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Piracuama
Eugênio Lefevre
Pagé
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: SIM
ÚLTIMA VEZ: 2011
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E. F. Campos do
Jordão (1916-) |
EUGÊNIO
LEFEVRE
Município de Santo Antonio do Pinhal,
SP |
Linha-tronco - km 28 (2005) |
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SP-0344 |
Altitude: 1.161 m |
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Inauguração: 1916 |
Uso atual: estação ferroviária (2015) |
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com trilhos |
Data de construção do
prédio atual: 1916 |
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HISTORICO DA LINHA: A
E. F. Campos do Jordão foi aberta a partir da estação
ferroviária de Pindamonhangaba, na E. F. Central do Brasil,
pelos médicos sanitaristas Emílio Ribas e Victor Godinho
em 1914, para o transporte de doentes respiratórios para o
hospital na então vila de Campos do Jordão. Um ano depois
a ferrovia, com problemas financeiros, foi encampada pelo Governo
do Estado. Os primeiros trens eram a vapor, substituídos por
trens a gasolina em 1916 e pelos elétricos em 1924. A partir
dos anos 1980 passou a ser uma ferrovia apenas de turismo, sendo que
o trecho da baixada, até Piracuama, continuou a atender até
hoje trens de subúrbio da cidade de Pindamonhangaba. No trecho
da ferrovia que fica na área urbana de Campos do Jordão,
bondes elétricos fazem também o percurso. |
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A ESTAÇÃO: Embora
fique no município de Santo Antonio do Pinhal, esta
estação, inaugurada em 1916, nunca teve oficialmente
o nome da cidade, da qual dista cerca de 4 quilômetros. Seu
nome, Eugênio Lefevre, homenageia um engenheiro que,
juntamente com Euclides da Cunha projetou a ferrovia, nunca
construída, que ligaria Mogi das Cruzes ao porto de
São Sebastião.
Em 1949, a estação estava escolhida para ser o ponto
de saída de um ramal que ligaria a E. F. C. J. ao ramal
de Paraisópolis, em Minas Gerais, ponto final de um ramal
da RMV. Como se sabe, tal ramal jamais foi construído. Veja
aqui mais sobre esse ramal (Folha da Manhã, 30/7/1949).
A estação funciona até hoje no mesmo prédio
original, situando-se pouco além da metade do caminho da ferrovia.
Junto a ela, uma vila ferroviária e uma subestação
da ferrovia. Na estação há um bar e lojas. Atrás,
uma estufa de orquídeas. Ela pode ser atingida por carros vindos
da cidade e da rodovia Floriano Rodrigues Pinheiro, que liga
Quiririm a Campos do Jordão, e que passa bastante
próxima à estação.
Pouco antes da chegada do trem a Eugênio Lefevre, a ferrovia
cruza por cima a citada rodovia. A estação está
a 1.162 m de altitude e hoje é a primeira parada do trem turístico
que sobe de Pindamonhangaba para Campos do Jordão.
É também parada final de alguns trens que vêm
de Campos e de lá retornam. Há um virador em
frente à estação. Ela é hoje mais conhecida
popularmente pelo nome da cidade, Santo Antonio do Pinhal.
Em junho de 2014 a E.F.C.J. concluiu a recuperação da estação Eugênio
Lefévre. Foi refeita toda a alvenaria externa que se achava comprometida,
recuperado todo o piso da plataforma e reativado o sanitário voltado
aos portadores de deficiência física.
Em 2022, a estação estava aguardando a volta dos trens Pindamonhangaba a Campos do Jordão, parados desde cerca de 2018 por causa de um acidente seguido da pandemia de covid, para voltar a operar.
O padrasto de minha mãe foi Eugênio
Júlio Lefèvre, que pelos relevantes serviços públicos prestados,
foi presenteado com seu nome numa estação do trem que vai a
Campos de Jordão. Um dia estava em Campos e resolvi conhecer
a estação. Não tinha ninguém no local. Precisei andar um pouco
e achei umas pessoas que estavam indo em direção à estação.
Fomos juntos até lá e aí já havia alguém lá. Perguntei
se sabiam quem era Eugênio Lefèvre e ninguém sabia de nada.
