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VXY Mogiana em MG
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Itapema
Bento Pedro
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ESTIVE NO LOCAL: NÃO
ESTIVE NA ESTAÇÃO: NÃO
ÚLTIMA VEZ: S/D
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Cia. Balneária da Ilha de Santo Amaro (1893-1901)
Cia. Guarujá (1901-1927)
S. P. Guarujá/Repart. Saneamento de Santos (1927-1956)
ITAPEMA
Município de Guarujá, SP
Tramway do Guarujá - km 0   SP-2066
Altitude: -   Inauguração: 02.09.1893
Uso atual: estação de balsas e barcas   sem trilhos
Data de construção do prédio atual: 1893?
 
 
HISTORICO DA LINHA: A história do tramway do Guarujá se confunde com a própria história da cidade. Construída em 1893 para levar a alta sociedade paulista para suas casa de veraneio recém-construídas na praia de Pitangueiras, no Guarujá, a linha da Cia. Balneária da Ilha de Santo Amaro ligava o porto de Santos, via balsa, até a estação inicial de Itapema, e daí seguia para a estação final, em Pitangueiras. A propriedade da linha mudou de mãos várias vezes, até se tornar estatal, em 1927. Em 1925, com a eletrificação da linha, bondes elétricos passaram a circular com as locomotiva a vapor. A linha seguiu funcionando ininterruptamente até a sua desativação, em 1956. Os bondes foram transferidos para a E. F. Campos de Jordão, onde trabalham até hoje, e uma de suas locomotivas está exposta na avenida Leomil, em Pitangueiras, no Guarujá.
 

A ESTAÇÃO: O dia da inauguração da estação de Itapema, em 1893, é relatada no livro de Waldemar Stiel, "História dos Transportes Coletivos de São Paulo": "(...) (O trem da SPR, com várias autoridades) chegou a Santos às 13:30, e em bondes especiais dirigiram-se à Alfândega, onde tomaram o vaporzinho "cidade de São Paulo", a fim de atravessar o estuário. (...) Em Itapema tomaram o trem inaugural, que em pouco tempo passava em frente ao Grande Hotel (...)".

Também Eduardo Etzel, em seu livro "O Guarujá e Eu", relata que, depois de atravessar a barca o estuário, vê "do outro lado do estuário a estação e outro trem: o trenzinho do Guarujá, com máquina de bitola estreita e dois vagões, o de carga e o de passageiros. Nova partida, e a viagem através do imenso mangue (...)".

No mangue, a leste da ferrovia, existiam inúmeras linhas de "decauville", ou seja, linhas com locomotivas pequenas muitas vezes movidas a gasolina e com bitola de 60 cm para transporte de bananas, principalmente na região de Itapema.

A estação foi desativada em 13/07/1956, juntamente com o tramway.

"O que meu avô, Leonel Alexandrino da Luz, conta sobre essa estação é que nada foi demolido por ali, pelo menos desde quando ele veio morar em Santos em 1949. Naquela época se comprava um bilhete ainda na estação de barcas de Santos. Esse bilhete poderia ser simples (apenas a viagem de barca e o passageiro ficava em Vicente de Carvalho) ou duplo, metade verde, metade vermelho (ou rosa), sendo que os funcionários da empresa picotavam o verde para o embarque na barca (ainda em Santos) e o vermelho antes de se embarcar no tramway, já no acesso às plataformas.

Os bilhetes também valiam para a volta, e as partes vermelha e verde eram recolhidas durante as respectivas viagens. Desta forma, para que se tivesse acesso a essas plataformas, deveria-se desembarcar no atracadouro das barcas e atravessar o prédio em questão, que, portanto, tinha duas funções: o de estação de barcas e o de estação do tramway, embora o embarque fosse feito numa plataforma na parte externa dele, e que já havia sumido antes mesmo de meu avô se mudar para Vicente de Carvalho em 1960.

O prédio ainda está de pé e é o mesmo que hoje serve como estação de passageiros para a travessia de barcas da DERSA entre Vicente de Carvalho e Santos. O prédio ganhou um anexo à sua esquerda e que existe pelo menos desde o início dos anos 1980. Há alguns anos, a DERSA fez uma reforma interna e externa que descaracterizou bastante a versão que conheci. As plataformas e sua cobertura já foram demolidas há muitos anos e no lugar delas foi construído um retorno para veículos, que hoje é o final da Avenida Thiago Ferreira, a principal do distrito.

Por volta de 2003, o tal retorno foi estreitado e a Prefeitura construiu um "camelódromo" que encobre boa parte da fachada da estação para quem a observa de um ponto distante em, no mínimo, 30 metros. Cabe lembrar também que, a cerca de 150 metros defronte a estação, situa-se hoje a passagem de nível do ramal da Conceiçãozinha sobre a Avenida Thiago Ferreira, sem cancelas e em estado precário. Os trilhos desse ramal jamais se cruzaram com os do tramway, pois foi construído pela RFFSA na segunda metade dos anos 1970
" (Rafael Asquini, 03/2007).

Itapema
é hoje o imenso distrito de Vicente de Carvalho, de população maior que o do próprio Guarujá, ao qual pertence.


ACIMA: Estação de Itapema em 1928, no lado das barcas. Do outro lado, era a estação do tramway (Acervo Arquivo do Estado de São Paulo).


ACIMA: Linha já eletrificada no km 4 do Tramway em 1928 (Acervo Arquivo do Estado de São Paulo).

ACIMA: Pontão de madeira servindo de estação (estação provisóaria de Itapema, possivelmente) em frente ao porto em 1928 (Acervo Arquivo do Estado de São Paulo).

1935
AO LADO
: Chamada para a inauguração do novo pontão das barcas em Santos (O Estado de S. Paulo, 20/12/1935).

1935 - ACIMA: Edifício do novo portão para embarque nas barcas em Santos (O Estado de S. Paulo, 22/12/1935).

1935
À ESQUERDA: Descrição do prédio da nova estação
(O Estado de S. Paulo, 22/12/1935)


ACIMA: Vicente de Carvalho, antiga Itapema, e as várias linhas de "Decauville" ainda existentes no final dos anos 1960 - pelo menos, se acreditarmos no mapa, que é dessa época (Acervo Wanderley Duck).

     

A estação de Itapema e o bonde elétrico, sem data. Foto cedida por Marcello Tallamo

A estação de Itapema, provavelmente anos 1950. Foto cedida por Antonio Gorni

A estação como está hoje, em 2007. Foto Erick Santiago Cardoso

A estação como está hoje, em 2007. Foto Rafael Asquini
   
     
Atualização: 31.10.2019
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.