoje não existiria. Fotos de Ralph M. Giesbrecht, em 11/03/2002

A estação em 01/2006. Foto Coaraci Camargo

Fachada da estação em 30/3/2016. Foto Ralph M. Giesbrecht
   
     
Atualização: 17.02.2018
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.