Perguntei se no local havia algum tipo de museu ou alguém interessado
em cultura da cidade, como uma secretária ou diretora de algum
departamento histórico. Um deles me deu o nome de uma senhora
que cuidava da parte cultural da cidade, mas disseram que ela
tinha viajado. Então disse a eles que sabia quem era Eugênio
e que tinha fotos, escritos, livros, condecorações do Rei da
Bélgica, etc. um pendente com a insígnia de D. Pedro II, com
uma cruz de malta e que gostaria de pelo menos deixar todo esse
material fotografado para que eles soubessem quem era o patrono
da estação onde moravam. Deixei meu telefone e endereço e estou
esperando até hoje. Ele foi "Director Geral da Secretaria da
Agricultura, Indústria e Commércio" por mais de 43 anos e foi
ele quem fez praticamente tudo para a construção do Parque da
Água Branca, que chamavam de "Indústria Animal", cujas homenagens
na inauguração foram todas para o interventor Fernando Costa.
Minha avó ficou brava, mas ele disse que isso era normal e que
a função dele era fazer o que lhe foi dado a fazer. Sempre foi
muito simples e quando se aposentou estava com minguado salário
para sobreviver. Que saudade desses homens públicos!!! Ele tinha
um caderninho onde anotava tudo que gastava, desde a passagem
de bonde até a compra do jornal. Tudo contadinho para não faltar.
Era nascido na França e fugiu com seu pai e toda a família,
pois na época Victor Hugo estava fazendo campanha contra o Imperador
Napoleão III, sobre quem ele havia feito um folhetim com desenho
dele bem pequeno e o chamava de Napoleão, o Pequeno. Todos os
guardas estavam atrás daqueles que estavam distribuindo os panfletos
e o pai dele tinha a obrigação de levar vários exemplares no
fundo da mala para a Bélgica, e o guarda da estação começou
a examinar sua mala: deu uma afastada, olhou bem, comparou e
disse que o fundo estava mais alto que o miolo da mala. Enquanto
ele foi buscar uma ferramenta para abri-la eles a fecharam e
passaram pelo portão de embarque dizendo que já tinha sido examinada
e embarcaram. Só aí é que respiraram. Depois veio com toda a
família para a Bahia, cresceu, casou-se com uma baiana e tiveram
muitos filhos. Quando vieram para São Paulo, primeiro viveu
em Casa Branca onde se envolveu com abolicionistas e ao mesmo
tempo com republicanos, vencendo as duas etapas. O homem guardava
de seu pai o espírito revolucionário. Depois vieram para São
Paulo onde se separou da esposa e anos mais tarde conheceu e
casou-se com minha avó que já tinha quatro filhos e ficou viúva
aos 25 anos. Casaram-se primeiramente no Uruguai, pois a ex-mulher
não dava o divórcio, mas três anos depois ela faleceu e eles
se casaram outra vez no Brasil. Isso que era gostar de casar
(Luiz Prezia, 29/12/2009).
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1927
AO LADO: Duplicação
da sub-estação existente em Eugenio Lefevre
(O Estado de S. Paulo, 3/3/1927).
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ACIMA: Vista aérea da estação em 2020 (Autor desconhecido).
(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local;
Airton Camargo da Silva; Julio Cesar Bessa Monqueiro; Carlos R. Almeida;
Luiz Prezia; Ricardo Koracsony; Wanderley Duck; Folha da Manhã,
1949; A Cigarra, 1919) |
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A estação em 1919. Foto da revista A Cigarra
no. 107, 1/3/1919 |
A estação em 2001. Foto Carlos R. Almeida |
A estação em 2002. Foto Ricardo Koracsony |
O virador da estação, em 2003. Foto Wanderley
Duck |
A estação em 2003. Foto Wanderley Duck |
A fachada da estação em 2011. Foto Julio Cesar
Bessa Monqueiro |
A estação em 2011. Foto Julio Cesar Bessa Monqueiro
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A estação de Eugemio Lefevre em junho de 2022. Autor ignorado |
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Atualização:
20.06.2022
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